“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

30 de setembro de 2007

Prelúdio

A encosta árida e escarpada aproximava-se a uma velocidade vertiginosa, na qual as cores se mesclavam com o negro do espaço, mais parecendo ser sugadas para aquele infinito em que a nave ainda se encontrava.Yuven sabia que o que via não era o que estava a acontecer ainda. Esta era a sua 30a viagem ao Planeta Azul, mas ainda se maravilhava com o trabalho da Mãe tal como ficava sempre abismado com os planos inergalacticos que aqui o traziam.Os seus companheiros de jornada controlavam toda a organica da nave, que era também um ser vivo como eles. Libertavam assim o seu comandante para preparar telepaticamente a aterragem, e todos os passos que dariam naquele berlinde suspenso na escuridão infinita de luz.Yuven tinha sempre todo o cuidado para que a sua passagem na Terra passasse despercebida aos mortais. Eles ainda não estavam preparados para ver mais além da sua dimensão, e o simples encontro fortuito podereia revelar-se catastrofico...Contava com a ajuda de alguns desses seres, com os quais comunicava amiúde, sem nunca revelar a sua verdadeira imagem, inconcebivel aos olhos humanos...esses eram seres Humanos em plena ascenção. Desenvolviam um trabalho crucial ao trabalharem com a luz, acordando outros como eles para a verdade.Haaa estes humanos, que seres fabulosos eles eram sem o saberem. Se imaginassem como o seu acordar fora importante para a alteração das directizes ha muito decididas em conselho interestrelar. Contra tudo o que então se adivinhava, eles estavam a conseguir elevar a luz da Terra, permitindo assim que os portais interdimensionais se abrissem e os veus entre os universos paralelos se desvanecessem. Mas ainda havia muito a fazer.
Vários eram os trabalhadores e guerreiros da Luz que ali caminhavam os trilhos sagrados. Yuven já não se encontrava na fronteira da Terra. Olhava agora para os dois seres que iria depositar naquele planeta...profundamente adormecidos, a transmutação já havia começado. Estavam a materializar-se da pura energia para abrigarem em si a carne, ossos, pele, terminais nervosos, que constituiam o corpo humano. Como todos os seres que se haviam voluntariado para ajudar os humanos a elevarem o planeta, as suas consciencias tinham sido temporariamente bloqueadas para que não se lembrassem de quem eram realmente, isso seria um trabalho que teriam de ser capazes de desenvolver desde o seu nascimento em corpo humano. Yuven tentava sempre acompanhar todos aqueles seres no seu desenvolvimento. Visitava-os de tempos a tempos, sondando a vastidão do universo em busca das suas vibrações cosmicas. Alguns perdiam-se pois não eram capazes de recordar, outros regressavam prematuramente desistindo da missão a que se haviam proposto.
Havia aqueles que se recordavem facilmente e desde muito cedo que desenvolviam o seu trabalho...mas outros que só após muitos choques acabavam então por conseguir ver para além da limitação do espaço e tempo terreno.
Os pequenos seres de luz agitaram-se nos seus casulos, como que pressentindo a energia erradiada da mente de Yuven. Sorriu. Um guerreiro e um construtor. Dois visionários. Dois seres da mesma origem, que há muito caminhavam juntos. Conheciam aquele planeta como conheciam a sua casa.
Voluntariosa, Eridanis era pura energia em bruto. Emoção. Uma guerreira que nunca se havia negado a nada. Ele, Siurd, era um construtor especializado, não havia materia que ele não trabalhasse com a mesma facilidade de quem solta uma vibração.
Vinham juntos sem o saberem. Eridanis tinha mais uma vez sentido o apelo da Terra que tão bem conhecia, e quando o Conselho deliberou que se tinham esgotado as possibilidades de ascenção daquele sector do Pai, fora das primeiras a avançar penhorando a sua essência para regressar ao planeta que amava. Foram muitos os que o fizeram. Siurd desmaterializara-se dela instantaneamente. Conhecia a sua força e assentira a mais uma vez deixá-la partir para uma existência que era sempre acompanhada de dor. Estaria á sua espera como sempre, e como sempre acompanharia a sua jornada sem intreferir. Mas desta vez...por alguma razão, ele fora também chamado, sem no entanto saber que o planeta no qual iria trabalhar era o mesmo para onde Eridanis viajaria.
O Plano era ambicioso. Milhares de seres participavam nele, sem nunca conseguirem vislumbrar mais que meros esgares, e contudo entregavam-se e construiam as redes energeticas que purificavam todo o Universo.
O momento aproximava-se. Yuven sondou o tempo humano e localizou a dimensão do ano terreno de 1970. Estes seres ainda teriam que esperar as condições óptimas para nascerem...entre 3 a 5 anos. Nasceriam sem serem esperados, caminhariam separados, em locais diferentes mas suficientemente perto para que os seus trilhos se cruzassem...se o reconhecimento aconteceria ou não, já dependia das suas aprendizagens.
Yuven sorriu emitindo uma ligeira onda vibratoria. Ia gostar de acompanhar aqueles dois seres telepaticamente, e ao observar a chama central que os animava, vibrante e em mil tons de azul, soube que fosse em que situação fosse, o reconhecimento aconteceria.

"Tu não és deste planeta..."
"Tu também não."
...

2 comentários:

Unknown disse...

Adorei estas crónicas. Aqui há talento de escrita. Parabéns.

A.

Cristina Paulo disse...

Obrigada A. :) Tenho que as retomar!
Bjos meus