“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

11 de setembro de 2007

Corvos



O meu fascinio por estas aves remonta há já muitos anos...e a verdade é que não tem qualquer explicação racional ou fundamento lógico. Gosto deles desde que me lembro, simplesmente.
Nos últimos meses, os Corvos surgiram na minha vida com uma força esmagadora, aparecendo sempre em alturas de crise e indicando-me o caminho a seguir.
Aqui fica a minha pequena homenagem a estes mensageiros.

O corvo é uma ave da família Corvidae. Os corvos são os representantes de maiores dimensões da Ordem passeriformes. Têm ampla distribuição geográfica nas zonas temperadas de todos os continentes. Vivem em bandos com estrutura hierárquica bem definida e formam, geralmente, casais monogâmicos. A sua alimentação é omnívora e inclui pequenos invertebrados, sementes e frutos; podem ser também necrófagos. São aves que apresentam comportamento complexo e que exibem sinais de inteligência, planeamento e comunicação entre indivíduos. O corvo da Nova Caledónia (Corvus moneduloides), é conhecido pela sua capacidade de fabricar e utilizar pequenos instrumentos que o auxiliam na alimentação. Em testes especificos de inteligência animal atigem as mais elevadas pontuações.
Por sua cor negra, o corvo é associado à idéia de PRINCÍPIO (noite materna, trevas primigênias, terra fecundante); por seu caráter aéreo, associado ao CEU, ao PODER CRIADOR; às FORÇAS ESPIRITUAIS; por seu vôo, MENSAGEIRO. Por tudo isso, ele aparece na mitologia dos povos primitivos como um ser investido de extraordinária significação cósmica, ele é o grande civilizador e criador do mundo visível.
É notável as inúmeras associações do Corvo com a água. Talvez as mais comuns tratam de sua ligação com as tempestades: é sabido que os corvos recolhem-se sempre que há iminência de chuvas fortes.
Por causa de seu vôo alto, o corvo foi, muitas vezes, visto como um mensageiro dos deuses. Inúmeras lendas, de diferentes partes do mundo, falam-nos de como um corvo orientou os humanos em suas jornadas. Teriam sido eles que guiaram Alexandre, o Grande, até o templo de Júpiter Amon, no oásis de Siwa, no Egito... e que, lá, predisseram a sua morte. O imperador japonês Jimmu, teria marchado para a guerra, no século VII, guiado por um corvo dourado. Um corvo era o mensageiro do Rei Marres, do Egito. Odin informava-se a respeito do que acontecia no mundo por intermédio de dois corvos: Huginn e Muninn: todos os dias eles sobrevoavam a terra e, depois, empoleiravam-se nos ombros do deus para lhe contarem o que tinham visto. Huginn e Muninn representam, portanto, a memória e o pensamento.
Uma derivação oriental interessante é aquela em que um corvo de três pernas aparece dentro de um disco solar. As três pernas correspondem ao trípode – símbolo solar: aurora/sol nascente, zênite/sol do meio-dia e ocaso/sol poente. É assim que aparece como emblema imperial chinês, significando a vida e atividade do imperador e, por extensão, o YANG.
Na poesia anglo-saxônica, o corvo é frequentemente associado às batalhas. E há tanta semelhança entre as tradições celtas e germânicas que, sem dúvida, suas origens remontam a uma época em que as duas correntes étnicas ainda não haviam sofrido ramificações.
Apesar de toda a conotação negativa que lhes foi atribuida pelos cristãos, ele nunca perdeu seus atributos místicos. Como o poder que lhe é atribuído para predizer o futuro.
Só com o desenvolvimento da alquimia, é que ele recupera alguns dos aspectos de sua simbologia primitiva: aqui o corvo é o estado inicial, como qualidade inerente à "primeira matéria" ou provocada pela divisão dos elementos. Dentro da simbologia alquímica, o corvo manteve uma certa representação alegórica da SOLIDÃO – o isolamento daquele que vive num plano superior aos demais.
O Corvo é associado á curiosidade, inteligência, observação, visão e comunicação; sendo um mestre em mudanças e movimento.
Ele é destemido e o guardião de coisas ocultas e sagradas.
Ele é o interprete do desconhecido. Ele está sempre vigilante, observando tudo à sua volta. Quando ele entra em nossas vida, é hora de prestar atenção nos sinais, símbolos, profecias e sonhos.

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