“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

29 de outubro de 2007

Sobre o SAMHAIN


O Samhain marca o fim do Verão dos dias longos e quentes. O tempo da última colheita. Marca a chegada do Inverno frio e escuro, dos dias chuvosos e curtos. O Samhain era o fim e o ínicio do ano para os Celtas. Ocorrendo tradicionalmente de 31 de Outubro para 1 de Novembro, já depois do equinócio de Outono, o Samhain era uma das 4 celebrações mais importantes, sendo a par do Beltane a que tem maior destaque. Talvez seja por isso que o Sahmhain do antigo povo celta nos tenha chegado sob diversas formas, tradições e lendas.

O Inverno esteve sempre associado á morte. Mas os Celtas sabiam que existe um mundo para além deste, um mundo do sobrenatural, do fantástico, onde os mortos vivem até renascerem, um Mundo de Deuses. Esta é a noite em que a fronteira que existe entre os dois mundos fica mais ténue, permitindo que os seres do Outro Mundo vagueiem mais facilamente no nosso, e vice versa. Nesta noite os dois mundos tocam-se.


Não é então de estranhar a instauração do dia 1 de Novembro como o dia de Todos os Santos, decretada pelo papa Bonifácio IV em homenagem a todos os santos e mártires (todos: os que morreram e os que ainda vivem). Nesse dia as pessoas rumam aos cemitéiros para visitarem os seus entes falecidos - na realidade, o dia 2 de Novembro é o dia dos Fiéis Defuntos, mas como o dia 1 é feriado, a maior parte aproveita esse dia para prestar a homenagem aos mortos. É clara a intenção da Igreja em transformar a celebração pagã que até aí tinha perdurado, numa comemoração cristã autorizada, mas da mesma natureza. É interessante, o modo como a Igreja foi, ao longo dos tempos, absorvendo várias culturas e religiões, numa fusão feita através da cristinização de rituais, simbolos, tradições...uma forma de lançar para o esquecimento as antigas tradições enraízando-as no seio da Igreja. Não resultou. o Samhain ainda hoje é celebrado por este Mundo fora como tradição pagã que é.

Hoje o Samhain é comercialmente conhecido como halloween. E como tal é explorado e vivido, mesmo em países que não têm qualquer remeniscência desta antiga tradição. Contudo, mesmo quando celebrado sem consciência plena do seu significado, esta é uma noite mágica.


O Samhain é por tudo isto considerado o Ano Novo das Bruxas. Dia em que se abrem os portais que nos separam do mundo dos mortos. Temos assim a chance de vivenciar outras dimensões e falar com nossos antepassados. É o sabbath que nos traz os ventos gelados do Norte, indicando-nos o caminho da introspeção criativa.
É uma festa que venera o Senhor Ariano da Morte, Samana (os irlandeses a chamam de a Vigília de Saman). Mas desenvolveu-se numa celebração mais do mundo espiritual em geral do que de qualquer Deus específico, assim como da cooperação em curso entre esse mundo e o nosso, de matéria mais densa. As Bruxas ainda deixam "bolos de alma" para os ancestrais mortos, um costume que se transformou na oferta de refeições ao sem-lar e aos viajantes que se perdem nessa noite. Nos tempos antigos, acreditava-se que se as oferendas e sacrifícios corretos não fossem feitos, os espíritos dos mortos se aproveitariam da abertura do portal entre os mundos para vir causar danos ou maldades aos vivos. A noite ainda retém esse ar ameaçador, mas a maioria das Bruxas não a vê tanto como uma ameaça de ancestrais infelizes do que como a chegada das potências de destruição: fome, frio, tempestades de inverno. Na Roda do Ano, Samhain marca o início da estação da morte, o inverno. A Deusa da Agricultura cede o seu poder à Terra ao Deus Cornífero da Caça. Os férteis campos do verão cedem lugar às florestas nuas.

Para celebrar esse anoitecer mágico acendiam-se fogueiras nos sidh, ou colinas encantadas, nas quais os espíritos residiam. Aí moravam os espíritos dos ancestrais e deuses vencidos dos períodos mais remotos da história e da mitologia. Pessoas que não participavam nesses ritos, mas temiam, não obstante, a presença de espíritos hostis na terra dos vivos, tentariam rechaçá-los assustando-os com máscaras grotescas talhadas em abóboras e iluminadas por dentro com velas.
Alguns desses aterradores espantalhos parecem ser máscaras mortuárias, mas entre os celtas antigos, a caveira não era uma imagem assustadora mas um venerado objeto de poder. De fato, em certas eras havia um culto muito difundido de caveiras entre as tribos célticas, e vastas coleções de crânios foram desenterradas em escavações arqueológicas. As modernas caveiras e esqueletos das Bruxas não são assustadores mas sim um lembrete de nossa imortalidade (assim como de nossa mortalidade) porque os ossos são o que dura por mais tempo após a morte, sugerindo que a existência não termina de uma vez para sempre quando o espírito deixa o corpo. Em culturas xamânicas, uma clássica experiência de iniciação para o novo xamã era "ver" o seu esqueleto, durante um estado de transe visionário, e até assistir ao seu próprio desmembramento por espíritos amigos e ser refeito de novo - uma outra experiência de renascimento e nova vida que as Bruxas celebram nessa mais sagradas das noites.


Samhain é uma noite de morte e ressurreição. A tradição celta diz que todos os que morrem a cada ano devem esperar até ao Samhain antes de atravessar para o mundo do espírito, ou o País do Verão, onde começarão novas vidas. Nesse momento de travessia, podem aparecer os gnomos e fadas, os espíritos de ancestrais que ainda têm tarefas por concluir neste mundo. Alguns ajudarão os mortos recentes a deixar o nosso mundo e ingressar no próximo; outros poderão vir apenas para brincar. Toda vida e morte humana é parte do grande intercâmbio entre os mundos da natureza e do espírito.
Hoje, várias tradições são ainda praticadas, principalemnte em países com fortes heranças celtas...Por exemplo, muitas pessoas tentam pescar maçãs num vasto caldeirão ou barril, apanhando-as com os dentes; a maçã simboliza a alma e o caldeirão representa o grande ventre da vida.
A noite é também um tempo para adivinhação quando o futuro pode ser mais facilmente visto por aqueles que sabem perscrutar os dias por vir. A nova vida do ano vindouro é mais evidente nessa noite especial. Em Salem, não só adivinham o futuro mas o projetam ao vestirem trajes que refletem o que gostariam que viesse a ser ou vivenciassem no novo ano. Também vestem muito laranja para simbolizar as folhas mortas e os fogos agonizantes do verão, assim como o negro tradicional para captar e encher nossos corpos com luz nessa época do ano em que os dias ficam mais curtos e existe fisicamente menos luz e calor.
E tudo isto começou 5 séculos antes de Cristo, num lugar onde hoje é a Grã-Bretanha e o norte da França. Naquele tempo, os celtas viviam de acordo com suas multiplas crenças profundamente ligada á Terra...

A todos...


glitter-graphics.com

23 de outubro de 2007

Para mim

Para mim...
para não me esquecer que sempre que fico triste,
que não acredito
ou que simplesmente desisto,
o meu Anjo fica mais fraco
e sem forças para me ajudar.
Desculpa.
Mas isto aqui embaixo está muito dificil...
e eu preciso de ti...
Preciso da tua acção também.
Eu aqui já fiz tudo o que podia fazer.
Entrego-te a ti, meu Anjo,
a solução do meu problema
...Ajuda-me a vencer.

Tarô Osho Zen - 32. Moralidade


Bodhidharma... transcende em muito os moralistas, os puritanos, as assim chamadas "boas pessoas", os "fazedores do bem". Ele chegou à verdadeira raiz do problema. A menos que a consciência desperte em você, toda a sua moralidade é falsa, toda a sua cultura é apenas uma camada muito fina que pode ser destruída por qualquer um. Mas, uma vez que a sua moralidade seja fruto da sua consciência, não de uma certa disciplina, então, é coisa inteiramente diferente. Nessa condição, você responderá a cada situação a partir da sua consciência. E o que quer que você faça será bom. A consciência não é capaz de fazer nada que seja ruim. Esta é a beleza suprema da consciência: qualquer coisa que surja dela é simplesmente bela, simplesmente correta, e isso sem nenhum esforço, sem nenhum treinamento. Assim, em vez de podar folhas e galhos, corte a raiz. E para cortar a raiz, não existe caminho alternativo além de um único método: o método de manter-se alerta, de estar percebendo o que acontece, de estar consciente.

Osho Bodhidharma, The Greatest Zen Master Chapter 15Comentário:

A moralidade tem restringido aos estreitos limites da mente dessa mulher, toda a seiva e a energia da vida. Nesse confinamento, a moralidade não pode fluir, e com isso transformou-se numa "velha ameixa seca". Seu comportamento como um todo é muito "conveniente", inflexível e severo, e ela está sempre pronta para ver cada situação apenas em branco e preto, como a jóia que a figura traz em volta do pescoço.A Rainha das Nuvens vive oculta na mente de todos nós que fomos criados com rígidos padrões a respeito do que é bom e do que é mau, de pecado e virtude, do que é aceitável e não-aceitável, moral e imoral. É importante lembrar que todos esses julgamentos da mente são apenas produtos do nosso condicionamento. E nossos julgamentos, quer aplicados a nós mesmos ou aos outros, impedem-nos de experienciar a beleza e a natureza divina que habita dentro das pessoas. Apenas quando rompemos a prisão do nosso condicionamento e alcançamos a verdade dos nossos próprios corações, é que podemos começar a enxergar a vida como ela realmente é.

20 de outubro de 2007

Tarô Osho Zen - 77 Nós somos o Mundo


Quando milhares e milhares de pessoas em todo o mundo estão celebrando, cantando, dançando, em êxtase, embriagados pelo sentimento do divino, não existe nenhuma possibilidade de um suicídio global.
Com essa festividade e com tanto riso, com tanto equilíbrio e saúde, com tanta naturalidade e espontaneidade, como poderia acontecer uma guerra?...
A vida lhe foi dada para que você crie, seja feliz e celebre. Quando você chora, quando está infeliz, fica sozinho. Quando está celebrando, a existência inteira participa com você.
Somente na celebração encontramos o que é fundamental, o que é eterno. Somente na celebração ultrapassamos o círculo do nascimento e da morte.

Osho I Celebrate Myself Chapter 4

Comentário:
Aqui, a humanidade é representada como um arco-íris de seres dançando em volta da mandala da Terra, com pessoas de mãos dadas e alegres, gratas pela dádiva da vida.
Esta carta representa um tempo de comunicação e de compartilhar as riquezas que cada um de nós traz para o todo. Aqui não há apego, nenhum sentimento de propriedade. É um círculo sem medo de sentimentos de inferioridade e de superioridade.
Quando reconhecemos a fonte comum da nossa humanidade, as origens comuns dos nossos sonhos e anseios, das nossas esperanças e dos nossos medos, tornamo-nos capazes de perceber que estamos todos juntos no grande milagre da existência. Quando conseguimos somar nossa enorme riqueza interior para criar um tesouro de amor e sabedoria que esteja ao alcance de todos, ficamos todos interligados no mecanismo único da criação eterna.

A entrega



A planicie de um verde ainda envolto em neblina eterea recebeu o raio de luz que a iluminou por um breve segundo, agitando-se em sintonia com essa subita vibração e regressando á sua dimensão terrena e estática no instante seguinte.
Yuven estendeu a sua mão de três dedos e tocou o ar, saboreando a sua textura espessa e pesada.
A nave aterrara em Salisbury, um dos locais antigos da Terra. Invisivel ao olhar humano, depressa atraiu a atenção dos Elfos e Fadas que guradavam os portais das pedras sagradas. Yuven ficava sempre encantado por contactar novamente com os do povo sagrado. Era imune á atracção que irradiavam naturalmente, mas não podia ficar indiferente á sua beleza e a tudo o que eles davam para salvar a mãe terra. Eram também os guardiões mais fieis aos portais, e desde sempre que colaboravam com os seres galacticos. Chegara a hora da entrega e eles sabiam-no. A rainha materializou-se á frente de Yuven, cumprimentando-o com o seu olhar negro onde brilhavam as duas estrelas mais belas e radiantes que existiam na Criação. Já se conheciam há muito e o respeito que nutriam um pelo outro tornara-se uma forte amizade com o passar dos séculos e as muitas trocas efectuadas.
De tempos a tempos, nasciam fadas e elfos. Poucos, muito poucos, talvez 10 de cada num século...se tanto...poucos sobreviviam aos primeiros momentos de vida, arrasados pela negatividade que sagrava na atmosfera. A maioria desses seres eram entregues a Yuven para os levar onde o Conselho assim desejasse, normalmente para viverem algumas vidas de crescimento e expansão, para aprenderem tudo o que lhes permitiria mais tarde desenvolverem as missões de trabalhadores e guerreiros da Luz.
A recolha era sempre dificil...pois era um momento de alegria mas também de tristeza para o Povo antigo, que se via privado das suas crianças tão raras, tão esperadas e tão amadas. Não era este o caso. A rainha iluminou toda a nave com o seu sorriso e a sua voz cristalina como a mais pura água soou na mente de Yuven em suaves notas musicais de uma harmonia enfeitiçante.
" Meu caro Yuven, deveria dizer meu Senhor? Que alegria ter-vos aqui neste momento tão auspicioso...dizei-me...trouxestes os meus filhos?"
Yuven sorriu também, emitindo uma calorosa vibração de ternura pura e afastou-se para que a Rainha pudesse ver os casulos que emanavam pequenos raios de luz branca e azul.
"ahhhhhhhh...Yuven Yuven...pressinto que reservaram algo muito especial e dificil aos meus filhos...será mesmo assim? É esse o preço a pagar por serem efectivamente nascidos das noites claras que partilhei com Yarandar, Senhor dos elfos? Nunca pensei ser capaz de conceber tais espiritos e contudo, sempre o soube."
"Será aquilo que terá de ser minha Rainha, ou poderei dizer cara Lywaren? sabeis bem que deste á Luz a mais esplenderosa manhã e a mais quente noite de Verão que alguma vez poderiam ser concebidas, vós olhasteis as águas do poço sem fim e eu vi o que vistes reflectido nas suas águas nubladas"
Ao ouvir o seu nome pronunciado por Yuven, Lywaren soltou uma melodiosa gargalhada e rodopiou num breve paço de magia.
" Meu amigo, como poderia eu mentir-vos? Sabeis bem que vi. Que assim seja então. E já agora, que belo desenho nos trouxeste...vai ser divertido observar a reacção dos humanos quando acordarem e virem o seu campo tão embelezado" O som de pequenos sinos bailou pela nave levando-a a um pequeno momento de ritmo quente.
As gargalhadas dos dois produziram uma vibração entrelaçada de tons estrelares sem igual. A nave de Yuven, embora invisivel, deixava sempre uma marca nos campos onde aterrava. É um fenómeno natural. As paredes internas das células das plantas ficam muito mais esticadas, distorcidas e espaçadas entre si, ao serem expostas á radiação galactica, dilatando as suas pequenas aberturas para a passagem dos íons e eletrólitos. Este fenómeno tão simples era usado pela nave viva para uma das suas brincadeiras favoritas...desenhar mensagens que só poucos entendiam.
"sim, desta vez a nossa companheira esmerou-se...uma borboleta...é o presente que deixa aos nossos pequenos seres que irão encarnar dentro de...3 e 5 anos terrestres."
Yuven e Lywaren já se encontravam no interior do circulo sagrado do Portal de Stonehenge, trasportando-se pelo ar em pequenas particulas que se voltaram a unificar para os materializar. Nos braços, Yuven carinhosamente carregava o espirito de Eridanis e de Siurd, que agora vibravam mais uma vez em sintonia com uma das essências que os criara. Do cimo da colina, a figura alta e esguia de Yarandar reflectiu-se através das finas cortinas de nevoeiro enchendo toda a planicie com a sua radiação elfica... Os seus cabelos prateados presos numa trança enlaçada com hera verde contrastavam com a sua tez de um azul pálido, e com o azul magnético dos seus olhos profundos. Trocou um breve olhar com a Rainha, cujos cabelos negros raiados de azul se agitaram em saudação e no instante seguinte materializou-se ao seu lado.
Yuven maravilhou-se com a ainda chama carmin que os envolvia sempre que se aproximavam. Era palpavel a ligação entre a Rainha das fadas e o senhor dos Effos...e Yuven deu por si a pensar que era uma chama da mesma tonalidade que vibrava sempre que Eridanis e Siurd se aproximavam um do outro. E era assim que tinha de ser. Perfeito. Via agora como o Concelho tinha sido sábio na sua decisão de enviar Siurd com Eridanis. Se o tivessem informado dos detalhes ele teria recusado por não querer emiscuir-se na decisão tomada pela sua amante de sempre. Eram assim aqueles dois seres, mas Eridanis tinha-se voluntariado sem ter concluido a sua formação - impulsiva como sempre - e sem o amor de Siurd acabaria por secumbir ás energias poderosas que a animavam...Siurd era o único capaz de transmutar Eridanis para a doçura e paz necessárias ao Trabalho. E assim o tinham enganado, pois ele não era para vir, mas tudo acontece por uma razão. Tudo se encaixa.
" Entregai-mos Yuven. Ficarão abrigados de todos os perigos no local secreto entre os Mundos. Aí serão embuidos das energias magnéticas da Mãe que se fundirão nas suas essências com a sua origem também estrelar do Pai. Deixai-os regressar ao berço, para que nunca se esqueçam da antiga sabedoria, para que possam ouvir as árvores e falar com os nossos irmãos animais, para que se relembrem da chama das matérias primas, para que aprendam os caminhos que os trarão sempre que necessitarem, aos campos de poder ancestrais."
Yuven entregou os dois seres radiantes nos braços de Yarandar, cuja pele assumiu o tom fulgurante do azul electrico ao receber novamente os seus filhos...um cristal do mais puro transparente brotou dos olhos de Lywaren, rolando-lhe pelas faces e afundando-se na terra grata pela oferta.
"Obrigada Yuven pelo cuidado que lhes dedicaste, volta a nós quando assim for o tempo." Yuven ficou ainda por mais um segundo a vê-los afastarem-se, absorvendo a vibração emanada e lançando um último toque mental a Eridanis e Siurd... e então desintegrou-se, partindo com a sua tripulação para casa.

"Já tivemos esta conversa, noutro lugar, disseste-me tudo isso... mas não me lembro onde..."

16 de outubro de 2007

Tarô Osho Zen- Renascimento

Tarô Osho Zen
67. Renascimento

Segundo o Zen, você vem de lugar-nenhum, e vai para lugar-nenhum. Você existe apenas agora, aqui: não vindo, nem indo. As coisas todas vão passando por você; a sua consciência reflete o que passa, mas ela mesma não se identifica com isso. Quando um leão ruge diante de um espelho, você pensa que o espelho também ruge? Ou quando o leão se afasta e aparece uma criança dançando, o espelho, esquecendo completamente o leão, passa a dançar com a criança -- você acredita que o espelho realmente dance com a criança? O espelho não faz nada, ele apenas reflete. A sua consciência é apenas um espelho. Você nem vem, nem vai. As coisas vêm e vão. Você se torna um jovem, você fica velho; você está vivo, você está morto.Todas essas situações são apenas reflexos num lago eterno de consciência.
Osho Osho Live Zen, Volume, 2 Chapter 16Comentário:
Esta carta representa a evolução dos graus de consciência do modo como é descrita por Friedrich Nietzsche, em seu livro Assim Falou Zarathustra. Ele fala dos três níveis: Camelo, Leão e Criança. O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria. Emergindo do camelo, aparece o leão. Quando nos damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer "não" às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade. A coisa, porém, não acaba por aí. Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser.Qualquer que seja a posição em que você se encontre neste momento -- sonolento e abatido, ou desafiador e rebelde -- tenha consciência de que isso evoluirá para alguma coisa nova, se você permitir. Este é um tempo de crescimento e mudança.

Para adopção Urgente

Estes gatos precisam de encontrar novos donos com urgência. São todos meigos e estão habituados a estarem com pessoas e dentro de casa. São asseados, estão todos castrados/esterilizadas. Encontram-se na zona de Lisboa. Todos eles foram retirados da rua em situações extremas causadas por abandono. Infelizmente não os posso manter e por isso agora procuram-se novas casas para estes lindos. Se não puderem adoptar, divulguem.
Contacto: siala.ap.maeve@gmail.com (eu faço chegar as respostas a quem os está a dar ;) )

OSIRIS, cerca de 5 anos. Muito meigo e asseado. Castrado.


SOL, esterilizada, cerca de 2 anos e meio, meiga mas demora a ganhar a confiança.

MAR (irmã da SOL), mesmos detalhes.


GWIDION (GUI), muito meigo, adora festas e colo. Tem cerca de 4 anos. Castrado e muito asseado.



Gringo, cerca de 4 anos. Muito meigo e falador. Castrado.


Kali, femea, 5 anos, grande. Muito meiga e calma. Esterilizada.







14 de outubro de 2007

O Rei



As árvores gigantescas acumularam-se perante os seus olhos num movimento subtil que poderia parecer hostil, mas que a ela apenas transmitiu conforto e paz. Olhando para cima, Siala apenas via rasgos de luz que conseguiam a esforço penetrar pela densa folhagem que revestia os altos ramos entrelaçados entre si. Aqui e ali, o azul celestial pintava os recantos não preenchidos de verde.
Respirou fundo.
A densa floresta estendia-se perante ela até perder de vista. Os cheiros conhecidos acalmaram-lhe a alma desgastada e angustiada. A terra que pisava novamente era humida e fofa sobre o seu peso, nos pés descalços sentia o formigueiro da vida que existia nela e para além dela, e no corpo a caricia do aroma de tudo o que nasce selvagem e intocado pelo tempo.
Passo a passo, Siala iniciou o caminho que perante ela se abria, sem lhe permitir ver onde a levava. As lágrimas caíam-lhe soltas pela face, perdendo-se na terra que as bebia e deixando um rasto de brilho que era seguido pelas fadas e elfos que sempre a acompanhavam, e que mais uma vez haviam dançado ao seu chamamento com a felicidade de quem sabe que todos os momentos devem ser festejados com alegria.
Alheia a tudo, Siala caminhava. Os ruídos que lhe chegavam apenas a lembravam de quem já tinha sido noutros tempos sem tempo, envolvendo-a ainda mais na atmosfera mágica daquela floresta que ela tão bem conhecia. Melros saltitavam entre os ramos e folhas, acompanhando-a e saudando-a com todo o seu esplendoroso canto vestido de negro. A brisa trouxe-lhe de presente o som longíquo de um bando de corvos, como que a dizer-lhe que não estava sózinha.
Subitamente ouviu muito mais que isso. Cascos. milhares de cascos. A Terra tremeu sobre os seus pés, e á sua frente abriu-se uma clareira imensa, de um verde esplendoroso e que não existe neste mundo humano. Ao longe uma nuvem de pó anunciava a chegada do Senhor daquele sítio, seguido por aqueles que protegia e guiava.
Siala deixou-se ficar onde estava sustendo a respiração. Era uma visão assustadora, mas o seu coração não sentiu medo. Deixou-se cair de joelhos no chão, e só aí se deu conta da raposa sentada ao seu lado. Como tudo era enorme naquele lugar! A raposa tinha quase o seu tamanho. Deixou a sua mão cair sobre o pelo vermelho e áspero e afagou-a ternamente, sem se surpreender nem assustar.
A raposa olhou-a sem se mover, "estavamos á tua espera, sabiamos que nos havias de saber encontrar"
Em sintonia perfeita, viraram o olhar para o bando de Veados que agora se espalhava pela verde clareira. Siala ergueu-se e caminhou lenta mas firmemente por entre eles. O cheiro pungente dos animais misturando-se com o que restava do seu odor humano, mesclando-se e transformando-se perfeitamente. Como eram enormes! De olhos escuros como lagos eternos, curiosos mas tão ternos...
A raposa mantinha-se no seu lugar, sorrindo e absorvendo os cheiros no seu paladar. Durante um tempo fora do tempo, Siala misturou-se e falou com cada gamo, com cada gazela, reabrindo portas que nunca havia fechado.
Um vento mais forte soprou então, e olhando para o alto da colina Siala viu aquele que procurava. Imponente. Os seus contornos desenhados pelo Sol mais brilhante que alguma vez vira. As patas altas e fortes, o peito robusto e largo. O pescoço forte envolvido num colar de pelo que reluzia como fogo. O seu corpo era perfeito e porpocionado, com musculos de ferro fléxiveis e aptos a todo e qualquer esforço. Na cabeça, erguia magestosamente as hastes do Rei de uma beleza indiscritivel. O seu olhar varria a imensidão daquela Terra com o amor e firmeza de um Rei, até que encontraram os olhos escuros de Siala.
Por breves instantes apenas aquele olhar existiu. Olhos presos nos olhos. A mesma cor. A mesma profundidade. Lagos sem fim.
Tudo tremeu. Siala sentiu-se a ofegar. A sua visão nublou-se. O coração disparou dentro do seu peito rasgando a carne e partindo os ossos. Uma dor lacinante percorreu-a dilacerando-a em mil pedaços. Sentiu a sua alma expandir-se até aos limites do inanarrável.
"Não tenhas medo, corre comigo!"
Ao abrir os olhos Siala percebeu sem perceber, pois a sua mente humana já não existia e apenas existia o verde sobre os seus cascos, o vento que lhe afagava o pelo, o movimento intenso dos musculos das patas que a impulsionavam para a frente, numa corrida que fazia tremer a Terra, o corpo que se esticava com graciosidade perfeita a cada salto...os odores que inspirava pelo focinho desenhado a branco enebriavam-lhe os sentidos de uma alegria animal sem igual...corria com o Rei, não ao seu lado, mas misturada com ele, dentro e fora dele. Ela era Ele, e Ele era ela também.
Chegados a um ribeiro que rasgava por entre pedras brancas e flores amarelas o seu caminho, abrandaram. Aproximou a cabeça da água borbulhante e provou-a com a lingua. Era fresca e saborosa como nenhuma água que alguma vez bebera...a erva que crescia nas margens era jovem e estaladiça sobre os seus dentes...
Os minutos deram lugar ás horas, as horas aos dias, os dias ás estações. Fora do tempo Siala viveu com o Rei em perfeita harmonia, aprendendo tudo o que ele se propusera a ensinar-lhe. Viveu as alegrias da Primevera e viu a vida crescer sob o calor do Verão. Enfrentou os perigos e expulsou inimigos, protegeu os seus iguais e guiou-os no Outono a outras paragens, mais altas e frias. Escavou a neve em busca de comida e aninhou-se com os outros em busca de calor para suportar os nevões do Inverno que ali era rigoroso. Tudo observou, tudo fez, tudo viveu.
Siala abriu os olhos, ainda de mão poisada no lombo da raposa. A aspereza do seu pelo trazendo-a lentamente de volta ao seu corpo. Á sua frente erguia-se o magestoso e belo Rei. O seu focinho enorme aproximou-se da sua face branca, e a lingua lambeu-lhe a lágrima que se soltara da alma.
Despediram-se sabendo que não há despedidas, e que cada um era o reflexo do outro em suas mundos separados.
Sê corajosa,
Pois o medo é apenas uma ilusão.
Sê audaz e firme, serena e decidida,
Pois só assim atravessarás cada estação.
Vê com os olhos do coração
Sente no sangue cada vibração,
Ouve o vento que te traz o odor da intenção.
Luta quando não te dão outra opção,
Ama e não deixes nunca de amar mesmo quando lutas
Porque a única luta que podes travar
é a de continuares a respirar
mesmo que aturdida pela exaustão.
Observa.
Estás sempre alerta.
E acredita sempre...
Mesmo quando o perigo espreita
Segue o teu instinto
E ele levar-te-á segura em frente.
Porque a força por si só
não te salvará
Mesmo contra o inimigo mais potente,
nada consiguirá.
Vê para além da dor
Aceita cada momento
E sê a força do Amor.

Muito mais haveria a dizer, sobre o sabor dos prados, a apereza dos cardos, o amargar das raízes...sobre o cio e as forças de uma natureza brutal e justa...sobre o nascer da vida, e quanto ela é grandiosa na sua efemeridade...mas isso só pode ser dito na linguagem dos veados, a dos humanos é demasiado limitada para tal.
Siala permitiu-se enroscar-se ainda por breves instantes no corpo imenso do Rei, que era também ela. E então deixou-o partir, libertando-o do seus braços, pois só o que é livre vive eternamente em nós. No cimo da colina, o grito do rei pôs em movimento todos os que o seguiam...Um último olhar, um último toque de alma.
Siala caminhou novamente pelo caminho que percorrera, acompanhada pela raposa silenciosa.
E tu minha amiga? Que terás tu para me ensinar?
Hoje precisavas do Rei...mas eu estou também contigo. Como ele está. Hoje caminharemos ambos na tua sombra, as nossas patas calcando cada uma das tuas pegadas. Nada temas pois nada há para temer. Hoje absorveste o que ele tinha para te dar a conhecer. Em breve voltarás cá, pois sabes que podes voltar sempre que assim quiseres. E quando for o conhecimento da Rainha que buscares, eu cá estarei para te ensinar.
Siala atravessou a ponte entre os mundos, deixando para trás o seu mundo, e retornando ao mundo que escolhera para viver essa vida.
Shiva estava deitada a seus pés, assegurando o elo de ligação e a protecção que sempre lhe votava. O Sol estava quente e reanimou-a instantaneamente. Abriu os olhos lentamente e moveu as mãos esticando os dedos para activar a circulação. Inspirou profundamente e quando soltou o ar sentiu o suave toque do Rei na sua alma, e um roçar de pelo áspero no coração.

Que este seja um dia cheio de luz.

8 de outubro de 2007

Oração Celta



Para um bom início de semana!

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

5 de outubro de 2007

Até um dia...


Lua...
E de facto foste como a Lua que tudo toca com a sua luz prateada.
Sei que mais importante que o facto de teres partido sem eu estar perto de ti, foram todos os momentos que partilhamos desde que te conheci.
Partiste.Há muito que te aguardavam. És necessária noutro lado que já não aqui.
Parte então agora, minha gata.
A tua missão aqui foi bem cumprida.
Obrigada.
Que a tua viagem de regresso a casa seja plena de felicidade e luz. Até um dia.

4 de outubro de 2007

O Sonho de Um Intergaláctico

A nave cortava os céus em mais uma expedição do Conselho Estelar. O Comando das Frotas que faziam voluntariamente o serviço de harmonização entre todos os planetas de todos os sistemas solares da Grande Confederação Universal avistou muito longe uma pequena esfera azul. Fechou os olhos e buscou dentro de si a sintonia das vibrações daquele pequeno planeta. Soube assim que sentiu, ser o Planeta Terra, a pequena menina dos olhos de Sanat Kumara, que vibrava e buscava galgar a sua ascensão, mas que lutava bravamente contra as formas pensamento dos seus filhos a quem ela amorosamente dava abrigo.
De olhos ainda fechados, o Comandante viu uma estrela dourada que velozmente passou pela nave e mais velozmente ainda circundou várias vezes o planeta Terra e foi alojar-se na Constelação de Orion. O âmago da estrela pulsou tanto que a sua luz brilhou, brilhou até explodir num grande clarão que rasgou os véus da 5a dimensão.
O comandante inter galáctico imaginou estar a sonhar quando desse Portal aberto, milhares de seres de Luz saíam e penetravam Gaia. A sensação do sonho era tão sublime que o comandante accionou todas as frotas para participarem no seu sonho, já que para eles o sonho era realidade e quis muito naquele momento estar com os homens que pensavam que a realidade era um sonho. Inúmeras naves com seus seres se foram aproximando do Planeta Azul, lindo, mas tão denso ainda, que foi necessário revestirem-se de matéria subtil.
Nos seus arquivos constava que os seus habitantes se encontravam em estado de total insegurança e corriam o tempo todo, de um lado para o outro, prisioneiros de si mesmos, pela matéria, pelo medo, pelos apegos, conflitos, limitações, desamor e o pior de tudo, pela ânsia do poder. A natureza estava a ser destruída, a mesma natureza que lhes dava o calor e alimento. Incautos, não sabiam que estavam a destruir-se a si mesmos com as suas criações de guerras, doenças e epidemias. Criavam com a sua inteligência, poderosos armamentos; manipulavam bactérias e tudo sem antídoto.
No seu sonho, o comandante foi o primeiro a descer à Terra; caminhou por longo tempo entre os prados, as montanhas e florestas. Ouviu longamente as histórias tristes dos poucos elementais da natureza que restavam. Andou pelos grandes centros no turbilhão das formas pensamento. Andou, vagou, quando de repente avistou um habitante que era diferente. A sua aura brilhava, a sua voz emitia paz e harmonia e os seus ensinamentos eram sábios, porque deixava o coração falar. Empunhava uma bandeira branca e logo mais foram vistas outras bandeiras brancas. Começaram a surgir também bandeiras azuis, douradas, rosas, verdes, rubis e violetas. Não eram muitas, mas pela sua força, determinação, luz e entrega, tornavam-se milhares. Um planeta onde a Lei dos homens havia caído em desuso porque ninguém deveria prejudicar o outro. Prevalecia a Lei de DEUS e da Natureza. Não havia doenças porque os pensamentos eram de puro Amor. Não havia perdão porque não havia o que perdoar. Tudo girava em torno do Amor Sabedoria. Não havia fronteiras entre as cidades e os governos das nações trabalhavam com o mesmo ideal elevado para o Todo.
Caminhando de volta à nave, o Comandante ficou a pensar que um dia o sonho iria concretizar-se porque a semente do Amor lançada por todos aqueles Seres de Luz que vieram do Portal, iriam semear e florir nos corações dos homens de boa vontade.
Olhou para Orion e sintonizou-se com a Estrela Dourada que brilhava e emitia um grande raio de luz dourada que atravessava as entranhas de Gaia.Um clamor da multidão ao longe fez-se ouvir. Já não era só um clamor, era o Mantra da Unidade que a multidão entoava. Já não eram parcas bandeiras a serem agitadas, agora eram milhões de bandeiras de todas de sete luzes coloridas. O Comandante sorriu, era o seu povo que regressava, era o seu povo que ascensionava. Eram os seus irmãos que acabavam de cumprir a sua Missão no Planeta Azul como Voluntários. Todas as frotas se reuniram nas boas vindas, numa confraternização de Amor e toda a Terra resplandeceu em a azul-prata. O Comandante já podia voltar para o Cosmos. Nunca mais ele e os seus irmãos estariam separados.
Enfim, o sonho era realidade! O Conselho Estelar cumpriu o Projecto 11:11.
In: Caminhos de Luz

A Verdade

Quando descobrires a tua verdade, não esqueças nunca que essa verdade é a tua. Por ser tua é a verdade mais verdadeira que poderás alguma vez encontrar.
Por ser a tua verdade não significa que seja essa a verdade universal que a todos se aplica.
Cada ser tem uma verdade a descobrir, a integrar, a compreender, a percorrer. E o Universo é tão vasto quanto as verdades que existem.
Saber reconhecer a verdade que existe nos outros aproxima-nos muito mais do que tentar fazer da nossa verdade a verdade para o outro. Esse é o início da corrupção da verdade em mentira.
Porque o que é a verdade senão o caminho?
E quão pobre seria este mundo se só um caminho e só uma verdade existissem.
...
Para reflectir...
Bom fim de semana a todos :)

Tarô Osho Zen - Transformação

13. Transformação

Um mestre de Zen não é simplesmente um professor. Em todas as religiões, há apenas professores. Eles ensinam a respeito de assuntos que você não conhece, e lhe pedem para acreditar no que dizem, porque não há jeito de transformar essa experiência em realidade objetiva. O professor tampouco as vivenciou -- ele acreditou nelas, e transmite a sua crença para outras pessoas.

O Zen não é o mundo do crente. Não é para fiéis; o Zen é destinado àquelas almas ousadas que são capazes de desfazer-se de toda crença, descrença, dúvida, razão, mente, e mergulhar simplesmente na sua existência pura, sem fronteiras.
Ele traz, porém, uma transformação tremenda.
Permitam-me, portanto, dizer que, enquanto outros caminhos estão envolvidos com filosofias, o Zen está envolvido com metamorfose, com uma transformação. Trata-se de uma alquimia autêntica: o Zen transforma você de metal comum em ouro. Mas a sua linguagem precisa ser entendida, não com o seu raciocínio e o seu intelecto, mas com o seu coração amoroso. Ou até mesmo simplesmente escutar, sem se importar se é verdade ou não. Um momento chega, repentinamente, em que você enxerga aquilo que não percebeu a vida inteira. De repente, abre-se aquilo que o Buda Gautama denominou "oitenta e quatro mil portas".

Osho Zen: The Solitary Bird, Cuckoo of the Forest Chapter 6

Comentário:
A figura central desta carta está sentada sobre a enorme flor do vazio, e segura os símbolos da transformação -- a espada que corta a ilusão, a serpente que se rejuvenesce trocando de pele, a corrente partida das limitações, e o símbolo yin/yang da transcendência da dualidade. Uma das mãos repousa no seu colo, aberta e receptiva. A outra está embaixo, tocando a boca de um rosto adormecido, simbolizando o silêncio que se instaura quando estamos em repouso.
Este é um momento para uma passividade profunda. Aceite qualquer dor, tristeza ou dificuldade, conforme-se com o "fato consumado". É muito semelhante à experiência do Buda Gautama quando, após anos de busca, ele finalmente desistiu, sabendo que não havia nada mais que pudesse fazer. Naquela mesma noite ele se tornou iluminado. A transformação chega, como a morte, no seu devido momento. E também como a morte, ela transporta você de uma dimensão para outra.

2 de outubro de 2007

Tarô Osho Zen - Os amantes

...e para finalizar a carta de hoje...

Tarô Osho Zen
6. Os Amantes

Os Amantes
É preciso ter em mente estas três coisas: o amor de nível inferior é o sexo -- este é físico -- e o refinamento maior do amor é a compaixão. O sexo encontra-se abaixo do amor, a compaixão está acima dele; o amor fica exatamente no meio. Bem pouca gente sabe o que é o amor. Noventa e nove por cento das pessoas, infelizmente, pensa que sexualidade é amor -- não é. A sexualidade é por demais animal; certamente, ela contém o potencial para transformar-se em amor, mas ainda não é amor, apenas potencial... Se você se tornar consciente e alerta, meditativo, então o sexo poderá ser transformado em amor. E se a sua atitude meditativa tornar-se total, absoluta, o amor poderá ser transformado em compaixão. O sexo é a semente, o amor é a flor, compaixão é a fragrância. Buda definiu a compaixão como sendo "amor mais meditação". Quando o seu amor não é apenas um desejo pelo outro, quando o seu amor não é apenas uma necessidade, quando o seu amor é um compartilhar, quando seu amor não é de um pedinte, mas de um imperador, quando o seu amor não está pedindo nada em troca, mas está pronto para dar apenas -- dar só pela total alegria de dar --, então, acrescente a meditação a ele, e a pura fragrância é exalada. Isso é compaixão; compaixão é o fenômeno mais elevado.

Osho Zen, Zest, Zip, Zap and Zing Chapter 3
Comentário:
Aquilo que chamamos de amor é na verdade todo um espectro de modos de se relacionar, abrangendo desde a terra até o céu. No nível mais terreno, o amor é a atração sexual. Muitos de nós continuamos presos nesse nível, porque o condicionamento a que fomos submetidos sobrecarregou nossa sexualidade com toda sorte de expectativas e de repressões. Na verdade, o maior "problema" do amor sexual é que ele nunca perdura. Só quando aceitamos tal fato é que podemos celebrá-lo pelo que ele realmente é -- dar as boas-vindas a seu aparecimento, e dizer adeus com gratidão quando ele se vai. Então, à medida que vamos amadurecendo, podemos vivenciar o amor que existe além da sexualidade, e que honra a individualidade singular do outro. Começamos a compreender que o nosso parceiro funciona freqüentemente como um espelho, refletindo aspectos desconhecidos do nosso ser mais profundo, e ajudando-nos a nos tornarmos completos em nós mesmos. Esse amor é baseado na liberdade, não em expectativas nem na necessidade. Em suas asas, somos levados cada vez mais alto em direção ao amor universal, que vivencia tudo como uma coisa só.