“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

21 de dezembro de 2010

Marte, o meu momento, e Boas Festas


(Este é um post muito pessoal. Contudo, senti necessidade de registar este momento.)

Parabéns ao meu Marte ;)

A partir de hoje e até dia 9 de Janeiro, Marte estará na exacta posição que estava quando nasci. Marte em conjunção com Marte natal...a transitar pela minha casa IV (Capricórnio).

M
arte representa a energia que colocamos em tudo e a força que usamos para abrir os nossos próprios caminhos. A sua posição no nosso mapa Mapa indica o sector da vida onde essa força mais se evidenciará, será por assim dizer o "campo de batalha", no sentido que teremos de lutar e enfrentar grandes desafios que exigirão coragem. Como em qualquer batalha, esperam-se ferimentos mas também conquistas.
Marte é o regente do signo Carneiro, na Mitologia, é o Deus da guerra... mesmo não podendo vencer em todas as situações, não devemos perder de vista o Herói e o Guerreiro que existe dentro de cada um de nós.

É sem dúvida altura de decisões, de limpeza, de enfrentar fantasmas e resolver de uma vez por todas um dos meus nós kármicos. Com Mercúrio a transitar também na casa IV há uma necessidade crescente de silêncio, de recolhimento...impõe-se uma questão: que coisas poderiam ou deveriam ser mudadas dentro de casa? Sendo esta casa a casa da Família e do lar...mas também a "nossa"casa.

Esta é uma fase crucial de crescimento e aprendizagem...mas também de aplicação do que foi apreendido entretanto, com experiências passadas. Há um grande apelo á mudança e reestruturação - inevitáveis - a acontecer neste sector, mas também um aviso para que se tenha alguma contenção e cuidado. Não vai ser fácil ... para atingir os objectivos traçados há que caminhar o caminho das pedras novamente, desta vez com uma consciência e presença diferentes.
As mudanças não acontecem de um momento para o outro, são processos que demoram o seu tempo, e há que reconhecer os seus vários estágios de forma a que o risco sempre envolvido seja minimizado...ou pelo menos esperado. Para transpôr os abismos necessitamos de construir pontes, e para as construirmos precisamos de ter recursos - matéria prima. Os obstáculos, se saltados, nunca serão removidos...continuarão a existir e mais tarde ou mais cedo ressurgirão no nosso caminho exigindo uma solução.
A consciência traz responsabilidade. Crescer é isso mesmo. É tornar-mo-nos conscientes e responsáveis do e pelo nosso caminho. É aprendermos a conhecer de onde vimos, reconhecer onde estamos e sabermos para onde queremos ir, e como poderemos ir; olharmos-nos ao espelho e conhecermos tão bem a nossa luz como as nossas sombras.
Não há rede de segurança. Não há colo. Olhos vendados pois tudo o que necessitamos ver está dentro de nós. O silêncio impõe-se, pois a voz que necessitamos de ouvir é a do nosso coração.
Dar o passo exige a coragem e a fé de quem não sabe, mas sente...e acredita!

OSHO - Orientação (carta 70)
Você sente necessidade de procurar orientação, porque não sabe que o seu guia interior está escondido dentro de você. É necessário encontrar esse guia interior, que eu chamo de "a sua testemunha". Chamo também de "o seu dharma", seu buda intrínseco. É preciso acordar esse buda, e a sua vida será banhada de bênçãos, de graças. Sua vida tornar-se-á radiante de bem, de divindade, muito mais do que você seria capaz de imaginar. É quase como luz. Se o seu quarto está escuro, basta trazer luz. Até uma pequena vela servirá: toda a escuridão desaparece. Tendo uma vela, você saberá onde fica a porta. Não precisará pensar: "Onde está a porta?". Só quem é cego pergunta onde está a porta. Gente que tem olhos e dispõe de luz nem pensa nisso. Alguma vez você já se perguntou onde fica a porta...!? Você simplesmente levanta e sai. Não dedica um pensamento sequer a semelhante questão. Nem começa a tatear procurando a porta, ou a bater a cabeça contra a parede. Você simplesmente vê, e não existe nem mesmo um lampejo de pensamento: você simplesmente sai.

Osho God is Dead: Now Zen is the Only Living Truth Chapter 7

Comentário:

A figura angelical que aparece nesta carta, com asas coloridas como o arco-íris, representa o guia que cada um de nós traz dentro de si. Como acontece com a segunda figura, no plano de fundo, algumas vezes nós podemos relutar em confiar nesse guia quando ele se manifesta, porque estamos acostumados a receber nossos "sinais" mais do mundo exterior do que de dentro de nós mesmos.
A verdade do seu próprio ser mais profundo está tentando mostrar-lhe o caminho a seguir neste exacto momento, e, quando esta carta aparece, significa que você pode confiar na orientação interior que lhe está sendo dada. Esta orientação vem por meio de sussurros, e algumas vezes podemos hesitar, sem saber se compreendemos correctamente. As indicações, porém, são claras: seguindo o seu guia interior você se sentirá mais pleno, mais integrado, como se estivesse se movimentando a partir do centro do seu próprio ser. Se você a acompanhar, essa célula de luz o conduzirá exactamente para onde você precisa ir.

Tudo dito. Caros amigos e leitores, desejo a todos que esta época seja vivida como devem ser vividos todos os dias das nossas vidas, plenos de amor, felicidade, luz e paz!



17 de dezembro de 2010

Natal...?


Este é um post sobre Natal. Não é socialmente correcto nem o habitual blablabla da época. Peço imensa desculpa mas não posso ir contra a minha natureza...Algumas das imagens utilizadas são chocantes. Já todos as conhecemos...e se o Natal é a época por excelência da "bondade" a verdade é que também é uma época em que pura e simplesmente as esquecemos.
Certa ou errada, a minha felicidade nunca será completa enquanto existirem crianças e animais a sofrer neste mundo...sim, celebro o Natal em reunião familiar. Sim compro presentes para as crianças. Participo. Mas esta é uma época em que a hipocrisia é tanta, que eu fico doente.

Oiço dizer que é Natal.
Há luzes nas montras pejadas de artigos que gritam para ser comprados.
Há uma azáfama nas ruas, nos centros,
pessoas de caras fechadas contrastando com crianças encantadas...
Parece um filme a que assisto, ano após ano...
É o Música no Coração dos nossos dias...repetido vezes sem conta.
Natal...já o vivi intensamente quando era criança.
Hoje, vivo-o através dos olhos de duas crianças...
e esforço-me para que elas sintam realmente o espírito de Natal, vulgo compaixão, todos os dias do ano e não só na época a que chamam Natal.
Oiço vezes sem conta..."Natal é todos os dias" e "Natal é quando um homem quer" ...
Que pena que não queiram todos os dias.
Que pena que alguns calendários se resumam a estes 15 parcos dias...
Falam-me do Natal...e eu olho em meu redor, para o Mundo que me acolheu nesta jornada. E não vejo o Natal. Se não o vejo nos outros dias, como posso vê-lo agora?
Pergunto-me se é Natal para as crianças com fome, maltratadas, negligenciadas, sem familia nem amor. E será Natal para os idosos descartados em camas de Hospitais lotados, esquecidos e condenados? É Natal para os que dormem em caixas de cartão...? E para os animais abandonados nas ruas geladas? E para os animais largados em canis municipais, que apenas receberão a morte como presente através de uma injecção? E para o planeta, doente, explorado, esburacado, consumido até á exaustão...também é Natal?
É Natal, dizem. Mas para quem o sente e pratica diariamente...mais parece um circo...uma montra, fachada de vaidades e desperdícios.

O Natal é uma época de redenção... a derradeira desresponsabilização de cada um pelo que não fez, disse, ou sentiu durante o ano inteiro. É a redenção...socialmente correcta e bem vista.

O Natal por aqui é das crianças. Que já sabem que o Pai Natal só pode trazer uma prenda para cada uma pois há muitas crianças no Planeta. Também já sabem que os pais só dão segundo as suas possibilidades pois já conhecem o valor do dinheiro e o quanto custa a ganhar. Mais que isso, sabem que há muitas crianças que não podem ter um brinquedo, por isso, para receberem sabem que têm de partilhar o que têm com quem não tem. O espírito de Natal é uma aprendizagem e prática diárias...e não sazonais. No fundo é a tão famigerada compaixão que é esquecida todo o ano para ser hasteada como uma bandeira num único dia...desculpem, hipocrisia...
Cabe-nos a nós darmos ás nossas crianças as ferramentas que lhes permitam poder dizer com toda a verdade que Natal é todos os dias.
Nesse dia, quando for Natal todos os dias, talvez esta quadra volte a fazer sentido...pelo menos para mim.
Já agora...viva o consumismo desenfreado...vejam onde e a que custo são fabricados os tão procurados iphones, Ipads, smartphones, consolas de jogos, tinteiros, portáteis, etc etc...bora visitar a fábrica ...

16 de dezembro de 2010

Entrevista a Astrid Annabelle no Cova do Urso


Hoje é um dia mágico!
A Astrid Annabelle vai estar no Cova-do Urso!
Uma entrevista única, imperdível!

Venham comigo!


Astrid, um Dragão especial para ti...
Colorido, simpático, sorridente e inocente...
é o meu presente para a tua criança interior!




13 de dezembro de 2010

Tarot Osho Zen: 49. Amistosidade

Primeiro dedique-se à meditação, atinja a bem-aventurança, e então muito amor se manifestará de maneira espontânea. Nessa condição, é belo estar com os outros e belo também é estar sozinho. É simples também. Você não depende dos outros e também não torna os outros dependentes de você. O que existe é sempre amizade, amistosidade. A coisa nunca se transforma numa relação; continua sendo uma afinidade.

Você convive, mas não cria um casamento. O casamento nasce do medo, a afinidade nasce do amor.
Você estabelece um relacionamento; enquanto as coisas andarem bem, você compartilha. Se você percebe que é chegado o momento de partir porque os caminhos se separam numa encruzilhada, você diz adeus com uma enorme gratidão por tudo que o outro foi para você, por todas as alegrias, todos os prazeres, e por todos os belos momentos compartilhados juntos. Sem nenhum sofrimento, sem nenhuma dor, você simplesmente se afasta.

Osho The White Lotus Chapter 10

Comentário:

Os ramos destas duas árvores floridas estão entrelaçados, e as suas pétalas caídas misturam-se no chão, com suas belas cores. É como se o céu e a terra estivessem interligados pelo amor. As árvores se erguem individualmente, cada qual enraizadas no solo, em sua própria conexão com a terra. Desse ponto de vista, simbolizam a essência dos verdadeiros amigos, maduros, cooperativos entre si, espontâneos. Não existe nenhuma ansiedade na ligação entre eles, nenhuma carência, nenhuma vontade de transformar o outro em alguma coisa diferente.
Esta carta indica uma prontidão para entrar nesta qualidade de amistosidade. Ao fazê-lo, você poderá notar que não está mais interessado nos diferentes tipos de dramas e romances em que as outras pessoas estão empenhadas. Não se trata de uma perda. É o surgimento de uma disposição de espírito mais elevada, mais carregada de amor, nascida de uma sensação de vivenciamento pleno. É o surgimento de um amor verdadeiramente incondicional, sem expectativas ou exigências.

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Há muito que mudei...mas cometi um erro. É um erro comum. O Ego interfere quantas vezes sem nos apercebermos, veiculando-nos á energia antiga, e assim transmitindo uma imagem completamente distorcida de quem somos realmente naquela altura da nossa vida.
A verdade é que todos mudamos. Crescemos. Aprendemos. Corrigimos. Descobrimos e reinventamos. Mas por vezes é tudo tão rápido que há uma parte de nós que não se apercebe, que se prende desesperadamente á imagem confortável daquilo que já fomos mas já não somos...porquê? Porque é algo que o nosso Ego conhece, e é algo que o ajuda a dominar-nos e a escravizar-nos sem nós darmos conta...sob a capa do agradável, do prazer, dos sentimentos que nos fazem sentir bem, um gelado, um chocolate, etc.
Quando mudamos devemos esperar a prova. Se não passamos, é porque não estamos preparados, se não estamos preparados e fizermos batota, na prova seguinte a queda será maior...e a dor também.
Estudar.
É a única solução. Estudar-nos a nós mesmos. Estudarmos os ciclos que se repetem, identificar os padrões...reconhecer o que nos é pedido.
Não significa que a mudança não tenha ocorrido efectivamente. Mas há que cimentá-la. Há que estruturá-la. E sim...há que dar provas de que a lição foi de facto aprendida e que estamos prontos para novos desafios.
Enquanto isso não acontecer...chumbamos. E repetimos. Chumbamos. E repetimos. Interminavelmente até ao dia em que passamos! Sim. Esse dia chega. Para todos. Para todas as situações.
Perguntar "que mal fiz eu?" , "porque é que isto me está sempre a acontecer", "só comigo!" em tom de desalento e pieguice é exactamente a mesma coisa que o nosso filho que tinha um teste, surpresa ou marcado, chegar a casa com um chumbo porque não estudou a matéria que tinha dado nas aulas ou que fazia parte do programa. "Mas a culpa não é dele...é do professor, é da matéria, é do sistema, é do tempo, etc etc" Não a culpa não é dele. Não há motivos para culpa - cá está uma palavra que abomino... Mas a responsabilidade é só dele. Ele tinha a matéria. Sabia que a qualquer momento podia ser alvo de um teste. Não estava preparado. Chumbou. Lógico, não?

Na escola da vida é a mesma coisa. E não há uma única única situação que eu tenha criticado, comentado ou julgado, que mais tarde ou mais cedo não me aconteça...pelos vistos, fica tudo apontado, por isso é altura de passar este teste, e seguir em frente...porque já estou cansada de chumbar e já estou fartinha de repetir a matéria!

3 de dezembro de 2010

Energia, Matéria, Terapias Vibracionais e Energéticas

Clique na imagem e siga a energia...Bom fim de semana!

2 de dezembro de 2010

Blogagem Colectiva - Minha Ideia é meu Pincel





Antonio Poteiro - Bumba Meu Boi

Este é o último texto para a Blogagem Colectiva do Café com Bolo da Glorinha

Este quadro leva-me numa viagem à aldeia da minha mãe e à minha infância. Nessa altura a festa da aldeia eram oito dias de bailes, romarias e todos usavam as suas melhores roupas (as chamadas roupas de Domingo). As mesas ficavam postas de dia para a dia, cheias de bolos, iguarias, pão caseiro, carnes variadas. As portas ficavam abertas e todos visitavam todos os restantes, numa partilha e constante troca de bens da terra...nós, crianças, corríamos pela aldeia em festa, empanturrados de doces e de sorrisos rasgados...os vestidos brancos e as meias de renda até ao joelho acabavam sempre por ficar da cor da alegria que se quer agitada e irrequieta; os calções e camisas em miniatura...esses ninguém os reconheceria ao fim do dia...enquanto isso os homens juntavam-se a beber um copo de vinho e em amena cavaqueira, e as mulheres punham a conversa em dia à volta dos alguidares onde migavam as couves para a sopa, ou amassavam a massa para mais uma fornada de bolos e pão.
O que mais me ficou dessa altura além do colorido...os cheiros...são cheiros que não se sentem noutros sítios, idades, ou ocasiões. São os aromas únicos das aldeias beirãs em festa...daqueles tempos.