“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

14 de dezembro de 2009

Mãe


Mãe, sei que não vais ler isto porque não vens á internet...


E o que vou escrever já to afirmei, com palavras e com acções...

Mas há coisas que têm de ficar registadas, escritas, tecidas e bordadas para além do que a falivel memória humana nos permite...
Tu és a Melhor Mãe do Mundo. És a única que eu escolheria e és a minha melhor amiga, és a minha heroína. Admiro-te por seres quem és, como és e por incondicionalemnte estares ao meu lado SEMPRE.

Hoje sei o que sentes por mim porque sou mãe também. Sei o quão dificil foi tomares decisões, veres-me a caminhar sem poderes caminhar por mim e estares lá sempre para me agarrar quando saltei fora da rede de segurança...muitas vezes :)

E mesmo quando te agredi com as minhas acções insensatas, quando te magoei, quando gritei e explodi...mesmo assim, continuaste a amar-me incondicionalmente, dando-me a liberdade para exercer sempre o meu livre arbitrio.

Admiro-te por dizeres com essa segurança sofrida, entrelaçada em quantos sacrificios, cedências e sonhos que guardaste para outra vida..."não me arrependo de nada, de nenhuma opção que tomei, não me arrependo de vos ter posto sempre em primeiro lugar!"

No momento em que me disseste isso Mãe, eu soube, tu já lá estás, para onde quer que nós estejamos a ir...tu já lá estás. Tens cumprido o teu plano de vida com distinção, tens aceite e integrado as lições de vida (quantas tão mais dificeis que as minhas) com uma fé, força e coragem únicas.

E eu tenho muito, muito orgulho em ser tua filha!

Obrigada :)

3 de novembro de 2009

Actualização Willy

11.01.2010:  O WILLY FOI ADOPTADO E VIVE AGORA FELIZ COM A SUA FAMILIA
Obrigada Ana e Patas Felizes, por o terem ajudado!

Acabei de verificar que o meu apelo especial de dia 8 de Outubro não surtiu qualquer efeito :(
O Willy não foi ainda adoptado, e não entrou qualquer ajuda em seu nome.
Mesmo assim já está castrado, vacinado e continua a aguardar o final feliz que sem dúvida merece.
Por favor continuem a divulgar o seu apelo.

Obrigada!



Caõ jovem (cerca de 1 ano) de porte médio, desparasitado, vacinado e castrado, procura familia humana para partilhar muito amor, fidelidade e brincadeira.
Sou extremamente meigo, gosto de crianças e dou-me muito bem com outros cães.
Contacto: 963337705 ou 917845411

Um sonho muito real



Este é o relato de um sonho muito intenso que tive esta noite. Não foi influenciado por qualquer leitura ou filme ou pensamento consciente...
Fugiam.

Foragidos talvez...os seus passos eram firmes e não vassilavam, nem o coração disparava de medo...limitavam-se a fugir ocultos pela escuridão da noite e pelas capas que lhes escondiam os corpos e os rostos. Eram 4. Mãe, filho e dois homens. Os passos femininos apenas se distingiam dos restantes por serem mais leves e ágeis. O movimento provocava ondulações das capas que revelavam pernas musculadas, corpos magros, mas grandes e fortes, o reluzir aqui e ali das espadas e adagas presas aos cintos e ás perneiras. Moviam-se rapidamente, num muro de silêncio quase impossível...os pés estavam envoltos em botas de pele gastas, que subiam até aos joelhos e prendiam com tiras de couro grossas. Vestiam túnicas de cor clara que não pertenciam ao mesmo tipo de idnumentaria das botas...

Ao longe a perseguição era ruidosa e em comparação, embrutecida. O que teriam feito? Onde se encontravam?

As paredes das casas a que se encostavam, quase fundindo os corpos com as sombras,  eram amareladas e rugosas e havia escadas em quase todas as habitações que levavam a segundos pisos e a patamares que se interligavam. Os detalhes ficaram perdidos no sonho, a passada era veloz e não se compadecia com observações do meio circundante.

As estrelas...recordo-me de olhar para as estrelas em busca de orientação. Eu era a Mãe. Consciente do perigo que enfrentávamos, a morte era apenas mais um patamar e por isso o medo não me inundava as veias com o seu fel...pelo contrário, o acto que cometeramos era mais uma facada no poder instituido contra o qual lutávamos desde que nasceramos, tínhamos sido educados para aquela vida, e para o momento que nos aguardava ávido do nosso sangue. Sangue sim, mas nunca a vontade, nunca a alma. Reconheci a raiva latente, a garra, a força naquela mulher tão diferente de mim. Era alta e forte. Os cabelos castanhos claros - talvez sujos - estavam firmemente presos no alto da cabeça, caindo no que já fora um pentedao elaborado do qual restava apenas um amaranhado de madeixas compridas. A pele era alva como a Lua, ou assim parecia banhada pelos seus raios de prata. Os traços faciais estavam endurecidos pelos anos de luta, não sei dizer se era nova...não era velha, isso sei. Os olhos semicerrados e frios denotavam o autoritarismo e segurança notáveis dos que sabem que outros dependem deles, e que sabem que não podem errar.

O ar carregado de cheiros ocres, de pessoas e animais, de fumos e fogos, de comida, de dejectos, de vida de outrora, quase que me fez acordar, mas estava ligada áquele momento...era eu que corria e deixei de lutar contra aquela força que me puxava mais para dentro daquela situação desconhecida, cada vez mais profundamente como um remoinho incontornável.

Comunicavam por gestos, ora agachando-se, ora avançando, parando e aguardando...detive-me então e olhei nos olhos aquele jovem de caracois louros e olhos esverdeados que seguia os meus movimentos de mão encaixada no punho de uma espada afiada sequiosa para ser desembrainhada e usada na carne macia de quem quer que se atravessasse no nosso caminho e tentasse impedir-nos o passo...era o meu filho. 16 anos? 20 anos? Sei que já era adulto, sei que era um guerreiro, sei que nada do que se passava lhe provocava estranheza. Ele sabia que íamos todos morrer. Eu sabia-o também. Mas animava-nos o facto de sabermos que estávamos a dar trabalho aos que nos perseguiam, que mais uma vez confrontáramos o poder com a nossa revolta, com a nossa insubordinação. Estávamos preparados desde que nasceramos. Não sei quem éramos. Não sei onde estávamos. Sei que o amava e me orgulhava tremendamente dele...mas não tinha qualquer sentimento mais, qualquer tipo de posse, ou de apego...

Subitamente sinto-me transportada mais para a frente no tempo, para um outro momento num futuro imediato. Não sei quanto tempo se passou, horas...talvez dias. As vestes são as mesmas. Tiraram-nos as capas. A pele tem marcas que antes não vira...nos pulsos e tornozelos. Doi mas estou habituada. Doi-me por dentro, como se tivesse sido queimada... Mantenho-me de costas direitas e hirtas...firmemente apoiada em duas pernas ligeiramente afastadas e pés descalços. Os dedos estão tensos e flectidos, como se quisesse fincar garras que não tenho no chão de terra batida....para manter o equilibrio que perigosamente sentia fugir-me.  Os meus olhos vêem mas o coração não sente. O coração dela não sente. Está fechado. Parece uma rocha, duro, árido...não encontro qualquer dor ou emoção nesta mulher.




O jovem meu filho, filho dela,  está deitado num estrado de tortura. Os lábios cerrados estão brancos e a pele vermelha do esforço de calar o grito que certamente deseja dar mas não dá, e do sangue que o suja. O sangue dele. Está deitado de costas sobre pregos grossos, bicos, pontas de flecha, ou qualquer outra coisa extremente cortante e pontiaguda. Há risos á nossa volta. Magoam mais que os chicotes que me flageiam a pele e rasgam as parcas vestes, carne e alma. mas não me vergam a vontade. Sei que vou morrer. Sei o que me espera. A aceitação e resignação dela são férreas como a sua vontade. Quem são estes seres?

Os homens que se riem parecem romanos, mas não posso garantir, as imagens fogem-me agora que estou desperta e estou aqui, a tentar transmitir tudo o que vi, senti, e estou certa, já vivi. Ficou-me essa sensação, mas poderá ser simplesmente uma projecção de um repúdio que sempre senti pelos romanos e o seu império. Ou pode ser uma das razões de tal repúdio que nunca consegui explicar.

Se são romanos, sei que não estamos em Roma, estamos algures no seu Império, mas não em Roma. Sei-o mas não sei porquê ou como o sei.

Os olhos do meu filho apenas reflectem os meus...desafio, troça, força, orgulho. Há um orgulho quase animal ali. Os pregos rasgam e penetram-lhe a carne...mas o pior está para vir e nós sabe-mo-lo. Vejo aterrorizada o que o espera. O que me espera. As minhas mãos grandes e largas, ensanguentadas, fecham-se firmemente sobre a corda áspera que prende no tecto enegrecido pelo fumo dos archotes, a outra parte da estrutura de madeira pejada de pregos...estes são maiores e estão sujos de sangue seco de outros que antes de nós passaram por ali. Não somos os primeiros...gostaria de poder dizer que fomos os últimos, mas não o posso dizer por não saber.

Não sei tão pouco o que fizémos, de onde viémos...quem éramos nós? Porque estaríamos a ser sujeitos a tudo aquilo?

Lembro-me dos chicotes que sem descanso me lambiam o que restava da força, desgastando-me fisicamente...gritavam-me insultos e gozavam como podia eu como mãe estar a fazer aquilo ao meu próprio filho, e riam-se, um riso que ainda me ecoa nos ouvidos...
Lembro-me dos olhos do meu filho, do sorriso que me ofereceu antes do grand finale...no segundo antes de eu cair de joelhos, sem forças, como uma montanha que desaba,  já com as costas em carne viva e onde o branco marfim já se via a despontar na zona das costelas. No segundo antes das minhas mãos perderem a força, e os dedos se abrirem ligeiramente, e a corda escorregar com uma velocidade estonteante, como uma lamina afiada, abrindo-me um sulco profundo nas palmas das mãos...o segundo em que a estrutura antes pendente do tecto se esmagou sobre o corpo dele, violentamente. O som dos ossos quebrados, da carne violentada, dos risos de escárneo, dos aplausos...nada se ouviu perante o grito animalesco que encheu a câmara arredondada, uma dor avassaladora, liberta finalmente no meu sangue, imagens do meu passado de então que me inundaram a mente e vozes, vozes dos meus pais, professores, mestres, companheiros...só me recordo da nausea, do rugido, do salto e força do embate que derrubou um dos homens cujo riso foi abruptamente silenciado num garguejo arrepiante, da espada que brilhou nas minhas mãos dilaceradas...e da escuridão.




Acordei de manhã sem saber onde estava...

E continuo sem saber onde estive.

28 de outubro de 2009

The Crow Fly

One day I´ll fly away with you...
And just like you
I´ll spread my wings
and be just me
Just what I´m meant to be...
and I know,
then I will  be free...
Again and forever...
I will be me...
...
Keep my true nature alive.
Wait, please, wait for me.


26 de outubro de 2009

I call upon me the power of my Sacred Crow


Embora cada fase da vida tenha o seu animal de poder - pelo menos comigo é assim e eles apresentam-se naturalmente - há um que se encontra sempre presente, é o meu tontem animal, o Corvo.
Porque precisava, porque pedi, inconscientemente, hoje os Corvos vieram até mim fisicamente. Esperavam-me onde sabiam que eu iria chegar e chamaram-me para que erguesse o meu olhar da Terra para o Céu, que rasgaram num voo largo e sereno...apelando directamente ao Ser em mim para os seguir nesse movimento do olhar...da Terra conhecida para os céus abertos do desconhecido...convidando-me para ir um pouco mais além.

Levaram nas asas negras o meu sorriso, o meu agradecimento, e deixaram no meu coração o  grito áspero tão bem conhecido que me aquece a alma e embala novamente a coragem de ser...simplesmente ser...


O corvo sempre foi o portador da magia. Este seu papel foi reconhecido nas mais diversas culturas, ao longo dos tempos, em todo o planeta. É considerado sagrado honrar o Corvo como sendo portador da magia. Se esta magia for ruim, ela inspirará muito mais medo do que respeito. Aqueles que trabalham com a magia de forma errada têm razões para temer o Corvo, pois isto é sinal de que estão se imiscuindo em áreas que não dominam, e os feitiços que estão fazendo certamente acabarão retornando contra eles. Em vez de deplorar o lado negro da magia, conscientize-se de que você só irá temer o Corvo quando necessitar aprender algo sobre os seus temores secretos ou sobre os demônios criados por sua própria imaginação.




A magia do corvo é poderosa e pode lhe infundir a coragem necessária para penetrar nas trevas do vazio no qual residem todos os seres que ainda não tem forma definida. O Vazio é denominado “Grande Mistério”. O Grande Mistério já existia antes que todas as coisas viessem a existir. O Grande Espírito é oriundo do Grande Mistério e vive no Vazio. O Corvo é o mensageiro do Vazio.

O Corvo é prenúncio de mudança de consciência, que pode, inclusive, significar uma viagem pelo Grande Mistério ou por alguma senda situada à margem do tempo. A cor do Corvo é a cor do Vazio - o buraco negro do espaço sideral que congrega todas as energias criadoras. Significa que você conquistou por seus próprios méritos o direito de vislumbrar um pouco mais da magia da vida.

Na cultura dos índios norte-americanos, a cor preta tem diversos significados, mas não simboliza o mal. O preto pode simbolizar, por exemplo, a busca de respostas, o Vazio, ou o caminho para as dimensões suprafísicas.

O Corvo é o mensageiro da magia cerimonial e um curador que opera à distância e que está sempre presente em qualquer Roda de Cura. É ele que conduz o fluxo de energia de uma cerimônia mágica, guiando-a até o seu objetivo final. Seu papel é o de interligar as mentes dos praticantes do ritual com as mentes daqueles que estão necessitando daquele trabalho.

A magia do Corvo não pode ser interpretada de forma racional porque é a magia do desconhecido em ação, preparando a chegada de algum acontecimento muito especial. O Corvo é o protetor dos sinais de fumaça e das mensagens espirituais representadas por ele.

Nota: (Jamie Sams , As Cartas Xamânicas - A descoberta do poder através da energia dos animais, Ed. Rocco.)


6 de outubro de 2009

Namasté Lua


Hoje é um dia de festa e repleto de felicidade.
Um ser muito especial atravessou a fronteira e regressou a casa, levando consigo um pouco da minha luz. Sei que já chegou, que foi uma viagem rápida e que a sua chegada foi muito celebrada. Sei que apesar de estar imensamente feliz, o seu primeiro olhar foi para mim e para se certificar que eu estava bem também.
Sei que estarás sempre comigo e que poderei pedir-te doçura, tolerância e sabedoria quando necessitar, pois eram essas as tuas dádivas para mim.
Obrigada por estes 8 anos em que me escolheste para tua companheira de jornada!
Foi uma hora e uma bênção.
Prometi-te que não ia chorar, mas chorei. Porque sou humana. Mas sabes bem que o meu coração está repleto de amor e alegria por saber que estás bem, que já assumiste a tua verdadeira forma e que tu e eu cumprimos a nossa missão junto uma da outra...com distinção!
Namasté Lua!

5 de outubro de 2009

Eu não tenho medo se tu não tiveres também...

"Tenho medo"
O pensamento atingiu-a com a força de uma chicotada seca e certeira. Precisou de alguns segundos para conseguir identificar a sua origem. Podia ser ela mesma. Por vezes sentia medo. Mas não assim. A chicotada repetiu-se na sua alma, "Tenho medo", e os olhos turvaram-se com o reconhecimento.
Chegara o momento.
Inspirou fundo, enchendo lentamente os pulmões de ar e susteve a respiração por um breve instante, só o suficiente para afastar o seu próprio medo e dor. Sabia que eram de origem ego-ista. Não havia tempo para sentimentos de tristeza por ter que lidar sozinha com uma situação como esta. Se assim acontecia era porque assim tinha que ser, fora ela que pedira para crescer e não valia a pena regatear com o seu professor...O Universo era sábio e não se compadecia com tretas.
Soltou o ar num longo suspiro e sorriu. Entrando no quarto viu-a de imediato deitada na almofada polar com padrão leopardo. Olharam-se nos olhos. Ela apercebeu-se imediatamente dos detalhes que confirmavam a sua intuição...a comida intocada...o olho direito com a 3ª pálpebra visível e a baba á volta da boca,uma boca sem dentes incapaz de segurar a língua rosada que agora pendia para fora.
Na penumbra aquela imagem mesclava-se com a imagem verdadeira daquele ser especial, cheio d força e de carácter, cheio de vida.
"Tenho medo"
As pupilas dilatadas e a respiração rápida...dor.
Ela viu-se instantaneamente dentro daquele corpo agora frágil, experimentou o desconforto, a confusão, sentiu a energia ainda forte, a ansiedade...
"shhhhhhh meu bébé não tenhas medo..." enlaçou-a com os braços e com a mente, aconchegando-a no seu peito e embalando-a com o bater do seu coração.
"Não tenhas medo. Do outro lado esperam-te todos os que partiram antes de ti, há um que tem muitas saudades tuas, o Khensu. Ele sabe que estás quase a chegar lá e está tão feliz! Lá não sentirás mais essa dor que te impede de alimentares um corpo físico em falência...voltarás a poder correr e saltar e poderás empoleirar-te nas mais altas estrelas. O teu pelo vai ser farto, brilhante e macio e os teus olhos...os teus olhos azuis turquesa, repletos da luz do amor que sempre espalhaste em teu redor. Na linha da tua boca, o desenho de um sorriso radioso, doce, terno.
Não tenhas medo meu amor. Estarei contigo até que atravesses a fronteira. No momento em que fechares os olhos aqui, eles abrir-se-ão e verás que estás de regresso a casa, á tua verdadeira casa e vais recordar-te de tudo.
Cumpriste a tua missão."
A respiração apaziguou-se e os olhos fecharam-se vencidos pelo cansaço e pela fraqueza. Ronronou e adormeceu.
Ela endireitou as costas e fechou a porta devagarinho, depois de a deixar suavemente deitada na almofada e fazer um afago ás três companheiras que a tudo assistiam impotentes, Sol, Mar e Anauel.
As lágrimas alcançaram-na, como a brisa marinha de uma noite húmida de nevoeiro que se lhe colou á pele e gelou a alma. Os olhos abarcaram o céu negro e nublado e as montanhas longínquas cobertas de copas das árvores de um horizonte tantas vezes sonhado que ela não conhecia aqui.
Adormeceu também, pedindo a S.Francisco que velasse por aquele ser prestes a ir, e o conforto de um abraço pois o seu coração doía-lhe no peito e por vezes também quem cuida necessita de um colo onde se abrigar para recobrar forças e descansar.
"Tenho medo" e desta vez o pensamento era seu.
"shhhh não tenhas medo. Eu não tenho se tu não tiveres também..."

A poucas batidas de coração da partida...

4 de outubro de 2009

Earthlings - Terráqueos

Este é um post polémico. Pensei muito antes de o colocar. Note-se que não o faço por ser Vegan ou Vegetariana. Vivi 35 anos a comer carne (pouca) e peixe.
Mas sempre tive consciência desta realidade, sempre a vi, e sempre a divulguei. Não é agora que vai ser diferente.
As imagens são fortes.
Espelham uma realidade que EXISTE, mesmo que se recusem a vê-la. Mesmo que se recusem a reconhecê-la. Mesmo que não acreditem. Mesmo que escolham virar a cara para o lado. Mesmo que digam que é tudo manipulado, mentira e forjado. Mesmo que escolham sorrir e pensar, "lá está ela outra vez".
Não é por isso que esta realidade deixa de existir e ser real.

Porque hoje é o dia deles...
Porque há muitas formas de respeito. Uns escolhem não os comer como forma de não participar nem contribuir para o sofrimento, aqueles que os comem (e que têm a liberdade de o fazer) podem ter consciência desta realidade e tentar fazer algo para alterar as condições miseráveis e crueis como estes animais são criados, transportados e abatidos.

Porque a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro e porque toda a criatura viva merece respeito.
Por um Mundo diferente.
Porque quando eu mudo, o Mundo muda...



os restantes episódios poderão ser vistos aqui:
2: http://youtube.com/watch?v=U1Qu0RPwI4U
3: http://youtube.com/watch?v=m-KSXWNx2Os
4: http://youtube.com/watch?v=qxukf4iQlYw
5: http://youtube.com/watch?v=BfPq3ESIv8I
6: http://youtube.com/watch?v=0FdZUiUm_pY
7: http://youtube.com/watch?v=gtQPHmbTEfo
8: http://youtube.com/watch?v=W5f1j7zZhIU
9: http://youtube.com/watch?v=o5pocEHeJoE
10: http://youtube.com/watch?v=Nr5qin0GPYg

Dia dos Animais



Hoje celebra-se o dia de S. Francisco de Assis, considerado o santo patrono dos animais e do meio ambiente. Celebra-se também o Dia dos Animais.
S.Francisco de Assis tem um lugar de destaque no meu coração, e no meu altar fisico. Foi o primeiro santo com que tive contacto na minha infancia e desde que me lembro que a par de Jesus, sempre foi um dos meus heróis...note-se que a minha educação religiosa foi liberal, e a religião católica como Instituição sempre me causou um profundo desconforto, e até, aversão. Sempre encarei Jesus, Maria, S. Francisco e outros como seres especiais, únicos, que vieram ensinar-nos algo de precioso.
Nunca precisei de um pouco de água benzida por um ser humano para me sentir protegida e nunca precisei de um intremediário entre o meu ser e Deus/Pai/Mãe :) Assim é desde que me recordo de mim nesta vida.
Os animais...
Nada vou escrever sobre o que significam para mim, sobre como me mesclo com eles, como sinto o que eles sentem, como oiço o que me querem dizer e como falo com eles. Algo inato em mim que ultimamente tenho aprofundado para conseguir fazer de uma forma mais sistemática e consciente. Então sim poderei partilhar aquilo que ainda agora me é dificil transferir da esfera do instinto inato para a linguagem formal e logica.
Esta é a minha homenagem a todos os seres vivos, a todos os animais (racionais e irracionais...porque nós somos também animais, e infelizmente tendemos a esquecê-lo)e ao meu S.Francisco...



Cantico das Criaturas

Altíssimo, onipotente e bom Deus,
Teus são o louvor, a glória, a honra
e toda benção.

Só a Ti, Altíssimo, são devidos,
e homem algum é digno
de Te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol,
que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.

Ele é belo e radiante,
com grande esplendor
de Ti, Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas meu senhor,
pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras,
preciosas e belas.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina,
ou sereno e de todo tempo
pelo qual as Tuas criaturas dais sustento.

Louvado sejas meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde
e preciosa e casta.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
e ele é belo e jucundo
e vigoroso e forte.

Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.

Louvado sejas meu Senhor,
pelos que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.

Bem aventurados os que sustentam a paz,
que por Ti, Altíssimo serão coroados.

Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
conforme à Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor,
e daí lhes graças
e servi-O com grande humildade.

Amém.

1 de outubro de 2009

Lua da minha vida


Brevemente farás a tua viajem de regresso a casa, de regresso ás estrelas.
Estou feliz.
Feliz porque viveste 8 anos junto de mim, ensinando-me no silêncio do teu olhar, na ternura dos teus gestos, na firmeza das tuas atitudes, de mãe que és e sempre foste, o amor incondicional mais puro e cristalino que alguma vez pude testemunhar.
Estou feliz porque quiseste vir para casa, porque quiseste partilhar estas últimas horas, dias, semanas talvez, comigo.
Não é fácil ter a tua vida nas mãos. Sei que o momento chegará e que serei eu a tomar a decisão, para que te libertes das amarras da matéria e partas fulgurante e brilhante para a fusão com a Luz Superior.
Não sei quando será. Poderá ser hoje quando chegar a casa. Ou talvez não.
Quero que saibas que estou preparada. Esta é uma batalha que não podemos travar...tu e eu sabemos que o ciclo interminável da vida, morte, renascimento não pode ser travado.
Olho-te no fundo dos teus olhos azuis, antes tão vibrantes, e agora pálidos, e vejo o teu sorriso felino repleto de tranquilidade, de paz, de sabedoria.
Fizemos um pacto, tu e eu.
Desde o momento em que te vi na veterinária que nos acompanha ao longo de toda a nossa historia, magra e enfezada, 8 anos, uma sobrevivente ao abandono, á vida dura pelas ruas repletas de perigos desconhecidos aos humanos...e mesmo assim, sempre essa doçura no olhar. O consultório de uma veterinária não é lugar para se criarem seres tão indefesos e vulneráveis...e foi assim que assumi o meu compromisso contigo.
Amamentaste os teus bebés, disseram-me. Os que tinhas então já eram outros, sem mãe que não tu. Mais chegaram entretanto e tu todos aceitaste. O teu Bruno continua a ser a luz da casa dos meus pais...
Não consegui dar-te. Tentei. Mas não consegui.
Dei-te. Esterilizaram-te e foste adoptada. Mas eu passei essa semana sem dormir, o teu olhar no meu olhar, no meu coração...e fui buscar-te.
E tu ajudaste-me a criar cerca de meia centena (quase uma centena?)de pequenos seres peludos e cheios de energia e alegria, que foram iluminar outras vidas com a sua sabedoria antiga...e algumas grandes tropelias também.
Depois disso, quantas coisas aconteceram...a vida deu muitas voltas. Mas tu foste sempre uma constante. Quando os outros tiveram que partir para outras mãos, outros corações, tu ficaste. Eu sempre soube que a nossa historia teria que ir até ao fim, e tu sempre me disseste que o teu lugar era aqui.
Ontem disseste-me que ainda não era altura de tomar a decisão, que querias vir para casa. E eu trouxe-te, tão frágil...sem saber se tudo não passaria de um egoísmo meu, mas a imagem que me enviaste foi forte o suficiente para eu a sentir no meu coração...e já em casa, na tua almofada favorita, depois de comeres a tua comida predilecta, disseste-me que me amavas, e que sabias que eu fizera sempre o meu melhor, mas que era uma parva por chorar e que se continuasse a culpar-me por tudo o que fiz e o que não fiz tu ias zangar-te, e não querias partir zangada.
Vai ser difícil não chorar. Mas as minhas lágrimas são apenas o arco-íris da minha alma que eu te ofereço, para te iluminar e colorir o caminho de regresso, Lua da minha vida.
Mas até lá, até daqui a uma hora ou até daqui a sabe-se lá quanto tempo, é o meu sorriso, o meu olhar, as minhas mãos, o meu afago, a minha voz, que vão embalar-te a alma e tratar-te o corpo, para que tudo seja como tem que ser...uma batida de coração de cada vez.

Nota: A Lua tem 16 anos. Foi-lhe diagnosticado um Carcinoma (tumor maligno extremamente agressivo e destrutivo) na junção interna direita do maxilar inferior e superior. Não pode ser removido. A sua partida é iminente...mas no que depender de mim será indolor. Este texto é a minha despedida, não dela, mas da dor provocada por uma suposta perda...porque eu sei que não perdemos aqueles que conosco caminham em liberdade e amor, apenas mudamos de dimensão...

Lua com 10 anos

30 de setembro de 2009

Crossing Over and Coming Back

Este post não está aberto a comentários pelo seu conteúdo pessoal e é unicamente destinado a mim mesma...ou a uma determinada parte de mim.



Porque há dias assim...
Em que o murro no estômago é dado por nós...
Porque nos abrimos.
Porque acreditamos.
Porque esperamos.
Porque amamos...
Porque projectamos no outro aquilo que somos
porque esperamos que entenda e sinta como nós...
e porque ninguém nos compreende.
Como se fossemos outsiders
dentro de um mundo que não é o nosso
e tudo o que dizemos
não passam de palavras lançadas ao vento
Vento
Vento que nos arrebata o corpo e lança sobre um precipício sem fim
precipício que nada mais é que a nossa escuridão
inundada de imagens alucinatórias da vida
quadros
surrealistas?
Alguns. Muitos. Todos.
Palavras que não são compreendidas
mal interpretadas
facilmente desvirtuadas.
Sempre.
E eu sinto-me enlouquecer
porque falo
e ninguém percebe o que eu digo...
como uma outsider.
Sempre outsider.
Num mundo estranho, que não é o meu.
Rodeada de estranhos que falam uma língua estranha que me agride...
E tentam roubar-me os meus sonhos.
E tentam roubar-me a vontade.
E tentam roubar-me tudo o que não podem tirar-me.
E eu?
Vejo-me de fora como num sonho...
Estou de joelhos prostrada na terra queimada e devastada que sou eu.
Os braços arranhados e ensanguentados abraçam o corpo que treme em convulsão,
os olhos fechados e o rosto tenso...
há uma espada que jaz ao meu lado, de lamina azul celeste pulsante de vida...
e os olhos abrem-se, negros, vazios...cegos...
e as lágrimas vertem, ardem, queimam...lavram feridas fumegantes no que resta de mim...
e o grito nasce, cresce, alimenta-se e liberta-se...
Voa pela noite como um corvo de asas negras...asas negras como a minha alma endurecida.
E eu não posso fazer nada por mim. Vejo a dor traída daquele ser que sou eu, sinto-o no âmago das minhas entranhas que se revoltam e rebelam, impelindo-me a algo que não posso fazer.
Cresce. Cresce. Cresce criança.
Mas ela não me ouve, olha as estrelas com o brilho da traição de si a si mesma a bailar-lhe no rosto, numa dança macabra, os lábios murmuram palavras sem nexo e mesmo prostrada e devastada, o desafio brota dela como água cristalina brota de uma fonte sem poder ser travada...
Não.
Sorrio. As palavras são sussurradas, gritadas, cuspidas...têm o poder da intenção, do sentimento sem fim...
Ninguém vai mandar em mim nunca. Sou Senhora do meu destino aqui, como sempre o fui em cada etapa, em cada vida, em cada passo. Não. Desta vez Eu sei quem sou. Eu sei que é por aqui que quero ir...e vou até ao fim. E o joelho direito ergue-se e dobra-se enquanto os ombros se endireitam, e o peito enche-se do ar que alimenta lentamente a luz da Fénix nascente...a cabeça ergue-se desafiante, emoldurada por ondas de rebeldia incontida...
E os olhos...
Olho-a nos olhos...
Ela sou eu e eu sou ela.
Atingida a compreensão. Atingida a integração. Quero abraçá-la, confortá-la, dizer-lhe que a compreendo e que tudo faz parte do caminho.
Mas ela sorri, vejo-lhe o sorriso através do véu de lágrimas que lhe cobre o rosto. Há um movimento que me atrai o olhar... A mão direita toca o punho da espada e os dedos enlaçam-na como se ela fosse uma mera extensão de si mesma. Serpentes, vivas e ondulantes, de pura energia, entrelaçam-se e desenham um padrão sem inicio nem fim, intemporal, ancestral...A tudo assisto. Sustenho a respiração. O padrão ganha vida e galga-lhe a pele, as veias, todo o corpo, este e os outros...Incorpora-a e brilha fulgurante com a luz de mil relâmpagos azulados, dourados, de todas as cores fundidas em prismas que não existem aqui...ergue-se e sustem-se nos seus próprios pés...descalça...pernas afastadas, firmes, braços erguidos para o Universo...desafio, entrega, aceitação, redenção...posição de guerreira...nunca desistir. Nunca.
Olho-a nos olhos...e os olhos...são os meus olhos.



You said you'd be there for me
In times of trouble when I need you and I'm down
And like why do you need friendship
It's from my side pure love but I see lately things have been changing
You have goals to achieve
But the road you take abroad and heartless that wants you make another way
You throw stones
Can't you see that I am human I am breathing
But you don't give a damn

Chorus
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing

Blood blood blood... keeps rushing

And now the world is asleep
How will you ever wake her up when she gets deep in the dreams, wishing
And yet so many die
And still we think that it is all about us
It's all about you
You sold your soul to the evil and the lust
And the passion and the money and you
And the same ones die, and people hunger for talking,
Suffer under civilized damn robbers but they stabled us

Chorus
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing

Blood blood blood... keeps rushing

Invaded, eliminated, erased, interrogated
Our tradition, our love for our fellow countrymen,
Our property, our ancestors - have died

Can you feel, can you feel my heart beating?

Chorus
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing
Can't you feel my heart is beating
Can't you see the pain you're causing

17 de setembro de 2009

O governo das sombras

Já por várias vezes me tinha deparado com esta expressão, o Governo das Sombras...é um tema que me deixa incomodada no sentido de não ter qualquer informação precisa, de não saber se acredito ou não...mas que por outro lado sinto ser algo real. Enfim, deixa-me numa penumbra ambigua que mais tarde ou mais cedo terei que desvendar.
Para reflectirmos, concordando ou não, pelas razões que forem as nossas e não as que nos impõem por vezes de forma subtil e dissimulada...

Este é o video 1 de 4, podem encontrá-los no Youtube :)



Originalmente postado por Claras Manhãs

15 de setembro de 2009

Karma visto por um céptico


As minhas pesquisas sobre o tema Karma continuam :) uma verdadeira pesquisa tem que ser antes de mais 100% imparcial.
Aqui fica mais uma perspectiva para discussão...algo polémica por ir contra o "espiritualmente correcto" (António, não resisti a "roubar-te" esta expressão lol)gostava de ter as vossas perspectivas.

Karma é uma lei do Hinduísmo que defende que qualquer acto, por mais insignificante, voltará ao individuo com igual impacto. Bom será devolvido com bom; mau com mau. Visto os Hindus acreditarem na reencarnação, o karma não conhece limites de vida/morte. Se o bem e o mal caem sobre si, se as pessoas se comportam de determinado modo consigo, isso deve-se ao que fez nesta ou numa vida passada.

Por um lado, o karma serve para explicar porque acontecem coisas boas a pessoas más e coisas más aos bons. A injustiça do mundo, a distribuição aparentemente ao acaso do bem e do mal é apenas aparente. Na verdade todos recebem o que merecem. Mesmo a criança brutalizada por adultos merece esse horror. Os atrasados mentais, os milhões de Judeus mortos pelos nazis, merecem-no pelo que fizeram no passado. O escravo espancado até à morte merece-o, não pelo que faz agora, mas pelo que fez numa vida passada. O mal é racional, de acordo com a lei do karma.

Apesar de não haver provas de karma e que essa crença não se baseia em mais que no desejo de que o mal deste mundo faça sentido, a ideia do karma é popular entre as culturas ocidentais onde se separou das suas raízes hindus. Os teósofos, por exemplo, acreditam no karma e na reencarnação. Também James Van Praagh, que afirma ser um condutor psíquico para os biliões de pessoas que morreram ao longo dos séculos.

Digamos que alguém mata outro... num multibanco... Podem ser duas coisa. A pessoa que cometeu o crime usou o seu livre arbítrio para o fazer. Ou, e isto pode parecer estranho, pode tratar-se de uma situação kármica em que a pessoa assassinada teve de pagar o ter morto alguém numa anterior incarnação.

Van Praagh deixa claro que pensa que é o karma, não o livre arbítrio, que leva as pessoas a matarem-se umas às outras. Se Van Praagh está certo, podemos desmantelar os nossos sistemas de ética e de justiça criminal. Ninguém é realmente bom ou mau. É apenas o nosso karma. Ninguém é realmente responsável por nada do que faz. Somo apenas peões karmicos dançando com o destino. Mas porque é que um principio amoral como o karma deve ser apresentado como explicando a injustiça máxima num universo indiferente? Porque, diz Van Praagh, "Estamos nesta Terra para aprender lições. Esta é a nossa escola primária... Devemos passar certas lições para crescermos." De acordo com Van Praagh, a vida na terra é uma vida no purgatório. Estamos a sofrer dos nossos pecados, a evoluir as almas. Estas são as mesmas razões que os teólogos dão para a existência do mal num mundo alegadamente criado por um Deus todo-poderoso e todo-bondade.

Puxando um pouco as afirmações, hindus, teosofistas e teólogos (os que tentam justificar os desígnios do Senhor) todos apelam ao "mistério" de tudo isto. Mas não há mistério no mal se reconhecemos que não há propósito na vida, não há vida depois da morte, não há recompensas no Céu nem punições no Inferno, não há Nirvana. Embora possa não haver sentido na vida, pode haver vidas com sentido. A crença no karma, contudo, não é essencial para uma vida com sentido. De facto, o karma parece tornar a vida trivial, uma mera "lei" metafisica que reduz os humanos a criaturas desumanizadas, desprovidas de moral e responsabilidade. O Karma não permite que o mal que cai sobre si possa ser imerecido. Isto é uma verdade que os fracos não conseguem olhar de frente. O Karma não permite que o bem que recebe possa ser merecido. Isto é uma verdade que os impotentes e desadequados conseguem olhar.

Como tal noção se tornou uma verdade essencial numa das grandes religiões? Como ganhou audiência fora da Índia? É uma lei para carneiros. Não nos admiremos que os pastores a defendam. É uma lei para passivos, para os que não perturbam o status quo, que aceitam qualquer mal como "natural" e inevitável. Karma é uma lei para escravos, para conquistados, e não foram os escravos que inventaram os dogmas religiosos. Os seus donos sabiam o que faziam. Aceitar o mal que lhes aconteça. ser bom, isto é, aceitar as ordens do dono e comportar-se de maneira ordeira. Que camponês pensaria que devia ter havido uma primeira vida sem vidas passadas? Como funcionava o karma nessa altura? Se não funcionava ou não era necessário então, porque era necessário para as outras vidas? Os mestres teriam as respostas. Teem sempre. São os donos da linguagem. Usando o poder das palavras podem reconciliar leis inexoráveis com liberdade. Podem fazer as contradições parecerem tautologia. E se os mestres não tivessem as respostas, podiam sempre calar os que se atreviam a perguntar o que não compreendiam. É um mistério e toda a gente gosta de mistérios! E se isso não funcionasse havia sempre a morte. Geralmente isso cala os dissidentes e os perturbadores.

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Links

"Karma" - Hinduism Today
"Karma," por Paul Edwards em The Encyclopedia of the Paranormal editado por Gordon Stein (Buffalo,
N.Y.: Prometheus Books, 1996).

14 de setembro de 2009

Livres!



Somos livres...
Podem limitar-nos os movimentos, podem toldar-nos a visão, podem aprisionarem-nos o corpo e chicotear-nos as convicções...mas nunca, nunca poderão acorrentar a nossa vontade, o nosso espírito, o sonho e a esperança...a Liberdade da alma.
Somos livres.
Porque sonhamos.
Porque acreditamos.
E é por sermos livres que lutamos. Que choramos. Que tentamos, caímos, e nos levantamos uma e outra vez...com força e esperança redobrada no sonho que nos comanda a alma...
Somos Livres. Somos a chama ardente do Universo encarnada na matéria. Não há motivos para medos ou receios...
Porque somos livres!

10 de setembro de 2009

Esforço, Karma, Frutas e Jardins



Esforço

Você deve fazer um grande esforço. Esqueça o passado e confie mais em Deus. Nosso destino não é predestinado por Ele; nem o karma é o único factor, apesar de nossas vidas serem afectadas pelos nossos pensamentos do passado e pelas nossas actividades do passado. Se você não está feliz com a maneira que a vida está se tornando, mude o padrão. Eu não gosto de ouvir pessoas atribuindo o fracasso do presente a erros do passado; fazer isto é preguiça espiritual. Ocupe-se e trate do jardim da sua vida.

Paramahansa Yogananda, "Máximas de Paramahansa Yogananda"

Não posso deixar de me maravilhar com a forma como o Universo sempre nos responde. Porque ele responde sempre. É automático. Contudo nós só recebemos a resposta se estivermos na mesma sintonia, se estivermos alertas e de coração aberto...a resposta vem sempre porque a resposta existe em si mesma, ela É. Ela já lá está, mesmo antes de nós formularmos a nossa questão.
É como uma fruta de uma árvore. Ela existe por si mesma, não é consequência da nossa fome. Não é por nós sentirmos fome que a fruta se materializa á nossa frente. Ela existe em determinada árvore, e tem um momento certo de amadurecimento para ser colhida e ser saboreada. Se a tentarmos "arrancar" á força da árvore antes da altura certa, só vamos causar dor á fruta, á árvore e ao nosso estomago... Se a deixarmos lá demasiado tempo, ela apodrece e morre, pois não foi devidamente aproveitada e apreciada.
Assim são as respostas às nossas questões. Existem independentemente de nós formularmos a questão, mas não é apenas por nós formularmos a questão que elas nos são dadas...por vezes é necessário aguardar o tempo do amadurecimento, e estar atentos para não a deixar apodrecer... e para tudo isto temos que estar acordados e alertas.
Ando ás voltas com o Karma...e com outras coisas que não se estão a encaixar e que me estão a suscitar dúvidas e questões profundas. Antes de integrar eu tenho que sentir. E tenho que entender. Porque eu acredito que somos extensões do Universo, porque eu sinto que somos Mestres de Luz a caminhar de regresso á Unidade, a casa, após a separação total - um processo plenamente aceite por todos nós e necessário. Mas acima de tudo, porque eu continuo a acreditar no AMOR INCONDICIONAL. Se calhar sou ingénua...Mas é o que eu sinto no meu coração. É o que o meu Eu Superior me transmite. Por isso vou continuar a tratar do meu Jardim, para que as frutas sejam doces e sumarentas e sempre colhidas na devida altura.



No Ensinamento Budista o Karma é:

"para todo evento que ocorre, um outro se seguirá, cuja existência foi causada pelo primeiro, e este segundo evento poderá ser agradável ou desagradável se a sua causa foi benfazeja ou não."
Um acontecimento benfazejo é aquele que não é acompanhado por cobiça, resistência ou ilusão, um acontecimento incorrecto é aquele que é acompanhado por uma dessas coisas.
Um evento não é correcto por si só, mas é chamado assim apenas em virtude dos processos mentais que acompanham.
Frequentemente visto como uma coisa negativa ou "má" o Karma pode ser também positivo e "bom".
O karma é um constante equilíbrio de forças entre nós mesmos e o mundo em que vivemos. É um sistema dinâmico, auto-ajustável no qual existe um feedback constante de acordo com a maneira como aceitamos ou recusamos as nossas experiências em cada momento. A nossa reacção e atitude diante da experiência é mais importante que a própria experiência.
Logo, a Lei do Karma diz que a responsabilidade pelas acções incorrectas nasce da pessoa que as comete. Não está condicionado à crença na reencarnação, mas é parte dessa doutrina. Não é preciso acreditar em vidas prévias para o aceitar.
Karma significa "acção". Literalmente, alguma coisa "que inicia um movimento " em algum tempo no passado, tem um efeito em algum outro tempo. Portanto o Karma pode surgir da nossa vida actual tanto quanto de uma outra passada. Os termos "bom karma" e "mau karma" são usados no Budismo não no sentido de "bem e mal", e sim num sentido de (kushala) inteligente, habilidoso, beneficente e (akushala) não inteligente, inábil e prejudicial. Assim as acções são beneficentes quando elas são benéficas para a própria pessoa e para os outros, e consequentemente são motivadas não pela ignorância, apego e aversão mas, por sabedoria, renúncia ou desapego, e amor e compaixão.
O karma é uma acção intencional, consciente, deliberada e voluntária.

Original AQUI

2 de setembro de 2009

VOA!

Há 2 anos que este dia era sonhado, acarinhado, desenhado e redesenhado...
2 anos de um árduo caminho, passos separados, vislumbres apenas, horas e minutos contados, sempre limitados.
E sempre a mesma afirmação tua, repleta do poder de quem quer algo com toda a força da inocência "mas eu quero ficar contigo mãe!", sempre a mesma resposta minha, repleta do poder de quem quer algo com toda a força do seu ser "nós vamos ficar juntas meu amor, está quase!"
E tu minha linda Fada sorriste-me sempre, com toda a confiança do Universo reflectida no brilho do teu olhar.
...e dia após dia, este dia foi-se materializando, os contornos foram tornando-se mais nitidos, os detalhes mais vibrantes...Magia pura...
2 anos.
Hoje filha...hoje é o dia que esperamos há 2 anos. Hoje é o dia que ambas sonhámos, desenhámos e redesenhámos vezes sem fim...
Finalmente estamos juntas fisicamente...porque sempre o estivemos em todas as outras dimensões, sempre o sentimos e sempre o soubemos.
O teu primeiro dia na tua primeira escolinha é também o primeiro dia do resto das nossas vidas!
Voa! Pela estrada da vida, pelo caminho que escolheres...VOA minha fada! Acredita sempre em ti, TU ÉS o poder e a magia da luz estelar na Terra!

1 de setembro de 2009

De regresso a Eri

Este post faz parte da blogagem colectiva com o tema 'Dormir aqui e amanhecer em outro lugar', do Blog Vou de Coletivo .


A brisa do mar acordou-a, envolvendo-lhe a alma adormecida e chamando-a de volta ao corpo que a aguardava.
Ao longe, um Sol carmim renascia trazendo consigo o som estridente de aves reluzentes que rasgavam os céus numa saudação á vida.
A luz daquele Sol penetrava avermelhada na neblina eterea que a rodeava, lançando chamas de novas cores sobre o mundo em que se encontrava.
Abriu os olhos lentamente, experimentando a sensação de ver pela primeira vez. Aos poucos as memorias foram poisando e encontrando o seu lugar, como peças de um puzzle que se encaixam naturalmente.
Deixou-se ficar ainda por momentos deitada sobre a Terra molhada da noite, sentindo o seu ritmo entranhar-se e energizar as suas células, forçando-as a entrar na corrente da vibração universal.
Olhou o seu corpo pela primeira vez e maravilhou-se com a cor azul eléctrica que a pele acetinada irradiava. As pequenas escamas brilhantes que a revestiam eram quentes aos toque. Os cabelos compridos eram de um branco puro e luminoso, e caiam soltos pelas costas em ondas revoltas de perfeição.
Estava nua. As suas longas pernas acabavam em patas largas de 4 dedos cobertos de tufos de penas também brancas, e maravilhada descobriu que tinha garras poderosas e afiadas.
Tentou levantar-se, mas em vez disso elevou-se e pairou sob o rasto gravado na terra fecunda pelo seu corpo. Foi só então que se apercebeu das asas que lhe rompiam as costas e que batiam agora suavemente. Por momentos atrapalhou-se sem saber como controlar os seus movimentos, mas rapidamente se apercebeu que seria o mesmo que movimentar um dos outros 4 membros.
Sorriu.
Tudo lhe pareceu natural.
Até as 4 Luas de cores e tamanhos diferentes que se mostravam esplendorosas no céu, como se irradiassem a sua própria luz e assim não pudessem ser apagadas pela luz estranha daquele Sol cujo carmim era agora ainda mais vivo.
Tentou vocalizar e assustou-se imediatamente com o chilreado que emitiu, num tom baixo mas muito nítido, com vibrações distintas e uma entoação sonante. Apercebeu-se instintivamente da complexidade daqueles sons, e que deveria ter cuidado na sua utilização pois correspondiam exactamente ao que pensava no momento. A palavra mentira aflorou-lhe a mente, mas não sabia de onde vinha nem o que significava e por isso esqueceu-a instantaneamente.
Sentia apenas uma enorme alegria por estar de volta e ansiava agora encontrar...encontrar quem? Não se lembrava. Mas sabia que tinha de ir... onde?
Abanou a cabeça perplexa com tudo aquilo.
Que mundo era aquele em que acordara?
Porque nada lhe parecia estranho?
E porque é que não conseguia recordar-se de praticamente nada que antecedesse aquele despertar?
Mirou-se naquele mar de águas negras, como se a sua imagem lhe pudesse devolver algo que perdera... e ao olhar-se nos olhos sem cor do seu reflexo, assustou-se e caiu...
Aterrou na cama, erguendo-se de imediato e acendeu a luz...tocou-se a medo e descobriu-se humana...as lágrimas incendiaram-lhe os olhos inundados de uma súbita saudade...sonhara...

28 de agosto de 2009

Não...mas NÃO mesmo ;)


Ao comentar este texto do Antonio José Rosa no seu Blog Cova do urso, saiu-me este texto que aqui deixo ficar...
Esqueci-me apenas de dizer-te António...Não, mas NÃO mesmo ;)
Quem ainda não leu recomendo que leiam primeiro o artigo dele para que se entenda a minha resposta. Estamos a falar de política, as próximas eleições e a oposição, partidos politicos, que temos...

Oposição? Qual oposição? Só para rir...ainda não vi/ouvi nenhum dos partidos da oposição a apresentar soluções, criticas construtivas, alternativas, novas visões...e para mim oposição é isso mesmo. Não basta dizer que não concordamos, que está mal feito, que podia ser melhor...onde está a oposição estruturada em visões válidas? Onde anda a politica ao serviço do bem comum, dos cidadãos e cidadãs, ao serviço do desenvolvimento sólido e equilibrado das múltiplas estruturas que sustentam a nossa sociedade? ... A democracia começa em cada um de nós. O civismo começa em cada um de nós. O respeito, a consideração, a ética, a mudança...começa em cada um de nós individualmente...depois propaga-se, espalha-se, contagia :) Não podemos continuar á espera que os políticos, partidos e governos façam a papinha toda por nós. Eles são espelho de nós, daquilo que nós somos... da sociedade que diariamente nós construimos com as nossas opções, cedências, acções, desejos, anseios, submissões e desistências... Já está na hora de acordar, de assumir responsabilidades e assumir o poder que cada um de nós tem. É fácil criticar a política e os políticos...mas será que podemos exigir a estes seres aquilo que nós mesmos não somos capazes de fazer no nosso dia a dia? Porque será que Portugal está a passar por esta situação? Porque será que temos os políticos que temos?
Quantos de nós defendem a verdade a todo o custo? Quantos de nós são éticos e puramente desinteressados nas suas acções diariamente? Quantos de nós compactuam com injustiças, com situações dolorosas, com crueldade? Quantos de nós preferem ficar em frente á TV quando o nosso tempo é precioso para outros (família, animais, solidariedade social, etc?)
Não é nada fácil olhar-mo-nos ao espelho...
Eu continuo a acreditar que é possível. Eu continuo a acreditar no poder que cada ser humano tem, e no que tem de bom...Acredito na politica, na politica verdadeira, não na farsa que todos nós ajudámos a criar.
Eu vou votar. Votar é um direito. É um direito conquistado com lágrimas, suor e sangue pelos nossos antepassados, quem sabe por alguns de nós também? Votar é um dever cívico...é uma das formas de participação activa. Votar é também uma arma...no dia em que os votos em branco forem a larga, esmagadora maioria, talvez uma mensagem bem clara passe...
Neste momento, receio por Portugal...
Peço desde já desculpa se o meu comentário ferir a susceptibilidade de alguém, não é essa a minha intenção.
Entendam que em cada palavra minha há um profundo amor por este país, por todos nós e pelo planeta.

24 de agosto de 2009

Parabéns ERIDANIS! 2 anos :)


No dia 24 de Agosto de 2007, ás 17h21m, nascia o Blog ERIDANIS.
Sol em Virgem e Ascendente Capricórnio...o resto ainda não tive tempo para descortinar :)

O nome deste Blog deriva da Constelação de Eridanus...não era de todo o nome que eu pensava escolher, mas quando "tropecei" nesta constelação soube instintivamente que era este o nome a dar e acreditei que mais cedo ou mais tarde entenderia a razão. Era um nome estranho, mas para mim tinha o som reconfortante dos meus sonhos.
Obrigada a todos os que possibilitam, ajudam, contribuem, partilham, observam, esta minha caminhada!


Este texto veio parar-me ás mãos já este ano...pode ser encontrado no Almanaque Pagão Mandrágora (Zéfiro) e Eridanis confirmou-se ser efectivamente o único nome possível...


Olhando para o espaço celeste entre Leste e Sul, de 21 de Dezembro a 20 de Março, tem-se o mapa de constelações visíveis mais importantes do Inverno: Canis Major, Oríon, Eridanus e as Plêiades.
Eridanus é uma das mais longas constelações do céu. Tão longa que fazia dizer Eratostenos que ele era o único que corria de Sul para Norte, lembrando a lenda gnóstica do baptismo de Jesus quando as águas do Jordão fluíram em direcção oposta de regresso ás origens. Este é por isso o Rio da Memória onde Phaeton, o auriga do Sol, caiu pagando a sua ousadia por uma espécie de auto-sacrifício, mergulhando como o Anjo Shamiaza no fundo da memória de Eridanus para sempre. Os povos antigos viam Eridanus envolver todas as terras do mundo conhecido, numa época em que a clarividência natural ainda estava disponível à humanidade e se sentia cercada pelas forças do Céu e do Éter Infinito trazendo o pneuma da antiga memória. De certa forma, estamos envolvidos por este rio de memória e não o vemos. No Inverno, em contraste a tudo que parece estar a mineralizar e morrer, emerge a Memória da Terra anterior a esta terra, a Antiga Hiperbória. Então ela pode ser de novo resgatada atravessando o Eridanus na companhia de Oríon e seu Cão. Quem faz esta viagem iniciática sai deste mundo obsoleto dos homens e perde-se para sempre no mistério do Além e do Inominável.




Factos cientificos:
A constelação de Eridanus (Rio Eridano) é uma constelação bastante extensa (é a sexta maior constelação). O Rio Eridano "começa" perto da estrela Rigel (constelação de Orion) e termina em alfa-Eri. Faz fronteira com as constelações de Orion , Taurus , Cetus, Fornax , Phoenix , Tucana, Hydrus, Horologium, Caelum e Lepus. Para um observador localizado no Hemisfério Norte Eridanus pode identificar-se a partir de constelações facilmente identificáveis como por exemplo Orion, Lepus e Taurus.

Achernar (alfa-Eri) é, com uma magnitude aparente de 0.5, a estrela mais brilhante da constelação de Eridanus e a oitava estrela mais brilhante do céu nocturno. Esta estrela da sequência principal com 6 a 8 massas solares dista cerca de 144 anos luz do Sol. Tem a particularidade de ser a estrela menos esférica estudada até a data. De facto, Achernar roda tão rápido que o seu diâmetro equatorial é cerca de 50% superior ao seu diâmetro polar.

beta-Eri, também conhecida por Cursa ou Dhalim, é uma estrela gigante situada na extremidade norte da constelação de Eridanus. Esta estrela tem magnitude aparente 2.8e dista cerca de 90 anos luz do Sol. É apontada como um possível membro do hipotético superenxame de Sírius do qual fazem também parte estrelas como Sírius (alfa-CMa), Menkalinan (beta-Aur), Gemma (alfa-CrB), Al Sharasif (beta-Crt) e beta-Ser.

Sadira (epsilon-Eri) é uma estrela da sequência principal e de classe espectral K2. Situa-se a apenas 10.5 anos luz do Sol sendo, portanto, uma das estrelas mais próximas. É muito estudada, não só devido à sua proximidade mas também pelo facto de apresentar algumas semelhanças com o nosso Sol (massa próxima de 0.85 massas Solares, raio aprox. 0.84 raios solares e luminosidade de 0.28 vezes a luminosidade do Sol). Roda sobre si própria a cada 12 dias, ou seja, ao dobro da velocidade de rotação do Sol.

Em 1988 foi detectado em torno desta estrela um disco de poeira a uma distância comparável à da cintura de Kuiper no caso do Sol mas com uma massa cerca de 1000 vezes superior. A cintura de poeiras é interrompida acerca de 35 Unidades Astronómicas (UA) do centro o que pode querer dizer que o sistema formou planetas nessa região. Até a data forma detectados dois potenciais planetas: epsilon-Eri-b (com uma órbita de raio 3.39UA e um período de 2500 dias) e epsilon-Eri-c (com uma órbita de raio 40UA e um período de 280 anos)

Keid (omicron2-Eri ou 40 Eri) é um sistema estelar triplo a cerca de 16 anos luz de distância. A componente primária do sistema, 40 Eri A, é uma estrela da sequência principal com uma tonalidade vermelho-laranja e de classe espectral K1, facilmente visível a olho nu. 40 Eri B é uma anã branca (a primeira a ser descoberta) de magnitude aparente 9 (tipo espectral DA4). 40 Eri C é uma anã vermelha de magnitude aparente 11 e classe espectral M4.5.

NGC 1291 é uma galáxia espiral barrada situada a uma distância de 33 milhões de anos luz. Trata-se de uma galáxia notável pela sua barra interior pouco vulgar bem como pela sua estrutura exterior em forma de anel . Com uma magnitude aparente de 8.5 é o objecto de céu profundo mais brilhante da constelação de Eridanus. No entanto em pequenos telescópios deve apresentar-se apenas como uma pequena mancha.

Visibilidade da Madeira - A constelação de Eridanus chega a estar completamente acima do horizonte do ponto de vista de um observador localizado na Região Autónoma da Madeira. No entanto, a parte mais setentrional da constelação, fica sempre muito próxima da linha do horizonte pelo que na realidade apenas a secção central e meridional da constelação é verdadeiramente acessível para observação astronómica. A estrela beta-Eri sobe acima dos 50º, ao passo que, por exemplo, iota-Eri, sobe apenas até aos 17º e alfa-Eri, situada no limite Sul da constelação, praticamente não passa da linha do horizonte.

14 de agosto de 2009

KWAN YIN


OM MANI PADME HUM OM MANI PADME HUM OM MANI PADME HUM

Com infinita humildade e gratidão, eu invoco-te Mestra Ascensa Kwan Yin, que Te revelaste como minha Guia do momento actual, para que eu aprenda como equilibrar o meu carma e cumprir os planos divinos com serviço amoroso à vida e a aplicação da chama violeta pela ciência da Palavra falada.

Tu, que vieste na comitiva do meu Guia e Mestre Ascenso SANAT KUMARA, ajuda-me neste momento da minha vida, para que as minhas acções sejam as correctas e perfeitamente alinhadas com a ordem do Universo. Ajuda-me a ajudar e a perdoar. Ajuda-me a não julgar e a servir com humildade. Ajuda-me a transmutar a dor e centrar-me no desapego. Ajuda-me a crescer e a realizar na Terra o Plano Divino, pois Eu Sou, Eu Sou Eu Sou.

OM MANI PADME HUM OM MANI PADME HUM OM MANI PADME HUM


MESTRA KWAN YIN (original Aqui)

A Salvadora Compassiva
Kwan Yin é a Salvadora Compassiva do Leste. Por todo o Oriente altares dedicados a esta Mãe da Misericórdia podem ser achados em templos, casas e grutas nos caminhos. Orações à Presença dela e à sua Chama estão incessantemente nos lábios dos devotos à medida que buscam orientação e socorro em todas as áreas da vida.
Muito presente na cultura oriental, Kwan Yin tem despertado interesse em seu caminho e ensinamento entre um número crescente de devotos ocidentais, que reconhecem a poderosa presença da "Deusa da Misericórdia", junto com a da Virgem Maria, como iluminadora e intercessora da Sétima Era de Aquário.
A longa história de devoção a Kwan Yin mostra-nos o caráter e o exemplo desta Portadora de Luz que não somente dedicou sua vida a seus amigos, mas sempre assumiu o papel de intercessora e redentora. Durante séculos, Kwan Yin simbolizou o grande ideal do Budismo Mahayana em seu papel de bodhisattva (chinês p'u-sa), literalmente, "um ser de bodhi, ou iluminação", destinado a se tornar um Buda, mas que renunciou ao êxtase do nirvana, como um voto para salvar todas as crianças de Deus.
O nome Kwan Shih Yin, como é freqüentemente chamada, significa literalmente "aquela que considera, vigia e ouve as lamentações do mundo". Segundo a lenda, Kwan Yin estava para entrar no céu, porém parou no limiar ao ouvir os gritos do mundo.
Existe ainda muito debate acadêmico relativo à origem da devoção à bodhisattva feminina Kwan Yin. Ela é considerada a forma feminina de Avalokitesvara, bodhisattva da misericórdia do Budismo indiano, cuja adoração foi introduzida na China no terceiro século.
Estudiosos acreditam que o monge budista e tradutor Kumarajiva foi o primeiro a se referir à forma feminina de Kwan Yin, em sua tradução chinesa do Sutra do Lótus, em 406 A.C.. Dos trinta e três aparecimentos do bodhisattva mencionados em sua tradução, sete são femininos. (Devotos chineses e budistas japoneses desde então associaram o número trinta e três a Kwan Yin.)
Embora Kwan Yin tenha sido retratada como um homem até o século X, com a introdução do Budismo Tântrico na China no século oitavo, durante a dinastia T'ang, a imagem da celestial bodhisattva como uma bela deusa vestida de branco era predominante e o culto devocional a ela cresceu em popularidade. No século nono havia uma estátua de Kwan Yin em cada monastério budista da China.
Apesar da controvérsia acerca das origens de Kwan Yin como um ser feminino, a representação de um bodhisattva, ora como deus, ora como deusa, não é inconsistente com a doutrina budista. As escrituras explicam que um bodhisattva tem o poder de encarnar em qualquer forma - macho, fêmea, criança e até animal - dependendo da espécie de ser que ele procura salvar. Como relata o Sutra do Lótus, a bodhisattva Kuan Shih Yin, "pelo recurso de uma variedade de formas, viaja pelo mundo, conclamando os seres à salvação". *
Pela lenda do século XII , do santo budista Miao Shan, a princesa chinesa que viveu em aproximadamente 700 A.C. e que se acredita tenha sido Kwan Yin, reforça a imagem da bodhisattva feminina. Durante o século XII monges budistas estabeleceram-se em P'u-t'o Shan – a ilha-montanha sagrada no Arquipélago de Chusan, ao largo da costa de Chekiang, onde se acredita tenha Miao Shan vivido por nove anos, curando e salvando marinheiros de naufrágios - e a devoção a Kwan Yin espalhou-se ao longo do norte da China.
Essa ilha pitoresca tornou-se o centro principal de adoração à Salvadora misericordiosa; multidões de peregrinos viajavam dos mais remotos cantos da China e até mesmo da Manchúria, Mongólia e Tibet para assistir ali às cerimônias religiosas. Houve época em que havia mais de cem templos na ilha e mais de mil monges. As tradições narram inúmeras aparições e milagres de Kwan Yin na ilha, sendo relatado que ela aparecia aos fiéis em uma certa gruta local.
Na seita "Terra Pura" do Budismo, Kwan Yin faz parte de uma tríade governante que é representada freqüentemente em templos e é um tema popular na arte budista. Nessas pinturas o Buda da Luz Ilimitada – Amitabha (chinês A-mi-t'o Fo e japonês Amida) está no centro; à sua direita está o Bodhisattva da força ou poder, Mahasthamaprapta ,e à sua esquerda está Kwan Yin, personificando a misericórdia infinita.
Na teologia budista, Kwan Yin é às vezes representada como comandante do "barco da salvação", guiando almas ao paraíso oriental de Amitabha ou Terra Pura - a terra do êxtase onde almas podem renascer para receber instruções contínuas no sentido de alcançar a iluminação e a perfeição. A jornada à Terra Pura é freqüentemente representada em xilogravuras mostrando barcos cheios de seguidores de Amitabha, sob o comando de Kwan Yin.

Amitabha, uma figura muito amada por budistas que desejam renascer em seu paraíso oriental e libertar-se da "roda do renascimento", é tido, num sentido espiritual ou místico, como o pai de Kwan Yin. Lendas da escola Mahayana relatam que Avalokitesvara nasceu de um raio de luz branca emitido pelo olho direito de Amitabha, quando mergulhado em êxtase.
Assim, Avalokitesvara, ou Kwan Yin, é considerada como o "reflexo" de Amitabha - uma encarnação posterior de "maha karuna" (grande misericórdia), a qualidade que Amitabha personifica em seu mais elevado sentido. Muitas figuras de Kwan Yin podem ser identificadas pela presença de uma pequena imagem de Amitabha em sua coroa. Acredita-se que a misericordiosa redentora Kwan Yin expressa a compaixão de Amitabha de uma forma mais direta e pessoal, e que as preces a ela dirigidas são atendidas mais rapidamente .
A iconografia de Kwan Yin a descreve de muitas formas, cada uma revelando um aspecto único de sua misericordiosa presença. Como a sublime Deusa da Misericórdia, cuja beleza, graça e compaixão vieram a representar o ideal de feminilidade do Oriente, ela é retratada freqüentemente como uma mulher esbelta em um esvoaçante manto branco, carregando em sua mão esquerda um lótus branco, símbolo de pureza. Está enfeitada com ornamentos simbolizando suas realizações como bodhisattva, ou é mostrada sem ornamentos, como um sinal de sua grande virtude. A figura de Kwan Yin é retratada freqüentemente como "doadora de crianças" que são encontradas em casas e templos. Um grande véu branco cobre sua forma inteira e ela pode estar sentada em um lótus. Freqüentemente ela é representada com uma criança em seus braços, próxima a seus pés, ou sobre seus joelhos, ou, ainda, com várias crianças ao seu redor. Neste papel, a ela se referem como "a honrada de branco vestida". Às vezes estão à sua direita e à sua esquerda dois auxiliares, Shan-ts'ai Tung-tsi, o "homem jovem de capacidades excelentes", e Lung-wang Nu, a "filha do Dragão-rei".

Kwan Yin também é conhecida como a bodhisattva protetora de P'u-t'o Shan , senhora do Mar do Sul e protetora dos pescadores. Como tal, ela é mostrada cruzando o mar sentada ou em pé sobre um lótus ou com seus pés na cabeça de um dragão.
Como Avalokitesvara, ela também é descrita com mil braços e números variados de olhos, mãos e cabeças, às vezes com um olho na palma de cada mão, e é chamada "bodhisattva de mil braços, de mil olhos". Nessa forma ela representa a mãe onipresente, olhando simultaneamente em todas as direções, sentindo as aflições da humanidade e estendendo seus muitos braços para as aliviar com expressões infinitas de sua misericórdia.
Os símbolos característicos associados a Kwan Yin são um galho de salgueiro, com o qual ela esparge o néctar divino da vida; um vaso precioso, simbolizando o néctar da compaixão e da sabedoria, traços do bodhisattva; uma pomba representando a fecundidade; um livro ou um pergaminho de orações que ela segura em sua mão, simbolizando o dharma (ensinamentos) do Buda ou o sutra (texto budista) o qual Miao Shan, dizia-se, recitava constantemente; e um rosário adornando seu pescoço, através do qual ela clamava aos Budas por socorro.
Imagens de Avalokitesvara freqüentemente mostram-na segurando um rosário; descrições de seu nascimento afirmam ter ela nascido com um rosário cristalino branco em sua mão direita e uma flor branca de lótus na esquerda. É ensinado que as contas do rosário representam todos os seres vivos e o manuseio delas simboliza que Avalokitesvara os está conduzindo para fora de seu estado de miséria e da roda de repetidos renascimentos para o nirvana.
Atualmente Kwan Yin é reverenciada por taoístas e também pelos budistas Mahayana - especialmente em Taiwan, Japão e Coréia, e novamente em sua pátria, a China, onde a prática do Budismo havia sido suprimida durante a Revolução Cultural comunista (1966-69). Ela é a protetora das mulheres, dos marinheiros, dos comerciantes, dos artesãos e daqueles que se encontram sob perseguição criminal, e é invocada particularmente por aqueles que desejam progênie. Amada como a figura da Mãe e mediadora divina que está muito próxima dos negócios diários de seu devotos, o papel de Kwan Yin como madona budista tem sido comparado ao de Maria, a mãe de Jesus, no Ocidente.
Há uma confiança implícita na graça salvadora e poderes curadores de Kwan Yin. Muitos acreditam que até mesmo a mera invocação de seu nome a traz imediatamente ao lugar do chamado. Um dos mais famosos textos associados à bodhisattva, o antigo Sutra do Lótus, cujo vigésimo quinto capítulo, dedicado a Kwan Yin, e conhecido como o "Sutra de Kwan Yin" descreve treze casos de desastres iminentes - de naufrágios a incêndios, prisões, ladrões, demônios, venenos fatais e aflições cármicas - nas quais o devoto é salvo quando se entrega ao poder de Kwan Yin. O texto é recitado muitas vezes, diariamente, por aqueles que desejam receber os benefícios prometidos. Os devotos invocam o poder e a misericordiosa intercessão da Bodhisattva com o mantra OM MANI PADME HUM - "salve a jóia no lótus", ou, como também tem sido traduzido, "salve Avalokitesvara, que é a jóia no coração do lótus no coração dos devotos". Através do Tibete e Ladakh, budistas têm inscrito OM MANI PADME HUM em pedras lisas de oração, chamadas "pedras mani", como ofertas votivas a Avalokitesvara. Milhares dessas pedras têm sido usadas para construir muretas-mani que ladeiam as estradas que dão ingresso a aldeias e monastérios.
Acredita-se que Kwan Yin freqüentemente aparece no céu ou nas ondas para salvar aqueles que a invocam quando em perigo. Histórias pessoais podem ser ouvidas em Taiwan, por exemplo, de pessoas que a viram durante a Segunda Guerra Mundial aparecendo no céu como uma jovem, agarrando as bombas e cobrindo-as com as suas vestes brancas para que não explodissem.
Assim , altares dedicados à Deusa da Misericórdia são encontrados em todos os lugares - lojas, restaurantes, até mesmo em para-lamas ou painéis de carros. Nas casas ela é venerada com o tradicional "pai pai", um ritual de oração que usa incenso, e também com o uso de quadros de oração – folhas de papel com fotos de Kwan Yin, flores de lótus ou pagodes e guarnecidas com centenas de pequenos círculos. Com cada série de orações recitadas ou sutras lidos, em uma novena para um parente, amigo, ou em causa própria, outro círculo é completado. O quadro tem sido descrito como um "Navio de Salvação" por meio do qual almas que partiram são salvas dos perigos do inferno e aquelas sinceras são transportadas com segurança ao céu de Amitabha. Juntamente com os cultos elaborados com litanias e orações, a devoção a Kwan Yin está expressa na literatura popular em poemas e hinos de louvor.
Os seguidores devotos de Kwan Yin podem freqüentar templos locais e podem fazer peregrinações a templos maiores em ocasiões importantes ou quando sofrem com um problema especial. Os três festivais anuais realizados em sua honra acontecem no dia dezenove do segundo mês (celebrado como o seu aniversário), do sexto mês, e do nono mês do calendário lunar chinês.


Na tradição da Grande Fraternidade Branca Kwan Yin é conhecida como a Mestra Ascensionada que carrega a função e o título de "Deusa da Misericórdia" porque ela personifica as qualidades divinas da lei da misericórdia, compaixão e perdão. Ela passou por numerosas encarnações antes de sua ascensão há milhares de anos e aceitou o voto de bodhisattva para ensinar aos filhos de Deus não ascensionados como equilibrar seus carmas e cumprir seus planos divinos com serviço amoroso à vida e a aplicação da chama violeta pela ciência da Palavra falada.
Kwan Yin é originária do planeta Vênus e chegou à Terra juntamente com a comitiva de Sanat Kumara há 16 milhões de anos, quando este tomava posse como Senhor do Mundo, na regência da Terra. Como Mestra de Saint Germain , ela o acompanhou e inspirou em suas inúmeras missões na Terra, com a intenção de ajudar a humanidade em sua elevação.Kwan Yin precedeu o Mestre Ascensionado Saint Germain como Chohan (Senhor) do Sétimo Raio de Liberdade, Transmutação, Misericórdia e Justiça e ela é uma de sete Mestres Ascensionados que atuam no Conselho Cármico, um conselho de justiça que é o mediador do karma das evoluções de Terra - dispensando oportunidade, misericórdia e os verdadeiros íntegros julgamentos de Deus a cada corrente de vida na Terra. Ela é a hierarca do Templo etérico da Misericórdia situado sobre Pequim, na China onde ela mantém o foco de luz da Mãe Divina em favor dos filhos da antiga terra da China, as almas da humanidade, e os filhos e filhas de Deus.

Sugerimos o livro "A DEUSA DA COMPAIXÃO E DO AMOR - O culto místico de Kwan Yin" de John Blofeld