Você convive, mas não cria um casamento. O casamento nasce do medo, a afinidade nasce do amor.
Você estabelece um relacionamento; enquanto as coisas andarem bem, você compartilha. Se você percebe que é chegado o momento de partir porque os caminhos se separam numa encruzilhada, você diz adeus com uma enorme gratidão por tudo que o outro foi para você, por todas as alegrias, todos os prazeres, e por todos os belos momentos compartilhados juntos. Sem nenhum sofrimento, sem nenhuma dor, você simplesmente se afasta.
Osho The White Lotus Chapter 10
Os ramos destas duas árvores floridas estão entrelaçados, e as suas pétalas caídas misturam-se no chão, com suas belas cores. É como se o céu e a terra estivessem interligados pelo amor. As árvores se erguem individualmente, cada qual enraizadas no solo, em sua própria conexão com a terra. Desse ponto de vista, simbolizam a essência dos verdadeiros amigos, maduros, cooperativos entre si, espontâneos. Não existe nenhuma ansiedade na ligação entre eles, nenhuma carência, nenhuma vontade de transformar o outro em alguma coisa diferente.
Esta carta indica uma prontidão para entrar nesta qualidade de amistosidade. Ao fazê-lo, você poderá notar que não está mais interessado nos diferentes tipos de dramas e romances em que as outras pessoas estão empenhadas. Não se trata de uma perda. É o surgimento de uma disposição de espírito mais elevada, mais carregada de amor, nascida de uma sensação de vivenciamento pleno. É o surgimento de um amor verdadeiramente incondicional, sem expectativas ou exigências.
Há muito que mudei...mas cometi um erro. É um erro comum. O Ego interfere quantas vezes sem nos apercebermos, veiculando-nos á energia antiga, e assim transmitindo uma imagem completamente distorcida de quem somos realmente naquela altura da nossa vida.
A verdade é que todos mudamos. Crescemos. Aprendemos. Corrigimos. Descobrimos e reinventamos. Mas por vezes é tudo tão rápido que há uma parte de nós que não se apercebe, que se prende desesperadamente á imagem confortável daquilo que já fomos mas já não somos...porquê? Porque é algo que o nosso Ego conhece, e é algo que o ajuda a dominar-nos e a escravizar-nos sem nós darmos conta...sob a capa do agradável, do prazer, dos sentimentos que nos fazem sentir bem, um gelado, um chocolate, etc.
Quando mudamos devemos esperar a prova. Se não passamos, é porque não estamos preparados, se não estamos preparados e fizermos batota, na prova seguinte a queda será maior...e a dor também.
Estudar.
É a única solução. Estudar-nos a nós mesmos. Estudarmos os ciclos que se repetem, identificar os padrões...reconhecer o que nos é pedido.
Não significa que a mudança não tenha ocorrido efectivamente. Mas há que cimentá-la. Há que estruturá-la. E sim...há que dar provas de que a lição foi de facto aprendida e que estamos prontos para novos desafios.
Enquanto isso não acontecer...chumbamos. E repetimos. Chumbamos. E repetimos. Interminavelmente até ao dia em que passamos! Sim. Esse dia chega. Para todos. Para todas as situações.
Perguntar "que mal fiz eu?" , "porque é que isto me está sempre a acontecer", "só comigo!" em tom de desalento e pieguice é exactamente a mesma coisa que o nosso filho que tinha um teste, surpresa ou marcado, chegar a casa com um chumbo porque não estudou a matéria que tinha dado nas aulas ou que fazia parte do programa. "Mas a culpa não é dele...é do professor, é da matéria, é do sistema, é do tempo, etc etc" Não a culpa não é dele. Não há motivos para culpa - cá está uma palavra que abomino... Mas a responsabilidade é só dele. Ele tinha a matéria. Sabia que a qualquer momento podia ser alvo de um teste. Não estava preparado. Chumbou. Lógico, não?
Na escola da vida é a mesma coisa. E não há uma única única situação que eu tenha criticado, comentado ou julgado, que mais tarde ou mais cedo não me aconteça...pelos vistos, fica tudo apontado, por isso é altura de passar este teste, e seguir em frente...porque já estou cansada de chumbar e já estou fartinha de repetir a matéria!
7 comentários:
É minha querida Siala!
Mas chumbamos!!!
Tudo isso é muito sutil e o que faz a lição ser apreendida é o sentimento do coração.
O coração deve estar alinhado com a mente.Aprender a ser verdadeiros conosco mesmo.Senão.....
Muitos beijos
Astrid Annabelle
Excelente texto!
A vida é assim mesmo como descreveu. Tudo tem um tempo, para começar e acabar e por vezes não queremos que comece, outras não queremos que acabe. Aí chumbamos às vezes sem nos apercebermos que nos devíamos olhar melhor, escolher melhor etc.O apego e desapego no ser humano dói por vezes e nós não queremos sofrer. Como nos enganamos!!!
Grata amiga
olá!!
o texto deu-me que pensar!
No que toca ao julgar e criticar, tenho pensado nisso... e creio que essa "necessidade" de o fazer aos outros, pode vir do facto de o fazermos com nós mesmos. Somos tão rígidos connosco próprios, que acabamos por extrapolar isso para o exterior e, como tudo (ou quase tudo), o que nos acontece é resultado de uma projecção da nossa mente, acaba por voltar para nós. Se alguém me critica, olho para mim mesma e pergunto-me: "estás a criticar-te?"
O desalento e a pieguice também são uma tirania do ego, que procura, fora, o gelado e o chocolate, boicotando a satisfação plena onde ele não é, de longe, o protagonista: o amor.
não podia estar mais de acordo com a Astrid. Se olharmos para as situações procurando o que nos diz o coração, a mente acalma-se.
O coração sempre sabe e nasceu sabendo ;)
na minha óptica (como aliás tudo o que aqui comentei é), por vezes passamos demasiado tempo a intelectualizar os padrões e os ciclos... usando a tua metáfora isso pode equivaler a um miúdo que vai para o teste com o texto decorado e afinal a matéria que saiu no teste foi outra e chega cá fora, com um chumbo. Depois disso rapidamente esquece o que decorou.
Já me estiquei... ehe
Namasté!
Beijos
Oi, Siala!
Muito interessante suas colocações. Concordo que a vida é a maior e a melhor escola, e depende de nós o avanço. É preciso aprendermos, inclusive com os erros, principalmente os reincidentes.
Beijos
Socorro Melo
Astrid, Adelaide, arKana e Socorro,
OBRIGADA do fundo do coração. Realmente passamos por aprendizagens ás vezes sem sequer nos apercebermos...mas se ouvíssemos sempre o nosso coração, o nosso Eu que cá de dentro tenta tantas vezes chegar a nós sem sucesso, tudo seria mais fácil.
Libertar-mo-nos do Ego e das pressões do exterior, quantas vezes tão enraizadas em nós, e termos a coragem de nos vermos como somos e caminharmos o nosso caminho e não o dos outros ou o que os outros pensam ser o melhor...a coragem de nos desapegarmos. Penso que só assim nasce a verdadeira liberdade.
Astrid...sim, amiga...como vc está certa! O que eu dava hoje para ter um pouco do seu "colo", um valente "puxão de orelhas" e um "recomeçar, sempre vale a pena" :)
Beijos nos vossos corações!
Namasté
Olá Siala,
Gostei do teu post. Tenho andado numa 'roda viva', mas já tenho data para parar um pouco. Será a partir de 18.
Aproveito a oportunidade de recordar que a entrevista coletiva à amiga Astrid Annabelle, do «Navegante do Infinito» é já no dia 16, quinta-feira. Fica aqui o convite para ires ler a resposta dela à tua pergunta. No 'Cova do Urso'.
Grande abraço
António
António, está apontadíssimo na minha agenda! Dia 16 lá estarei para mais um momento único desta vez com a Astrid!
Namasté
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