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Vários eram os trabalhadores e guerreiros da Luz que ali caminhavam os trilhos sagrados. Yuven já não se encontrava na fronteira da Terra. Olhava agora para os dois seres que iria depositar naquele planeta...profundamente adormecidos, a transmutação já havia começado. Estavam a materializar-se da pura energia para abrigarem em si a carne, ossos, pele, terminais nervosos, que constituiam o corpo humano. Como todos os seres que se haviam voluntariado para ajudar os humanos a elevarem o planeta, as suas consciencias tinham sido temporariamente bloqueadas para que não se lembrassem de quem eram realmente, isso seria um trabalho que teriam de ser capazes de desenvolver desde o seu nascimento em corpo humano. Yuven tentava sempre acompanhar todos aqueles seres no seu desenvolvimento. Visitava-os de tempos a tempos, sondando a vastidão do universo em busca das suas vibrações cosmicas. Alguns perdiam-se pois não eram capazes de recordar, outros regressavam prematuramente desistindo da missão a que se haviam proposto.
Havia aqueles que se recordavem facilmente e desde muito cedo que desenvolviam o seu trabalho...mas outros que só após muitos choques acabavam então por conseguir ver para além da limitação do espaço e tempo terreno.
Os pequenos seres de luz agitaram-se nos seus casulos, como que pressentindo a energia erradiada da mente de Yuven. Sorriu. Um guerreiro e um construtor. Dois visionários. Dois seres da mesma origem, que há muito caminhavam juntos. Conheciam aquele planeta como conheciam a sua casa.
Voluntariosa, Eridanis era pura energia em bruto. Emoção. Uma guerreira que nunca se havia negado a nada. Ele, Siurd, era um construtor especializado, não havia materia que ele não trabalhasse com a mesma facilidade de quem solta uma vibração.
Vinham juntos sem o saberem. Eridanis tinha mais uma vez sentido o apelo da Terra que tão bem conhecia, e quando o Conselho deliberou que se tinham esgotado as possibilidades de ascenção daquele sector do Pai, fora das primeiras a avançar penhorando a sua essência para regressar ao planeta que amava. Foram muitos os que o fizeram. Siurd desmaterializara-se dela instantaneamente. Conhecia a sua força e assentira a mais uma vez deixá-la partir para uma existência que era sempre acompanhada de dor. Estaria á sua espera como sempre, e como sempre acompanharia a sua jornada sem intreferir. Mas desta vez...por alguma razão, ele fora também chamado, sem no entanto saber que o planeta no qual iria trabalhar era o mesmo para onde Eridanis viajaria.
O Plano era ambicioso. Milhares de seres participavam nele, sem nunca conseguirem vislumbrar mais que meros esgares, e contudo entregavam-se e construiam as redes energeticas que purificavam todo o Universo.
O momento aproximava-se. Yuven sondou o tempo humano e localizou a dimensão do ano terreno de 1970. Estes seres ainda teriam que esperar as condições óptimas para nascerem...entre 3 a 5 anos. Nasceriam sem serem esperados, caminhariam separados, em locais diferentes mas suficientemente perto para que os seus trilhos se cruzassem...se o reconhecimento aconteceria ou não, já dependia das suas aprendizagens.
Yuven sorriu emitindo uma ligeira onda vibratoria. Ia gostar de acompanhar aqueles dois seres telepaticamente, e ao observar a chama central que os animava, vibrante e em mil tons de azul, soube que fosse em que situação fosse, o reconhecimento aconteceria.
"Tu não és deste planeta..."
"Tu também não."
...