“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

18 de novembro de 2010

Blogagem Colectiva - Minha Ideia é Meu Pincel



Edgar Degas - Les Danseuses Bleues Blogagem colectiva do Café com Bolo da Glorinha

O azul devia acalmar-me. Gostava de viver no azul suave...ou no azul indígo. Ou em qualquer uma das outras tonalidades de azul. O azul esverdeado do mar...ou o azul turquesa dos olhos de um gato siamês...
Sempre gostei do azul. Tive uma camisola de gola-alta azul petróleo, intenso e forte que adorava...o azul trasporta-me para o mar e para o céu...daí até ao infinito...
Mas hoje, nem o azul, nem as suaves bailarinas em movimento gracioso conseguem acalmar-me a alma e aquecer-me o coração.
Sei que ainda não estou pronta e que me falta ainda um longo caminho para o estar. Ainda me é muito fácil sentir revolta e dor e ser arrastada para os dramas desta realidade que não o é, que eu sei que não o é, e mesmo assim...que vivo tão intensamente. Consola-me o facto de, pelo menos, poder vir a ser considerada como uma grande actriz, uma estrela ao estilo Hollywood e ganhar um Óscar do Universo numa qualquer apresentação estelar e galáctica algures numa reunião das partículas de luz, por tal desempenho aqui neste palco terrestre...
Hoje estou assim. Sinto-me revoltada e impotente, frustrada. Não sou ainda assim tão desapegada para conseguir passar ao lado de determinados actos como simples observadora, ou centrada o suficiente para reconhecer que não devo julgar para não ser julgada...sei lá eu o que já fiz noutras vidas para criticar ou julgar seja o que for...
E mesmo assim...
Sinto saudades da minha espada, não dos meus sapatos de pontas, gostava de ter o meu escudo que não trocaria pelo vestido de tule...e hoje é a luz do fogo da guerreira que arde dentro de mim, não a chama azul etérea do equilíbrio de uma bailarina.
E pergunto-me...quando crescerei o suficiente para deixar de sentir a dor alheia como se fosse minha? Para deixar de ficar cega pelas lágrimas e muda pelo nó na garganta quando vejo, leio ou fico a saber de uma injustiça, de uma atrocidade, de um acto cruel contra a vida?
Porque eu sei que a situação que me levou a ficar assim vai servir para que se levante o véu e exponham práticas que serão condenadas, legisladas, e acredito que abolidas (ver aqui).
O que me doí cá dentro é a questão porquê e como é possível...e para essas nunca encontrarei resposta. Sim, cada um de nós está cá para caminhar o seu trilho e aprender as suas lições, sim eu sei que isto é um filme...
Quantas vezes mais terei que cá vir para aprender? Porque não me parece que o consiga nesta vida...faz-me mal ser assim. E contudo...não sei ser de outra maneira.

Que me desculpe a bailarina azul que há em mim...mas hoje só há espaço para a guerreira vermelha.


Por curiosidade AQUI podem ouvir várias peças (bem pequenas) de radio sobre o tema, onde é gritante a contradição de declarações dos vários envolvidos...

16 comentários:

pensandoemfamilia disse...

Olá Paaei para ver o post da blogagem. Muito forte tudo que escreve e descreve.

bjs

Unknown disse...

Siala,

Ai, estes assuntos dos animais deixam-me muito apoquentado e, tal como tu, não resisto a manifestar o que sinto.

Gostei muito da tua participação.

Beijos

António

Glorinha L de Lion disse...

Oi Siala, ao saber que são cãezinhos não tive coragem nem de olhar. Junto-me a ti nessa dor e nesse luto em vermelho. Compreendo sua dor, que tb é minha, beijos, fique bem (se possível),

Astrid Annabelle disse...

Siala querida já deixei meu comentário lá no outro blog. Estou CHOCADA!
Vou fazer o estiver no meu alcance para ajudar você nessa história.
Sem azul..sem dança...sem alegria.
Em paralelo irei enviar Reiki para esta situação.
Beijos
Astrid Annabelle

Socorro Melo disse...

Olá, Siala!

Gosto de ler os seus textos, sempre muito bem escritos.
Hoje, como sempre, está excelente. Um pouco triste, mas,não poderia ser diferente.
Também fico indignada com a injustiça, e acho que uma vida só não é suficiente para aprendermos, como você bem disse.
Espero que os guerreiros de boa vontade, se unam nessa nobre causa, que suas vozes sejam ouvidas, e que a justiça impere.

Gd. abraço
Socorro Melo

Manuela Freitas disse...

OLá Siala,
Só hoje soubes que és ou estás em Portugal, será que é no Porto?
Evidentemente que esse teu grito de revolta se sobrepôs ao belo quadro, porque belo é também respeitar os animais e nesse causa estou eu presente, sempre toda a vida com animais à minha volta.
Há coisas que incomodam imenso e essa é uma delas. Que se há-de fazer? Denunciar e esperar que as mentalidades mudem!
Beijos,
Manú

welze disse...

Para ver uma Guerreia Vermelha ou Bailarina Azul, foi um prazer incrível conhecer seu blog. Pungente, oportuno e claro. Agradeço a visita . Volte sempre ao gostosuras. Namastê

orvalho do ceu disse...

Olá, estimada Siala
Hoje também não estou muito bem,lendo sua postagem ainda sei que tem coisa muito pior e me animo com meu problema digestivo...
Vamos sim erguer bandeiras de que cor for para lutarmos contra todo tipo de violência.
Eu também acredito na ternura e na extinção do mal...
Tenha um dia lindo e sua bandeira se fez sentir...
Bjs com votos de saúde e paz.

Suziley disse...

Oi, Siala:
Cor vermelha, no relato de tamanha crueldade com os animais, deve ser vermelha, sim. Estamos contigo nesta luta. Com os corações de bailarinas azuis mas com a alma de guerreiras vermelhas a favor da vida de todos os seres!! Bela participação! Beijos, boa noite :)

Beth/Lilás disse...

Olá Siala!
Muito triste estas coisas com animais tão queridos!
Espero que a força desta guerreira vermelha ganhe nas causas que abraça tão fortemente.
abraço carioca

Susana Vitorino disse...

Querida Siala, muita Luz para você*

Adoro seu blog, apetece ficar morando aqui...

Identifico-me MUITO!

Embora o texto de hoje seja um pouco triste... Identifico-me muito com essa guerreira vermelha, que muitas vezes se sente um pouco Azul...

Carinho e Amor*

Susana

Luma Rosa disse...

Que terrível!! Não sei como existe ser humano capaz ou melhor, não parecem humanos!! :( Beijus,

Elaine disse...

Olá Siala, estou com vc na cor vermelha, isso dói demais.
Quero tb agardecer seu comentário em meu Blog, fico feliz, bjos!!

William Garibaldi disse...

UHUUUUUUUUUUU!!! Siala, eu jamais , jamais esperava que vc fosse uma guerreira, achava até que um ser elevado igual vc repudiaria o Versos de Fogo acredita, como a gente faz projeções.
Juro, que estou na exata situação que vc se encontra com realação a este Palco e a este Roteiro todo...
mas uma frase eu aprendi... recentemente e venho compartilhar com vc:
Cada ser é gerado de uma face de Deus... uns nasceram do Deus Sacerdote... outros do Deus Guerreiro...!
Que lindo texto.. o final é simplesmente empolgonte.
NÃo tenha medo de pegar a sua espada... nem se culpe por ser guerreira... dói, mas vale a pena...
Vc é uma Guardiã da Criação!
Salve Guerreira Vermelha!
E aproveito para lhe recomendar o Blog novinho de uma grande amiga: bartolomeudog.blogspot.com
Beijo de Luz Siala!
Vou copiar este texto e guardar!
Bill

Cristina Paulo disse...

Caros amigos, quero agradecer de coração todos estes comentários e todo o carinho e luz que senti em cada um deles! As vossas palavras e a vossa energia são preciosas para mim...porque o caminho é menos pesado quando sabemos e sentimos que há um infinito numero de almas neste mundo que partilham o sentir, o respeito e o amor incondicional...e eu tive a sorte de cruzar o meu caminho com o vosso e assim, poder acordar todos os dias com esperança e força redobradas!
Vocês estão todos no meu coração, todos os dias!
Namasté!

Unknown disse...

Olá Siala

Venho agradecer os seus parabéns deixados no meu blogue 'Cova do Urso', pelo 3º aniversário que estamos a comemorar.

Muito e muito obrigado por se ter lembrado.

Abreijos.

António