“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

29 de novembro de 2007

Registo Criminal

- Boa tarde, preciso de tirar uma cópia do meu registo criminal por favor.
- Muito bem para que efeito?
- Para posse de animais potencialmente perigosos... (tom de voz e expressão de muito poucos amigos)
- ahh Se me permite, de que raça?
- Rottweilers (o orgulho que tenho nesta raça faz-me erguer a cabeça e olhar a funcionária nos olhos)
- São lindos, conheço alguns e nenhum dos que conheço é agressivo.

De imediato desenhou-se um sorriso na minha face . Era o afago que eu precisava de sentir. Sim são lindos! A conversa desenrolou-se animadamente enquanto ela me tratava das papeladas.

- Posso meter-me na conversa? - atira o funcionário da mesa ao lado, olhando-nos por cima dos óculos, continuando sem esperar resposta:

- Licença e microchip precisavam algumas bestas que andam por cá, mas essas não andam em 4 patas...

BINGO.

Podem não acreditar...mas o simples facto de encontrar duas pessoas sem medo, tão diferentes de mim mas com a mesma convicção, e exactamente onde não contava encontrá-las, ajudou a transmutar a minha raiva em algo positivo.
Obrigada!

28 de novembro de 2007

Revolta e Pena


Ás vezes só me apetece chorar!
Fico com um nó na garganta
por não poder gritar.
E cravo as unhas,
de mãos cerradas,
para conseguir aguentar.
Porque é injusto.
porque é estúpido.
Porque é ridiculo.
É apenas resultado de mentes ignorantes,
de gente mesquinha, pequenininha,
que teme o que não conhece
e para as quais é bem mais fácil
destruirem o que não conhecem
do que conhecerem o que temem.
Pena...asco...desprezo...
São os sentimentos que me suscitam...
Eu juro que tento...
esforço-me e debato-me para ser melhor...
Para ser forte...
mas as lágrimas nascem da revolta
e salgam-me a alma de dor,
na angustia de não poder...
Não...ainda não consegui resolver este padrão...
E não sei, sinceramente, se alguma vez consiguirei.
Perdoar quem magoa e ataca e tenta destruir
Seres cuja única culpa
é terem nascido de uma determinada raça...

Perigosos? Perigosos são os homens...que se matam e agridem
gratuitamente, diariamente, cruelmente...
Que maltratam os filhos, batem, violam, estupram, matam...
Que não têm qualquer consideração pela Vida.
Tenho pena de vocês...
De tudo o que poderiam ser e não são.
De tudo o que poderiam saber e não sabem.
De tudo o que poderiam conhecer e não conhecem.
De tudo o que poderiam ter e não têm.
De tudo o que poderiam fazer e não fazem.
Porque têm medo.
Porque não querem.

27 de novembro de 2007

Sobre a invasão de Media

Este conto baseia-se em factos reais, embora não passe de uma ficção.
Algo que pode (ou não) ter acontecido a um dado momento da historia antiga da Europa Central.
Todos os povos, costumes, armas, vestuário, geografia, e factos marcantes são baseados numa pesquisa que nasceu só após as primeiras linhas desta historia estarem escritas.
Se alguém tiver informações relevantes sobre os Citas, Medos, Saramatas, Alanos, as invasões Alanas, a derrota de Media, talvez possam contribuir para o fundamento mais real e historico deste conto, enviando para o meu email essas informações.
A historia situa-se nos ultimos anos a.C.
Os Sarmatas sobreviveram e tornaram-se uma forte nação guerreira, cujos cavaleiros deram muito trabalho aos romanos, sendo mais tarde incorporados nas suas cavalarias. Em "O Rei Artur" de 2004, eles são uma forte referência.
Contudo, e como já disse, este conto pretende ser uma fantasia, uma ficção...algo que pode ter sido.

A invasão de Media II

Ela olhou-o sem pudor e sem desviar os olhos negros dos seus olhos azuis. Harin, pois esse era o seu nome naquela vida, nadou para mais perto da amazona que se mantinha imovel...Os últimos raios do Sol moribundo emprestavam-lhe um brilho irradiante á pele bronzeada. Harin sorriu e deu alguns passos na direcção dela, erguendo-se da água que lhe escorria agora pelo peito largo...
O olhar de Mahar manteve-se fixo, hipnotizante, e ele sentiu-se quase trespassado até á alma...continuava igual, mas um ano tornara-a muito mais mulher.
“Então? Será que a água está assim tão gelada que além de inutilizar a vossa arma, também vos congelou a lingua?”
Mahar fez o seu cavalo bater com as patas dianteiras erguendo-se ligeiramente de forma intimidatória, para que ele não se aproximasse mais. O seu olhar mantinha-se intenso e Harin começou a duvidar sobre as verdadeiras intenções de Mahar.
“Mahar...claro que podeis usar as águas deste rio como tudo o que nessecitares durante a vossa estadia nas minhas terras. Muito me apraz que as compartilhes comigo agora...”
Harin já não sentia o frio da água, o coração batia descompassadamente embora ele mantivesse a sua postura de guerreiro e de chefe. Contudo o seu corpo denunciava o desejo que lhe corria nas veias, não passando despercebido a Mahar.
Mahar baixou finalmente a guarda e esboçou um sorriso
“Sabeis bem que não nos podemos permitir um deslize que seja...o meu povo é um alvo a extreminar para muitos e nos tempos que correm ainda mais. Mas o que não nos mata só nos torna mais fortes! O meu pai contou-me tudo Harin. Sei que o que nos trouxe até aqui não foi só o que parece...mas agora gostava mesmo de me lavar. Andamos em viagem continua há 3 meses, vai saber bem uma paragem.”
Mahar escorregou do cavalo com uma destreza natural. O animal, um cavalo robusto e alto, era quase da cor da noite. As crinas estavam entrançadas com fios coloridos de tons vermelhos que combinavam com a manta de riscas largas por baixo da sela de couro e pele de camelo. Até as patas, na zona acima dos cascos, se encontravam enfeitadas com uma espécie de braçadeira com guisos. Os Sarmatas tinham um grande orgulho nos seus cavalos, os quais eles consideravam como companheiros e não como meros animais. Criavam-los e treinavam-los como mais nenhum povo das estepes. Ter um cavalo dos Sarmatas era um, privilégio...através de cruzamentos que mantinham em segredo, tinham conseguido cavalos grandes, robustos mas também muito ágeis...e inteligentes.
Mesmo depois de mortos os cavalos eram uma fonte preciosa para os Sarmatas. Dos seus cascos faziam os guizos que tanto gostavam de usar, e utilizavam os tendões e ossos para fabricar os seus peitorais quase indestrutiveis. As botas que usavam continham placas ósseas que os protegiam do frio e também de golpes baixos, imprimindo outra força aos seus golpes de pernas...facilmente partiam o pescoço a um adversário com um pontapé. Essas botas davam um aspecto exterior de cascos, sendo altas até ao joelho onde eram arrematadas com crina de cavalo, fomentando a lenda dos centauros, metade homens, metade cavalos. Mahar vestia os confortáveis calções de montar apertados com um cinto largo, onde pendiam a adaga, o punhal e a espada; e uma túnica de lã sobre a qual usava um manto quente, desbotado do uso e da sujidade. Traçado pelas costas pendia o poderoso arco dos guerreiros Sarmatas e a sacola das setas que quando lançadas eram certeiras e mortais. Harin sabia que tanto homens como mulheres eram ensinados desde tenra idade a defender-se em batalha e a montar como se o cavalo fosse uma extensão dos seus próprios corpos. Era uma visão aterradora vê-los em combate.
Mahar sussurrou algo ao cavalo, que se afastou para pastar calmamente. Da aldeia chegavam-lhes o som de risos e de musica. Essa noite haveria uma grande fogueira em torno da qual muito vinho correria...uma nuvem atravessou o espirito de Herin ao recordar-se que os Sarmatas eram parentes dos Alanos que marchariam sobre Media...
Mas ao olhar Mahar, cuja roupa e armas jaziam agora sobre a vegetação, todas as nuvens se dissiparam do horizonte do seu olhar.

20 de novembro de 2007

A invasão de Media I


O suor escorria-lhe pela pele bronzeada do pescoço e dos braços musculados. Parou o seu trabalho para limpar as gotas de suor salgado que já lhe ardiam nos olhos. Estendeu a mão para o odre com água fresca que se encontrava pendurado numa estaca de madeira e levou-o á boca sorvendo avidamente o liquido que lhe refrescou a garganta seca.
A aldeia permanecia tranquila. Uma tranquilidade doentia. A qualquer momento seriam atacados, que os deuses fossem misericordiosos, mas ele sabia que não teriam qualquer hipótese.
Desviou os olhos para as imensas estepes que se estendiam até perder de vista...e retomou o seu trabalho. Não tinham hipóteses mas não desistiriam sem lutar. O barulho do martelo que trabalhava o aço incandescente de uma espada espalhou-se pelo ar do entardecer, ecoando pela planicie e pela ligeira floresta que rodeava o rio. Siurd era o filho mais velho do chefe da aldeia. Situados no extremo Leste da Média, seriam os primeiros a receber as hostes dos Alanos que já marchavam para atravessar o reino...todas as aldeias tinham sido avisadas pelos emissários do Rei Pacorus. Há cerca de 1 ano que os Alanos haviam firmado um tratado com o Rei de Hyrcania que permitiria aos primeiros atravessarem a passagem sem qualquer impedimento.
Siurd manteve o ritmo forjando espada atrás de espada. Queria acabar mais cedo o seu trabalho...os vigias já tinham avistado a caravana nómade Sarmata que trazia as especiarias, lãs e pequenas porções de metal em bruto encomendados no Verão anterior.
A caravana Sarmata traria mais que isso...remédios, musica e alguma dança para animar os espíritos consumidos pelo medo da guerra iminente. E notícias...um dos bens mais preciosos e escassos. Os Sarmatas há muito que viviam deambulando pela imensidão das Estepes, sempre a cavalo ou em caravanas como esta. A sua origem era estranha, sendo os filhos de um grupo de guerreiros Citas que se juntara a um bando de Amazonas. Viviam para além do Rio Don, numa área de floresta que delimitava as estepes. Mas passavam lá pouco tempo. Eram como o vento. Homens e mulheres eram conhecidos pela sua valentia e bravura e pelas artes que praticavam, que incluíam o conhecimento das ervas, da musica, da adivinhação e da dança. Não dominavam a arte de trabalhar o metal, pelo que sempre que podiam trocavam o seu saber e tesouros exóticos conseguidos em outras regiões por armas que lhes permitissem manter a sua segurança. Eram extremamente engenhosos com ossos...Siurd nunca tinha visto peitorais como aqueles, feitos de ossos que eles trabalhavam e decoravam com motivos secretos e de uma forma que mais ninguém conhecia.
Eram também exímios negociantes. As mulheres tinham a mesma liberdade que os homens e muitas caravanas havia que eram lideradas por elas.
Siurd arrumou as ferramentas e utensílios da sua oficina, perguntando-se ela viria também. Era apenas uma criança na estação anterior, esguia, de pele dourada escura, olhos rasgados que pareciam carvão por vezes em brasa e cabelos revoltos sempre em desalinho...era uma estranha criatura, mas tinha-lhe captado a atenção e ele esperava poder voltar a vê-la. Talvez fosse pela diferença...na aldeia eram todos louros e altos, tal como os Alanos. Na verdade a origem de quase todos os povos das estepes estava interligada em algum ponto da historia. A pequena Eridanis era a filha mais nova de Samat e Yancai, um dos clãs mais poderosos dos Sarmatas. Devia ter aproximadamente 15 anos agora...ele era já bastante mais velho. Tinha então 21 anos vividos.
Como filho mais velho seria ele a assumir a liderança após a morte de seu Pai...isto se a aldeia ainda existisse. Ele esperava que sim. Ambicionava há muito unificar as aldeias de Leste de forma a construírem boas defesas contra novas invasões. Siurd havia servido no exército do Rei e tinha-se destacado por ser um excelente guerreiro e tinha sido lá que tinha também aprendido a sua arte com o ferro e com o aço. Regressara há pouco mais de um ano para junto do pai que se encontrava doente e que o mandara chamar para lhe passar a chefia, mas também com uma missão incumbida pelo próprio Rei.
Samat vinha também ao seu encontro e trazia as informações que o Rei Pacorus aguaradva. Estas informações vinham em código, e nem Samat sabia o seu significado. Siurd era dos únicos que podia traduzir tal missiva, complementá-la com as suas próprias observações e então codificá-la novamente para que um dos velozes cavaleiros nóades a levasse até ao Rei.
Siurd montou o seu cavalo e atravessou a aldeia em galope veloz, os cascos fortes levantando nuvens de pó á sua passagem. Chegado ás margens do Rio que corria a Norte da povoação, deixou-se escorregar do cavalo, despiu a túnica e os calções de pele de camelo e descalçou as botas que lhe chegavam ao joelho e apertavam com cordões de couro escuro. A água estava gelada e a pele arrepiou-se ao sentir o choque do contacto inesperado, mas sabia-lhe bem lavar o pó e o suor do trabalho que o absorvera todo o dia.
Mergulhou. Por momentos deixou-se pairar submerso pelas águas cristalinas, admirando o silêncio subaquático e a forma como a luz atravessava a água e lhe emprestava reflexos de várias cores.
Ao vir ao de cima sacudiu a cabeça lançando o cabelo comprido para trás das costas e abriu os olhos ...
Caso não tivesse mergulhado teria notado que os pássaros tinham calado os seus cantos e que a própria atmosfera parecia ter-se modificado, ficando quase suspensa...com uma ligeira tensão pairando no ar. Na margem á sua frente erguia-se uma sombra, imóvel, alguém a cavalo, recortada em contra-luz com o Sol poente.
Piscou os olhos para clarear a visão e levou a mão instintivamente á cintura, onde ainda há momentos pendia a faca presa no cinto largo. Foi então que a figura falou...
"Procurais uma arma meu Senhor?"
A sua voz e o riso contido denunciaram que se tratava de uma mulher jovem, e Siurd sorriu quase adivinhando de quem se tratava...
"A que tendes não deve ser de muito uso caso a água esteja tão gélida como promete...Será que um homem desta tribo aceita partilhar a água do seu rio com uma nómada empoeirada?"
(...to be continued...)
************************************
"Sei que tenho de te deixar partir...
De onde vem este medo de te perder??"

15 de novembro de 2007

The True Character of the Rottweiler

Uma homenagem a uma raça sem igual. Temido por muitos, adorado por todos os que têm a honra de os conhecer verdadeiramente.

13 de novembro de 2007

A Chave




"Todas as Portas têm uma fechadura. Todas as fechaduras podem ser abertas com uma chave. A chave pode ser única, e abrir só aquela porta...mas também pode ser Mestra e abrir todas as as Portas...


Que chave trazes tu criança?"


Eridanis ergueu os olhos para o Universo sem fim e respondeu sem medo:


"A minha Chave é a mais antiga, forjada em ferro e fogo no centro da Terra, desgastada pelo Mar de Atlantis e envelhecida pelo Ar e pelo vácuo de outras Eras. Ela é a que abre todas as Portas de todos os Mundos."


"Aproxima-te então criança e experimenta a tua Chave."


Eridanis aproximou-se solenemente do imenso Portão. Qualquer um ficaria subjugado pelo seu tamanho e pelo medo de não serem capazes de passar adiante.


Não havia caminho de volta. Apenas o imenso infinito.


Na madeira de uma robustez inanárravel nem uma abertura, nenhuma fechadura.


Mas Eridanis sabia que a fechadura não precisava de estar no Portão, e sabia que a Chave também não precisava de estar na sua mão. Eridanis sabia muitas coisas que poucos mais sabiam, simplesmente porque não se lembravam.


Recordava-se de muita coisa, embora fosse apenas uma criança e como todas as crianças, por vezes ficasse baralhada e confundida com tanta informação. Mas as crianças não se deixam enredar pela imaginação dos adultos, nem se deixam lubridiar pelas suas projecções mentais de uma realidade forjada á medida de necessidades erradas.


As crianças são o que são. E não perdem tempo com grandes teorias sobre esse e outros temas.


Eridanis fechou os olhos e pôde ver a Chave de ferro, enegrecida aqui e ali pela sua antiguidade sagrada.


Tomou-lhe o peso imenso que se tornava leve a cada batida do coração.


Sentiu a aspereza do seu ferro na suavidade dos seus dedos.


Inspirou fundo e sorriu.


Olhou o Universo nos olhos.


A sua voz soou límpida e firme:


"Eu Sou."


"Eu Creio."


"Eu Amo."


E o Portão desvaneceu-se em milhares de estrelas de mil cores. O Arco iris celeste estendeu-se diante de Eridanis, como uma ponte entre mundos.


E Eridanis deu o primeiro passo rumo ao Infinito...




Mudar o Mundo


...
Ontem sentei-me a olhar para um quadro com várias fotos. Fotos minhas. Fotos dos vários momentos e fases da minha vida,desde bebé até recentemente. Olhei-me com atenção. Olhei não os traços físicos que elas espelham mas sim as lições de cada fase, os martírios, as alegrias, os sonhos, as esperanças, as desilusões, as lágrimas, as loucuras...
Se traçasse o caminho que percorri até aqui...bem...acho que muitos ficariam enjoados e mal dispostos com tanta curva, inversão de marcha, subidas e descidas a pique e rectas que sempre convidaram á velocidade alucinante.
Ri-me, mas também soltei algumas lágrimas...não de pesar nem de arrependimento, entenda-se. Mas é preciso coragem para subitamente encararmos o caminho que fizemos assim, sem falsas constatações ou ilusões. Certo ou errado, não interessa, estes são conceitos que nos são induzidos para nos castrarem. O que é certo e o que é errado? E porquê? Não interessa se certo ou errado. Foi o meu caminho. E foi o caminho que me trouxe até aqui.
Apercebi-me das muitas mudanças que aconteceram em mim e á minha volta. Somos todos diferentes. Eu sou daquelas que nunca receou a mudança, e nunca tive qualquer vergonha de voltar atrás, de mudar de opinião, de alterar o meu esquema de pensamento ou limar a minha consciência ética. Sei que isto é para muitos um sinónimo de fraqueza de espirito, de inconstância, de volubilidade... mas para mim é sinónimo de força. Penso que é necessária mais coragem para mudar do que para se ficar preso a uma série de convenções quantas vezes impostas por outros e que pensamos e acreditamos serem nossas sem o serem. Acredito que é preciso mais coragem para conseguirmos olhar para dentro de nós e ouvirmos o que o nosso coração tem para nos dizer, sem o ruído alheio da razão e da razão dos outros, e tomarmos as nossas decisões...as nossas, não as dos outros.
Quantos sonhos...cheguei á conclusão que mantenho os mesmos sonhos que sempre tive, aqueles que me acompanham desde que tenho consciência de mim. No fundo há um sonho que sempre foi maior que todos os outros...o sonho de mudar o mundo.
"Não podes mudar o Mundo.
Eu sei, mas quero!"
Esse sonho manteve-se sempre na minha vida, como parte do ar que respiro, é a minha essência mais pura.
Este é um sonho muito difícil. Ou foi até agora. Difícil porque é muito duro para uma criança que não se encaixa neste mundo ver a crueldade e frieza que a rodeiam, e acabar por ter que sucumbir a essas doenças para fazer parte do mundo, pois que para os que se declaram diferentes o futuro não é muito risonho. Ou não seria naquela altura, há 30 anos atrás.
O sonho de mudar o mundo pode trazer consequências terríveis quando nos deparamos com os imensos muros e obstáculos e resistências inerentes a tal façanha...cai-se na revolta, no desespero, no desperdício de forças. Esquece-se o sonho, depois de muito lutar sem se sair do mesmo lugar, sucumbe-se á raiva e jura-se (em vão) que nunca mais vamos ser magoados porque não vamos deixar, porque vamos tornar-nos iguais aos que nos rodeiam e nos escamoteiam.
Fechamo-nos em nós, construímos muralhas altas e grossas, cavamos um fosso á volta repleto de crocodilos e outros que tais, e quando saímos para o exterior vestimos armadura e cota de malha metálica apertada, colocamos um elmo fechado através do qual quase que nem vemos nem respiramos, e lá vamos oleando as dobradiças para nos conseguirmos movimentar, tal é o peso da protecção e disfarce que carregamos.
Mas o sonho de mudar o mundo pode ser também a força mais bonita e mais enebriante que nos pode motivar.
Para isso há que descobrir primeiro como o fazer. Como podemos mudar o mundo??
Há um ser muito especial que todos os dias me ensina a fazê-lo. Esse ser escolheu-me a mim como mãe terrena. Logo a mim, que dizia não querer ter filhos. Um dia acordei e disse "vou ter uma filha". Ela estava á escuta, e não perdeu a oportunidade...do momento em que verbalizei que a queria até nascer, decorreram 9 meses...sim foi algo imediato.
É um ser também de outro mundo, claro. Nos seus olhos brilham as estrelas mais luminosas da Galáxia inteira e a sua vontade e perseverança são férreas.
Trata-se de um Ser que espalha Luz e alegria á sua volta. Ela tem a capacidade de transformar todos aqueles que cruzam o olhar com o dela. É incrível, mas é verdade. Pessoas que passam amuadas, fechadas, embrenhadas numa nuvem negra de problemas e depressão...partem com uma luz de esperança no olhos, animadas, com um sorriso nos lábios e na alma, derretidos e rendidos ao riso de uma criança.
Ela lida com as pessoas como se já as conhecesse desde sempre. Ainda me vais contar muita coisa Morgana, deste e doutros mundos.
E assim ela vai ensinando a todos que a rodeiam que sim, é possível mudar o mundo. Porque a Luz vence sempre a escuridão, o riso vence as lágrimas e a alegria é sempre mais forte que a tristeza.
A verdade é que o Amor, a Alegria, o Riso, a Esperança, a Inocência são contagiantes. Basta querermos. É uma questão de atitude. É uma questão de amar sem limites. Um bebé, uma criança, não tem limites ainda. Ainda não lhe impuseram as barreiras castradoras, conceitos como: certo/errado, justo/injusto, bom/mau, espaço/tempo, razão/coração, aceitável/condenável...é apenas o que é, vive apenas este exacto momento porque para ela só existe o agora, e irradia o que sente sem mascaras, sem receios.
Claro que para vivermos nesta sociedade e neste mundo, temos que nos adaptar a ele. Mas adaptar não significa que se percam os sonhos, que se desista de ser aquilo que realmente somos.
E é muito engraçado ver a alteração nas pessoas quando estão já prontas para "disparar" e acabam por soltar um lindo sorriso, ou uma boa gargalhada.
Vale a pena amar e assim mudar este mundo.
"Porque para toda a porta há uma fechadura e para toda a fechadura há uma chave. "

7 de novembro de 2007

Transito de Plutão e os Trintões

Hoje tive um tempinho para ir investigar mais um pouco o trânsito dos planetas pelos signos... Nova Lis é uma paragem obrigatória para quem sente curiosidade por estes temas. Nem de propósito, deparei-me com este artigo...
Ai trintões...estamos todos tramados? Ou talvez não...acho que estamos é abençoados ;)

Os trintões de hoje [Plutão] Por António Rosa em Nova Lis

Dado o movimento irregular do planeta (agora planeta-anão pela astronomia), a idade em que se produz o conhecido trânsito astrológico de Plutão em quadratura a Plutão, difere muito através das gerações. É um trânsito longuíssimo, que dura entre 3 a 4 anos. As pessoas nascidas por volta de 1950 [é o meu caso] iniciaram este trânsito quando tiveram 39-40 anos. Com a geração nascida em 1960, o início do trânsito foi entre os 36-37 anos. A geração dos nascidos a partir de 1968 já se encontra nos trinta. Podemos dar uma ideia aproximada com esta tabela: Quem nasceu em 1968 – início provável em 2004
Quem nasceu em 1969 – início provável em 2005
Quem nasceu em 1970 – início provável em 2006
Quem nasceu em 1971 – início provável em 2006
Quem nasceu em 1972 – início provável em 2007
Quem nasceu em 1973 – início provável em 2007
Quem nasceu em 1974 – início provável em 2008
Quem nasceu em 1975 – início provável em 2008
É o trânsito dos trintões. É um trânsito complexo, pois nesta fase que estamos a analisar – a década dos actuais trintões –, estas pessoas estão numa época em que, regra geral, vivem com muita intensidade e frescura a sua juventude mais madura. Serem “apanhadas” neste trânsito numa idade ainda tão jovem, pode provocar sérios conflitos às suas vidas, ainda em ascensão. Os anos estudantis e o início da vida profissional já ficaram bem lá para trás. A maioria dos jovens urbanos, sofisticados e com cursos superiores, estão instalados em plena luta pela carreira profissional. Casados e provavelmente com um ou dois filhos, terão comprado a casa possível que lhes agrada e que não é ainda a vivenda dos seus sonhos. Estão a tentar lá chegar. Trabalham para isso. Já possuirão bons carros, mas não os “daquela” marca que desejam e, frequentam os lugares mais na moda. Restaurantes, bares, discotecas, lojas, muitas roupas e acessórios, fatos e gravatas caros, cabeleireiros, institutos de beleza viagens, spa’s, infantários dos miúdos… cartões de crédito para a frente. No meio de todo este “legítimo” e padronizado consumo, muitos e muitos trintões, vendem a alma. É a luta competitiva e feroz pela carreira. O livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu é esquadrinhado até à exaustão para aplicarem a sabedoria antiga ao mundo dos negócios e das careiras profissionais. Dependendo das grandes ou médias empresas onde estão a trabalhar, essa competitividade é enorme, desgastante, terrível. Querem a todo o custo triunfar, fazer carreira, chegarem ao topo, terem poder. E este trânsito de Plutão, entre outras coisas, fomenta imenso esta atitude guerreira. Quando chega a perda séria… vai tudo ao tapete. Esta é uma época que deixam de lado certas coisas que já não são essenciais e produz-se o surgimento de outras que são fundamentais para o desenvolvimento ou ressurgimento de energias que estavam latentes e inactivas. No entanto, estas mudanças costumam ser dramáticas. Poderá pôr em questão tudo e todos, podendo nalguns casos chegar mesmo à necessidade de destruir o que existe com a ideia de reconstrução, de ressurgimento, de renascimento das coisas e dos factos. Tem necessidade de se libertar de todo o tipo de opressões, de tutelas, de influências, através de um processo violento, podendo terminar com essas situações dum modo agressivo e autoritário. Pode haver a tentação de dominar os outros através de processos secretos, ocultos, manipulando as vontades através de manobras psicológicas ou quaisquer outras usadas com poucos ou nenhuns escrúpulos, tornando as outras pessoas dependentes de si, manipuláveis e manobrando forças punitivas contra quem se rebelar ou não estiver totalmente de acordo consigo. Podem reaparecer problemas que a pessoa considerava superadas, mas que, na verdade, estavam a actuar no subconsciente. Podem surgir mudanças no ambiente habitual em que a pessoa se movimenta, que não sejam do seu agrado. Questões dramáticas de vida ou morte podem aparecer ou, então, muitas coisas podem desaparecer porque deixaram de ser úteis e necessárias. Podem ocorrer a dissolução de relações (amorosas, amistosas ou profissionais) por já não cumprirem o objectivo da cooperação. Tudo aquilo que impede o crescimento para o futuro é uma barreira. Tudo o que já está gasto, em decadência e não serve para desenvolver uma consciência mais elevada, é eliminado mediante algum acontecimento de tipo eruptivo. E é, também, quando o ser humano pode confundir estas questões e, em vez de desenvolver uma consciência mais elevada, tenta elevar forçadamente o seu estatuto social e profissional. Pelo lado mais positivo, espiritualizante e do desenvolvimento da consciência, também existe a possibilidade de que se despertem novas capacidades ou possibilidades que até agora estiveram adormecidas ou latentes. É o momento para saber aproveitá-las. As circunstâncias ou acontecimentos que agora rodeiam a sua vida servem como descargas que acendem este despertar. As mudanças acontecerão naquelas áreas de vida associadas às duas casas afectadas pela quadratura de Plutão. A casa por onde este planeta transita e a casa natal onde Plutão está situado. Reforçando a ideia: esta posição astrológica é característica de mudanças radicais, de alterações do comportamento social, psicológico e espiritual, desencadeadas por instintos, por forças psicológicas inconscientes e subconscientes, eventualmente de natureza agressiva, que normalmente se traduzem numa recusa a qualquer coisa, ou a de alguém, numa revolta contra a sociedade em geral, contra os grupos com quem contacta, contra a política e organização social e contra todas as regras da sociedade.

6 de novembro de 2007

Obrigada pai :)


Às vezes buscamos a solidão para que a Paz regresse aos nossos espíritos. Existem diversas maneiras de o fazer. Esta será uma delas, por isso ouve a música e lê com a alma vazia as diversas frases que atravessam as imagens e, por favor, recobra as energías que eram teu apanágio, eram a tua marca, de que eu tanto gostava.
Vive, por favor, com Fé. A Fé que brota em nós sempre que ficamos avariados. E verás que a força do maravilhoso que é a Vida, nascerá de novo, com todo o vigor, naquilo a que chamamos o nosso corpo espiritual.
Bem hajas, por ser nossa Filha!


(uma mensagem enviada pelo meu Pai, com um fundo musical e de imagens lindíssimo!)