“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

13 de dezembro de 2010

Tarot Osho Zen: 49. Amistosidade

Primeiro dedique-se à meditação, atinja a bem-aventurança, e então muito amor se manifestará de maneira espontânea. Nessa condição, é belo estar com os outros e belo também é estar sozinho. É simples também. Você não depende dos outros e também não torna os outros dependentes de você. O que existe é sempre amizade, amistosidade. A coisa nunca se transforma numa relação; continua sendo uma afinidade.

Você convive, mas não cria um casamento. O casamento nasce do medo, a afinidade nasce do amor.
Você estabelece um relacionamento; enquanto as coisas andarem bem, você compartilha. Se você percebe que é chegado o momento de partir porque os caminhos se separam numa encruzilhada, você diz adeus com uma enorme gratidão por tudo que o outro foi para você, por todas as alegrias, todos os prazeres, e por todos os belos momentos compartilhados juntos. Sem nenhum sofrimento, sem nenhuma dor, você simplesmente se afasta.

Osho The White Lotus Chapter 10

Comentário:

Os ramos destas duas árvores floridas estão entrelaçados, e as suas pétalas caídas misturam-se no chão, com suas belas cores. É como se o céu e a terra estivessem interligados pelo amor. As árvores se erguem individualmente, cada qual enraizadas no solo, em sua própria conexão com a terra. Desse ponto de vista, simbolizam a essência dos verdadeiros amigos, maduros, cooperativos entre si, espontâneos. Não existe nenhuma ansiedade na ligação entre eles, nenhuma carência, nenhuma vontade de transformar o outro em alguma coisa diferente.
Esta carta indica uma prontidão para entrar nesta qualidade de amistosidade. Ao fazê-lo, você poderá notar que não está mais interessado nos diferentes tipos de dramas e romances em que as outras pessoas estão empenhadas. Não se trata de uma perda. É o surgimento de uma disposição de espírito mais elevada, mais carregada de amor, nascida de uma sensação de vivenciamento pleno. É o surgimento de um amor verdadeiramente incondicional, sem expectativas ou exigências.

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Há muito que mudei...mas cometi um erro. É um erro comum. O Ego interfere quantas vezes sem nos apercebermos, veiculando-nos á energia antiga, e assim transmitindo uma imagem completamente distorcida de quem somos realmente naquela altura da nossa vida.
A verdade é que todos mudamos. Crescemos. Aprendemos. Corrigimos. Descobrimos e reinventamos. Mas por vezes é tudo tão rápido que há uma parte de nós que não se apercebe, que se prende desesperadamente á imagem confortável daquilo que já fomos mas já não somos...porquê? Porque é algo que o nosso Ego conhece, e é algo que o ajuda a dominar-nos e a escravizar-nos sem nós darmos conta...sob a capa do agradável, do prazer, dos sentimentos que nos fazem sentir bem, um gelado, um chocolate, etc.
Quando mudamos devemos esperar a prova. Se não passamos, é porque não estamos preparados, se não estamos preparados e fizermos batota, na prova seguinte a queda será maior...e a dor também.
Estudar.
É a única solução. Estudar-nos a nós mesmos. Estudarmos os ciclos que se repetem, identificar os padrões...reconhecer o que nos é pedido.
Não significa que a mudança não tenha ocorrido efectivamente. Mas há que cimentá-la. Há que estruturá-la. E sim...há que dar provas de que a lição foi de facto aprendida e que estamos prontos para novos desafios.
Enquanto isso não acontecer...chumbamos. E repetimos. Chumbamos. E repetimos. Interminavelmente até ao dia em que passamos! Sim. Esse dia chega. Para todos. Para todas as situações.
Perguntar "que mal fiz eu?" , "porque é que isto me está sempre a acontecer", "só comigo!" em tom de desalento e pieguice é exactamente a mesma coisa que o nosso filho que tinha um teste, surpresa ou marcado, chegar a casa com um chumbo porque não estudou a matéria que tinha dado nas aulas ou que fazia parte do programa. "Mas a culpa não é dele...é do professor, é da matéria, é do sistema, é do tempo, etc etc" Não a culpa não é dele. Não há motivos para culpa - cá está uma palavra que abomino... Mas a responsabilidade é só dele. Ele tinha a matéria. Sabia que a qualquer momento podia ser alvo de um teste. Não estava preparado. Chumbou. Lógico, não?

Na escola da vida é a mesma coisa. E não há uma única única situação que eu tenha criticado, comentado ou julgado, que mais tarde ou mais cedo não me aconteça...pelos vistos, fica tudo apontado, por isso é altura de passar este teste, e seguir em frente...porque já estou cansada de chumbar e já estou fartinha de repetir a matéria!

7 comentários:

Astrid Annabelle disse...

É minha querida Siala!
Mas chumbamos!!!
Tudo isso é muito sutil e o que faz a lição ser apreendida é o sentimento do coração.
O coração deve estar alinhado com a mente.Aprender a ser verdadeiros conosco mesmo.Senão.....
Muitos beijos
Astrid Annabelle

Adelaide Figueiredo disse...

Excelente texto!
A vida é assim mesmo como descreveu. Tudo tem um tempo, para começar e acabar e por vezes não queremos que comece, outras não queremos que acabe. Aí chumbamos às vezes sem nos apercebermos que nos devíamos olhar melhor, escolher melhor etc.O apego e desapego no ser humano dói por vezes e nós não queremos sofrer. Como nos enganamos!!!

Grata amiga

Ana Carvalho disse...

olá!!
o texto deu-me que pensar!

No que toca ao julgar e criticar, tenho pensado nisso... e creio que essa "necessidade" de o fazer aos outros, pode vir do facto de o fazermos com nós mesmos. Somos tão rígidos connosco próprios, que acabamos por extrapolar isso para o exterior e, como tudo (ou quase tudo), o que nos acontece é resultado de uma projecção da nossa mente, acaba por voltar para nós. Se alguém me critica, olho para mim mesma e pergunto-me: "estás a criticar-te?"

O desalento e a pieguice também são uma tirania do ego, que procura, fora, o gelado e o chocolate, boicotando a satisfação plena onde ele não é, de longe, o protagonista: o amor.
não podia estar mais de acordo com a Astrid. Se olharmos para as situações procurando o que nos diz o coração, a mente acalma-se.

O coração sempre sabe e nasceu sabendo ;)
na minha óptica (como aliás tudo o que aqui comentei é), por vezes passamos demasiado tempo a intelectualizar os padrões e os ciclos... usando a tua metáfora isso pode equivaler a um miúdo que vai para o teste com o texto decorado e afinal a matéria que saiu no teste foi outra e chega cá fora, com um chumbo. Depois disso rapidamente esquece o que decorou.
Já me estiquei... ehe
Namasté!
Beijos

Socorro Melo disse...

Oi, Siala!

Muito interessante suas colocações. Concordo que a vida é a maior e a melhor escola, e depende de nós o avanço. É preciso aprendermos, inclusive com os erros, principalmente os reincidentes.

Beijos
Socorro Melo

Cristina Paulo disse...

Astrid, Adelaide, arKana e Socorro,
OBRIGADA do fundo do coração. Realmente passamos por aprendizagens ás vezes sem sequer nos apercebermos...mas se ouvíssemos sempre o nosso coração, o nosso Eu que cá de dentro tenta tantas vezes chegar a nós sem sucesso, tudo seria mais fácil.
Libertar-mo-nos do Ego e das pressões do exterior, quantas vezes tão enraizadas em nós, e termos a coragem de nos vermos como somos e caminharmos o nosso caminho e não o dos outros ou o que os outros pensam ser o melhor...a coragem de nos desapegarmos. Penso que só assim nasce a verdadeira liberdade.
Astrid...sim, amiga...como vc está certa! O que eu dava hoje para ter um pouco do seu "colo", um valente "puxão de orelhas" e um "recomeçar, sempre vale a pena" :)
Beijos nos vossos corações!
Namasté

Unknown disse...

Olá Siala,

Gostei do teu post. Tenho andado numa 'roda viva', mas já tenho data para parar um pouco. Será a partir de 18.

Aproveito a oportunidade de recordar que a entrevista coletiva à amiga Astrid Annabelle, do «Navegante do Infinito» é já no dia 16, quinta-feira. Fica aqui o convite para ires ler a resposta dela à tua pergunta. No 'Cova do Urso'.

Grande abraço

António

Cristina Paulo disse...

António, está apontadíssimo na minha agenda! Dia 16 lá estarei para mais um momento único desta vez com a Astrid!
Namasté