“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...
Se gosta seja amigo :) Namasté!
28 de julho de 2009
Despertar
Este texto surgiu como comentário ao tema lançado no Dezmistificando
A ressalva que lá coloquei aplica-se aqui também :) Esta é a minha posição, foi aquilo que aprendi até este momento com a minha experiência de vida, pelo que a sua validade é relativa, até para mim.
Obrigada Shin, por estas tertúlias fantásticas!
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O verdadeiro Despertar é para dentro e não para fora...só mergulhando bem fundo naquilo que somos, encontrando a nossa luz interior e fazendo a conexão com o nosso Eu Superior, a centelha divina que brilha no nosso amâgo, podemos então olhar para fora e ver o mundo que nos cerca mais claramente. E ver-mo-nos a nós mesmos e aos outros. Esta é a viagem da nossa vida, a viagem do auto-conhecimento, uma viagem em que não é o destino que interessa verdadeiramente mas sim o caminho e o que cada passo nos traz de novo. Crescemos fisicamente num mundo que nos rodeia de imposições, de conceitos de certo e errado, de limitações, que nos cerceia a vontade e tenta "domesticar" iludindo-nos com uma liberdade falsa...na verdade é uma prisão consentida e até necessária...ou não existiria :) Vamos crescendo e vamos limitando-nos em conformidade com o que nos rodeia...chamamos-lhe adaptação, conseções, whatever... mas o travo amargo que nos fica na boca e escondemos com um sorriso está lá...e por norma regressa e atinge-nos quando menos esperamos. Ao fazermos as coisas pelos outros, ao cedermos o que somos a tudo o que nos rodeia exteriormente, enredamos-nos numa teia de amarras e correntes que nos aprisionam a um drama constante de expectativas, desilusões, dor, perda, revolta, raiva, tristeza...uma construção para onde somos dirigidos pelo nosso Ego, não é?
Pensamos que somos nós próprios...mas seremos mesmo? Se nos despirmos das capas sobrepostas que fomos construindo ao longo das nossas experiências e outras que a sociedade nos foi oferecendo e nós aceitando, restará o quê? Será que aquilo que pensamos que somos realmente resistirá a uma análise profunda, imparcial, fria, e acertiva? E o que será que vamos encontrar? Nós mesmos...no fundo aquilo que as pessoas mais anseiam por conseguir e em simultaneo mais temem.
Não é facil. Despertar implica enfrentar os nossos fantasmas, reconhecer os nossos monstros, olhar-mo-nos despidos de tudo a não ser aquilo que realmente somos, sem subterfugios, sem desculpas. Porque todos nós somos Luz, todos nós temos o nosso lado negro. E só trazendo a escuridão á superficie ela pode ser integrada na Luz e então ser Luz também.
E então podemos finalmente abrir os olhos, e exercer o nosso livre-arbítrio...podemos então escolher entre sermos actores principais no drama, ou afastar-mo-nos e assumirmos a postura de espectadores. O Desapego, a Humildade, o Perdão, a Força, a Compreensão, a Compaixão... a Mestria - só então poderão ser realmente exercidos...lê-se muito, procuramos incansavelmente, trilhamos várias linhas, vários caminhos, mas só efectuando esta inversão, só arriscando este derradeiro mergulho no desconhecido que somos nós mesmos, podemos então integrar os verdadeiros significados e aplicá-los naturalmente no nosso dia-a-dia...trata-se de despertar a nossa verdadeira natureza.
Essa confiança é a confiança inabalável em nós mesmos e na nossa missão - quer saibamos qual é ou não - que provém do conhecimento que não estamos sós nem nuca estaremos sós. Ao reconhecermos que somos verdadeiras extensões de Deus/ Universo/Pai/Mãe, aceitamos a responsabilidade e a dádiva de estarmos vivos, de desempenharmos aqui e agora o nosso papel, aceitamos que fazemos o melhor que podemos e sabemos em cada momento. A diferença, a grande diferença é a consciência. Só em consciência desperta podemos ser realmente livres e apreender ao máximo as aprendizagens que nos são oferecidas para ajudar o nosso crescimento.
Despertar é olharmos o Universo no brilho dos olhos de todos os seres que existem, é reconhecermos o divino em cada um e em nós, é maravilharmo-nos com o ar que respiramos e que nos liga energeticamente a todos os seres animados e inanimados...
Despertar é estar vivo conscientemente...é Amar incondicionalmente. A nós. Aos outros. Ao Universo.
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2 comentários:
Os teus textos demonstram uma visao da vida bem diferente da k normalmente temos... Gosto muito!
Beijinho de lua*.*
Segredo, o mais fantástico que o Mundo Virtual tem é exactamente a possibilidade de nos expandirmos e conhecermos outras perspectivas, outras realidades, não é??
Beijos meus
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