“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

20 de janeiro de 2011

Leila Diniz...para todas as Leilas que andam por aí, neste mundo :)


Porque é vital quebrar convenções que já não resultam na nova realidade que construímos todos os dias...a realidade que ansiamos, aquela que sonhamos e que reivindicamos...
Essa realidade que nos parece tão longe está na verdade muito perto...está á distância de uma atitude, de uma acção, de uma afirmação.

Hoje conheci através do Blog da Macá, Agenda Ilustrada , a Leila Diniz ...

Por algum motivo eu escolhi o sobre nome de ap Maeve, que significa filha de Maeve ...

Nunca entendi o porquê de a sociedade se apegar a convenções e regras que deixam de fazer sentido...e pior que isso, que sujeitam muitos seres humanos á mentira, traição, infelicidade...em nome do bom nome, em nome da aparência... são apenas um reflexo hipócrita de uma moralidade decadente...

Quando nos atrevemos a ser nós mesmos, quando há a coragem e audácia de sermos diferentes...e quando seguimos o nosso caminho de cabeça erguida sem esconder seja o que for que continuam a achar tão imoral e que afinal, para nós é natural (e espero que para os nossos filhos o seja ainda mais...afinal de contas...é esta sociedade hipócrita que queremos para eles??) inevitavelmente deparamos-nos com olhares de reprovação, com comentários, com interpretações estapafúrdias da nossa vida, dos nossos actos...

A verdade é que temos o direito a sermos diferentes sim. Com respeito pela liberdade - a nossa e a dos outros, com consciência...SER-SE VERDADEIRO. Connosco mesmos e com os outros...porque será que isso choca ainda tantas pessoas? E porque é que tantos de nós continuam a entrar nesse jogo de mascaras...nesse faz de conta?

O que durante tantos anos me revoltava profundamente, hoje desenha-me um sorriso nos lábios.
Cada um tem o seu caminho. Cada um desempenha o seu papel. Eu já não fujo ao meu. Sim, sou diferente da maioria que me rodeia. Não, isso não é mau. Gostem, não gostem...não me cabe a mim julgar, cabe-me ser verdadeira comigo e com os outros.
E ao sê-lo naturalmente irei afastando da minha vida as pessoas que se rendem e entregam ao baile de máscaras, e irei atrair aqueles que, como eu, apenas querem ser eles mesmos.
Acredito que aos poucos, um dia, seremos todos verdadeiros...por isso não há sentir revolta, nem zanga, nem raiva nem nenhum desses sentimentos que nos poluem a vibração.
Não há que lutar, nem gritar, nem reivindicar...
Basta SER.

E esta afirmação da Leila...é exactamente o que eu sinto! Em relação a mim, em relação a ser mulher, á minha espiritualidade, á minha forma de estar na vida...

"Sou uma pessoa livre e em paz com o mundo. Conquistei a minha liberdade a duras penas, rompendo com as convenções que tolhiam os meus passos. Por isso, fui muitas vezes censurada, mas nunca vacilei, sempre fui em frente. Tudo que fiz me garantiu a paz e a tranquilidade que tenho hoje. Sou Leila Diniz, qual é o problema?"

Para a biografia de Leila, clique na imagem:

Frases:

"Se tivesse vontade transaria com o motorista de taxi"
Leila Diniz

"Professorinha ensinando a crianças, a adultos, ao povo toda a arte de ser sem esconder o ser "
(trecho de uma poesia de Drummond , feita no dia da morte de Leila)

"Toda Mulher é meio Leila Diniz"
Rita Lee

`Leila Diniz foi um cometa que passou pela nossa terra e deixou um rastro luminoso que até hoje não se apagou".
MarianaVárzea, jornalista

"Leila é a nossa Marilyn Monroe, mas com sinal trocado:não tingiu o cabelo e não se deixou usar."
Ivan Angelo, jornalista


2 comentários:

Lúcia Soares disse...

Siala, não concordo que "toda mulher" seja uma Leila Diniz.
Gostava dela, estava muito a frente do tempo, mas também foi meio louquinha.
"Tudo podemos, mas nem tudo nos convem", acho certo dizer.
Podemos transgredir em muitas coisas, mas há outras que nem valem a pena.
Liberdade não é libertinagem.
Há maneiras e maneiras de protestarmos.
Fiquei muito triste quando ela se foi, mesmo porque deixava uma menininha de 7 meses de vida.
Mas para mim ela nunca foi exemplo de nada. A não ser da alegria que mostrava, talvez muitas vezes falsa, não sei.
Vou ler a Macá.
Bj

Cristina Paulo disse...

Oi Lúcia, obrigada pelo seu comentário. Eu acabei de conhecer a Leila, o que me agradou foi exactamente o ela ser muito á frente para o seu tempo. Acho que devemos ser nós mesmos, como disse no meu texto, com respeito pela nossa e pela liberdade do outro ... mas devemos viver a nossa vida de acordo com aquilo em acreditamos e sentimos e não sujeitos ao que podem dizer ou pensar. Sinceramente? Não considero libertinagem viver-se a vida intima como se escolhe...seja qual for a "preferência". Também não vejo o porquê de uma pessoa livre e desimpedida não poder fazer o que bem lhe apetece na sua vida intima, com quem quiser. É uma escolha pessoal que só diz respeito á própria pessoa...eu não julgo ninguém, e o que me interessa nas pessoas é a sua energia...se essa for positiva, e se a pessoa for acima de tudo verdadeira...então por mim tudo bem. Mas ainda bem que temos opiniões diferentes :) afinal, é isso mesmo que torna esta vida mais interessante e muitas vezes após uma boa conversa atinge-se o equilíbrio e até percebemos que não estamos assim tão longe uns dos outros :)
Namasté