“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...
O que é que vieste cá fazer? O que é que estás cá a fazer?
Ela tapou os ouvidos tentando calar aquela voz que ecoa sempre dentro dela quando o limite, o abismo se aproxima.
Mas calá-la é como tentar aprisionar o vento...
E aprisionada é o que ela se sente. Num corpo que não pode voar, numa alma que não poder ser, num mundo que não compreende e que a magoa incessantemente e que ninguém compreende, ninguém vê.
Cansada. Tão cansada. Entre a responsabilidade e o Ego, e a liberdade e o desapego...quem és tu, a voz pergunta e ela sente aquela gargalhada que a rasga, que a faz sangrar e querer gritar toda aquela revolta que a convulsiona...e não pode. Não consegue. Um grito que emudece e que se gritado poderia devastar todo o planeta num fogo sem fim...E a agonia, a agonia que lhe revolve as entranhas por ter que ser aquilo que não é e não poder ser tudo aquilo que ela sabe que é, e não poder quebrar aqueles grilhões que ela mesmo construiu e que agora a puxam, puxam invariavelmente para aquele subsolo a que chamam Terra. Esta não é a minha casa. Eu não quero estar aqui. E não posso ir embora. Não sou livre para tal. Toda a vida a tecer estes grilhões quase como se soubesse sem saber que iriam ser eles a prender-me mais tarde a esta vida...
Materialista?
E a gargalhada de escárnio...quem a suporta? Mas mais ninguém a ouve? Materialista? A única coisa que me prende aqui...a minha filha. Tudo o resto eu estaria disposta a queimar na fogueira do tempo...mas não a minha filha. Nunca a minha filha. E ninguém entende, porque ninguém sente...a guerreira e a espada, uma senda sem fim...como continuá-la? Como sobreviver sem sucumbir? Sem se entregar? Sem desistir?
Toda uma vida desperdiçada em torno de sentimentos, sentimentos que a nada levaram, ingenuidade que apenas trouxe dor, experiência dizem alguns, aquilo que eu sou hoje ... nada...nada...nada. Mas dizem que sou materialista...então calça os meus sapatos rotos e caminha o meu caminho de espinhos e fala comigo então quando os teus pés sangrarem e mesmo assim tiveres a coragem de prosseguir bebendo o próprio rasto de sangue que deixas atrás de ti como teu único alimento, sustento a uma força que nem sabes de onde vem ou se terá fim!
Estúpida. Ingénua. Burra. A voz continua. E não para. E está dentro de mim.
Ninguém percebe. E eu estou sempre sozinha ..nesta revolta que me consome. Nesta prisão que me asfixia...como posso ser feliz quando há tanta infelicidade à minha volta? Tanta crueldade...como podem todos continuar a caminhar como se nada fosse...um nada que me tira o ar...como conseguem respirar?
Quem são vocês? Quem sou eu? Que mundo é este???
(queimar tudo...incendiar a casa, os pertences, o carro, as dividas...fazer uma fogueira e dançar...deixar um bilhete a quem fica, pegar na mochila ao ombro e partir. Simplesmente. Partir. Não sei para onde. Não em busca de mim mesma, antes finalmente comigo mesma caminhar o meu caminho. Apenas. Sem mais amarras...sem nunca mais me amarrar, sem nunca mais sentir, sem nunca mais pensar...de volta a casa...)
Finalmente ela acorda. O corpo dorido de uma batalha invisivel. A pior de todas. Aquela entre nós e nós mesmos.
Fecha os olhos e volta a abri-los para aquele mundo onde se encontra. Sente-se gelada apesar da roupa que a cobre e agasalha. Um frio que vem de dentro e não de fora...ergue-se novamente e as pernas já não vacilam. O olhar perde-se no infinito indecifrável. O sal seco desenha-lhe sulcos na pele e tempera-lhe a dor com laivos de coragem incandescente. Não, ninguém compreende. Só aqueles que caminham neste mundo e que são como ela, porque mais há, ela sabe que sim, sente-o nas suas entranhas e reconhece-os sempre que, de quando a quando, se cruzam. E são esses raros momentos de deslumbramento do reconhecimento que a alimentam também.
Procura com a mão o cabo da espada que a reconforta num toque há muito familiar, mas aqui não há espada, não há cavalo, não há armadura...aqui não há frontalidade que não a do ser.
Os lábios vermelho sangue curvam-se num sorriso que apaga a vozinha irritante que a atazana sempre que decide ser ela mesma sem ajudas nem bengalas....como que um parasita pressentindo a fragilidade do corpo que o aloja...que tenta minar toda e qualquer resistência. Não. Não desisto. Em mim reside a minha força, e é nela que confio, mesmo quando parece falhar, e não sucumbirei á minha sombra quando é a luz que sigo!
Face a um momento da vida em que as lições se apresentam algo complexas, nada como uma tiragem composta do Tarot de Osho para melhor tentar entender as energias que me rodeiam...A mensagem parece-me clara. Tudo o que vivo neste preciso momento é necessário para o meu crescimento, e em vez de me deixar arrastar pelo drama tenho sim que me centrar e ter sempre presente que o que interessa é o caminho, é cada passo, cada lição. Para as aproveitar ao máximo é necessário sair de mim e olhar de fora, com tranquilidade. É necessário o desapego de quem sabe que tudo é efémero, tudo está em constante mudança e devir. Encontrar o equilibrio entre a paixão caracteristica de quem vive intensamente e se entrega a cada momento plenamente, e o reconhecimento de que eu sou um ser completo em si mesmo, e que tudo não passa de mais uma etapa necessária no meu caminho. Nada fácil, admito...contudo, é sem dúvida nenhuma essa a minha lição, e enquanto não a aprender não poderei evoluir para o próximo patamar de crescimento.
EU - 67. Renascimento
Segundo o Zen, você vem de lugar-nenhum, e vai para lugar-nenhum. Você existe apenas agora, aqui: não vindo, nem indo. As coisas todas vão passando por você; a sua consciência reflete o que passa, mas ela mesma não se identifica com isso.
Quando um leão ruge diante de um espelho, você pensa que o espelho também ruge? Ou quando o leão se afasta e aparece uma criança dançando, o espelho, esquecendo completamente o leão, passa a dançar com a criança -- você acredita que o espelho realmente dance com a criança?
O espelho não faz nada, ele apenas reflete. A sua consciência é apenas um espelho.
Você nem vem, nem vai. As coisas vêm e vão.
Você se torna um jovem, você fica velho; você está vivo, você está morto.
Todas essas situações são apenas reflexos num lago eterno de consciência.
OshoOsho Live Zen, Volume, 2 Chapter 16
Comentário:
Esta carta representa a evolução dos graus de consciência do modo como é descrita por Friedrich Nietzsche, em seu livro Assim Falou Zarathustra. Ele fala dos três níveis: Camelo, Leão e Criança. O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria. Emergindo do camelo, aparece o leão. Quando nos damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer "não" às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade. A coisa, porém, não acaba por aí. Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser.
Qualquer que seja a posição em que você se encontre neste momento -- sonolento e abatido, ou desafiador e rebelde -- tenha consciência de que isso evoluirá para alguma coisa nova, se você permitir. Este é um tempo de crescimento e mudança.
O OUTRO - 54. Projeções
Numa sala de cinema, você olha para a tela, nunca para o fundo da sala -- o projetor está no fundo. O filme de fato não está na tela: é apenas uma projeção de sombra e luz. O filme existe apenas lá atrás, mas você nunca olha naquela direção. E o projetor está lá.
Sua mente está por trás da coisa toda: a mente é o projetor. Mas você fica sempre olhando para o outro, porque o outro é a tela.
Quando você está apaixonado, a pessoa parece linda, incomparável. Quando você sente ódio, a mesma pessoa parece a mais feia de todas, e você nunca se questiona como pode a mesma pessoa ser a mais feia e a mais bonita...
A única maneira, portanto, de se chegar à verdade, é aprender como enxergar diretamente, como deixar de lado a intermediação da mente. Essa interferência é o problema, porque a mente só é capaz de criar sonhos... Com a ajuda do seu entusiasmo, o sonho começa a parecer realidade. Quando o entusiasmo é demasiado, então você está intoxicado, não está na posse dos seus sentidos. Nessa condição, o que quer que você enxergue será apenas uma projeção sua. E existem tantos mundos quanto mentes, porque cada mente vive no seu próprio mundo.
OshoHsin Hsin Ming: The Book of Nothing Chapter 7
Comentário:
O Homem e a mulher desta carta estão se olhando; contudo, não são capazes de se enxergar com nitidez. Cada qual está projetando uma imagem que construiu em sua mente, de maneira a encobrir o rosto verdadeiro da pessoa para quem está olhando.
Todos nós podemos cair na armadilha de projetar "filmes" de nossa própria autoria, sobre as situações e as pessoas à nossa volta. Isso acontece quando não estamos plenamente conscientes de nossas expectativas, desejos e julgamentos; em vez de assumir a responsabilidade por tais expectativas, desejos e julgamentos, e de reconhecê-los como nossos, tentamos atribuí-los aos outros.
Uma projeção pode ser diabólica ou divina, perturbadora ou confortadora, mas continua sendo uma projeção -- uma nuvem que nos impede de ver a realidade como ela é. O único modo de escapar disso é entender como funciona o jogo. Quando você der com um julgamento se formando a respeito de outra pessoa, vire-o do avesso: aquilo que você está vendo no outro, na verdade, não pertence a você? A sua visão está límpida, ou obstruída pelo que você quer ver?
AS ENERGIAS COMPOSTAS: 49. Amistosidade
Primeiro dedique-se à meditação, atinja a bem-aventurança, e então muito amor se manifestará de maneira espontânea. Nessa condição, é belo estar com os outros e belo também é estar sozinho. É simples também. Você não depende dos outros e também não torna os outros dependentes de você. O que existe é sempre amizade, amistosidade. A coisa nunca se transforma numa relação; continua sendo uma afinidade.
Você convive, mas não cria um casamento. O casamento nasce do medo, a afinidade nasce do amor.
Você estabelece um relacionamento; enquanto as coisas andarem bem, você compartilha. Se você percebe que é chegado o momento de partir porque os caminhos se separam numa encruzilhada, você diz adeus com uma enorme gratidão por tudo que o outro foi para você, por todas as alegrias, todos os prazeres, e por todos os belos momentos compartilhados juntos. Sem nenhum sofrimento, sem nenhuma dor, você simplesmente se afasta.
OshoThe White Lotus Chapter 10
Comentário:
Os ramos destas duas árvores floridas estão entrelaçados, e as suas pétalas caídas misturam-se no chão, com suas belas cores. É como se o céu e a terra estivessem interligados pelo amor. As árvores se erguem individualmente, cada qual enraizadas no solo, em sua própria conexão com a terra. Desse ponto de vista, simbolizam a essência dos verdadeiros amigos, maduros, cooperativos entre si, espontâneos. Não existe nenhuma ansiedade na ligação entre eles, nenhuma carência, nenhuma vontade de transformar o outro em alguma coisa diferente.
Esta carta indica uma prontidão para entrar nesta qualidade de amistosidade. Ao fazê-lo, você poderá notar que não está mais interessado nos diferentes tipos de dramas e romances em que as outras pessoas estão empenhadas. Não se trata de uma perda. É o surgimento de uma disposição de espírito mais elevada, mais carregada de amor, nascida de uma sensação de vivenciamento pleno. É o surgimento de um amor verdadeiramente incondicional, sem expectativas ou exigências.
O INSIGHT - 45. Viajando
A vida é uma continuidade, sempre e sempre. Não existe um destino final ao qual ela esteja se dirigindo. Apenas a peregrinação, apenas a viagem em si já é a vida, não o chegar a algum ponto, a alguma meta -- apenas dançar e estar em peregrinação, movendo-se alegremente sem se preocupar com nenhum ponto de chegada.
O que você fará depois que chegar a um destino? Ninguém nunca fez esta pergunta porque todo mundo está empenhado em ter alguma meta na vida. Porém, as implicações disso...
Se você atingir de fato o destino final da vida, o que vem depois? Você irá parecer muito desapontado! Não haverá lugar aonde ir... você já alcançou o ponto de destino... -- e ao longo da viagem deixou escapar tudo. Era preciso deixar passar! Então, nu e plantado no ponto de chegada, você ficará olhando em volta como um idiota: qual era mesmo o propósito disso tudo...? Você esteve se apressando tanto, preocupando-se tanto, e este é o resultado final.
OshoRinzai: Master of the Irrational Chapter 7
Comentário:
A pequenina figura que se desloca pela trilha que corta esta bela paisagem, não está preocupada em chegar a qualquer destino. Ele, ou ela, sabe que a viagem é a própria meta, que a peregrinação em si é o santuário. Cada passo no caminho é importante por si mesmo.
Quando esta carta aparece numa leitura, indica um tempo de movimento e mudança. Pode ser um deslocamento físico de um lugar para o próximo, ou um movimento interior de uma maneira de ser para outra. Qualquer que seja o caso, porém, esta carta assegura que a mudança será fácil, e que trará um sentimento de aventura e de crescimento; não há nenhuma necessidade de se esforçar nem de planejar em demasia. Esta carta da "Viagem" também nos lembra de que devemos aceitar e acolher o novo, exatamente como acontece quando viajamos para um outro país, com uma cultura e um ambiente diferentes daqueles a que estamos acostumados. Esta atitude de abertura e de aceitação estimula o surgimento de novos amigos e de novas experiências na nossa vida.
De tempos a tempos...
Há uma sensação que me assola...algo que nem eu sei definir.
É como se voltasse a ser criança. Sem nunca o ter deixado de ser...
É como se subitamente me encontrasse adulta...tendo-me esquecido de crescer...
Vejo-me sentada no topo do Mundo...e os meus olhos abraçam tudo o que existe, muito para além das nuvens que persistem, muito para além das tempestades escuras e dos relâmpagos esfuziantes que rasgam a realidade aqui e ali.
Tenho saudades de algo que já vivi, de algo que tive...mas não aqui. E essa saudade é constante. Como se me tivessem privado de algo que é meu, algo que eu anseio sabendo que nunca vou ter...e mesmo assim...mesmo assim...
Sentada no topo do Mundo...o meu olhar abraça tudo o que existe. O meu coração galopa livre entre mundos. E o meu ser mergulha no todo...e voa como um raio de luz que se infiltra pelas copas entrelaçadas das árvores até finalmente se derramar na Terra húmida e perene...
E eu aguardo.
Já não procuro.
Seja o que for.
Se for meu para viver a mim regressará.
A criança quer lutar, quer continuar a procurar...o quê?
Há uma força, há uma chama que arde dentro dela, e ela não se deixa vencer.
A mulher olha sem ver...
Inspira fundo.
Acalma a criança e decide viver.
A felicidade não é gratuita. Nunca o foi. Acreditar nisso é viver uma vida inteira à sua espera, sem nunca a viver...A felicidade implica sempre um custo. Há sempre um preço a pagar...é um direito, mas um direito conquistado, nunca dado.
Sim ... nascemos para ser felizes, continuo a acreditar piamente nesta verdade relativa que para mim é absoluta...mas para o sermos temos que provar que o merecemos ser, e acima de tudo, que estamos preparados para vivênciar a felicidade. É sem dúvida mais fácil e confortável ficarmos à sua espera, e quando ela não aparece, afundar-mos-nos no carpimento das nossas mágoas, tão infelizes que somos...assim ficamos no perímetro de segurança que delimitámos para a nossa existência, limites desenhados pelo medo e pela cobardia. Impostos? Aceites!
Imaginamos que a felicidade chega um dia e nos bate á porta. Mas mesmo que assim fosse...será que estaríamos em casa para a receber?
Somos nós que a temos que buscar, e ultrapassar obstáculos que tantas vezes raiam o intransponível...só assim nos podemos superar e ir mais além. Mais além, dentro de nós...descobri-la e arrancá-la da escuridão onde se aninha e submetê-la à luz do dia...
A felicidade implica coragem. Risco. Ousadia. Loucura.
Implica sabermos quem somos, implica assumirmos o perigo como amigo e estarmos cientes que esta pode ser a batalha da nossa vida, e que pode durar até ao último fôlego...
Ter medo de ser feliz é ter medo de viver. Ter medo de errar, ter medo das consequências que todas as tentativas implicam. É ficar-se no limbo frio e cinzento de uma alvorada suspensa, anunciada mas não realizada.
Que vida tão estranha essa...onde a felicidade é subjugada ao medo de se estar vivo...onde a espera é a escolha certa...e a procura, a loucura...
A Física Clássica é um conhecimento organizado que estuda a matéria em três estados físicos como sólida, líquida e gasosa, bem como a energia que é a propriedade de um sistema em realizar trabalho, em suas variadas formas: química, eletromagnética, calorífica, mecânica, entre outras.
Graças a mentes brilhantes como Galileu Galilei, Newton, e Einstein (entre outros) alcançámos o macrocosmo e desenvolveram-se muitas tecnologias e conhecimentos, como no caso da Teoria das Marés que explica o movimento regular de subida e descida do nível do mar, tal conhecimento só se tornou possível com a descoberta do resultado da atração que a Lua exerce sobre a Terra. Outro exemplo foi o cálculo das órbitas de diversos planetas, bem como a descoberta de alguns deles.
Resumindo, a Física Clássica partia de um ponto inicial localizado, que ao se deslocar por uma trajetória sabida, com uma velocidade conhecida, num espaço de tempo constante, poder-se-ia prever um ponto futuro com bastante objetividade, portanto, a realidade podia ser determinada e conhecida.
No início do século XX, o físico alemão Max Planck (1858-1947) estabeleceu uma teoria chamada de Teoria Quântica, que se propunha a estudar a física do átomo, ou seja, a distribuição de energia no átomo. Ela experimentou e comprovou, e em parte subvertia conceitos aceitos e arraigados da Física Clássica, nascia a partir daí a Física Quântica, que era aplicada, no seu início, ao microcosmo. Disse Max Planck que o Universo não era tão previsível, e que nem tudo poderia ser localizado e determinado com exatidão. E disse mais: que a realidade observada era apenas uma das probabilidades, entre muitas existentes. E que o mundo era subjetivo. Para os físicos clássicos, o átomo era invisível, indivisível, material e homogéneo, e o meio cientifico foi abalado por acesas discussões.
De acordo com a Teoria Quântica, as energias radiantes, tais como os raios X, raios cósmicos, entre outras, são descontínuas e apresentam-se em pequenas quantidades chamadas de quantas de energia. O valor do quanta de energia varia de acordo com o tipo de radiação. A Física Quântica estudou os corpos, as partículas muito pequenas: átomos, moléculas e células. Ela estudou o interior dos átomos (elétrons, prótons e nêutrons) e sua interação com a radiação de luz. No interior do átomo existem partículas subatômicas; são partículas menores que o próprio átomo. Na eletrosfera encontramos partículas chamadas elétrons, que apresentam carga elétrica negativa (e-). A massa dos elétrons é muito pequena em relação à massa dos prótons. Os prótons apresentam massa 1.840 vezes maior do que a massa dos elétrons. No núcleo encontramos, basicamente, dois tipos de partículas, os prótons, que apresentam carga elétrica positiva (p+) e os nêutrons, que apresentam carga nula (n0). Além das três partículas fundamentais (elétrons, prótons e nêutrons), são conhecidas, atualmente, outras partículas subatómicas. O nome quântica vem de “quantum”, ou seja, quantidade de energia, ou, mais especificamente, “pacote de energia irradiada”. Quanta (plural) é a menor quantidade de energia irradiada em porções ou pacotes, capaz de criar matéria (ponto de encontro entre corpo e espírito). Matéria é energia condensada e Max Planck afirmou que a energia não era irradiada continuamente, mas sim, em “saltos”, em pulsos, em pacotes, de modo disperso, aleatório, e nesse trajeto ocorrem fenômenos e acontecimentos, que não são previsíveis à luz dos conhecimentos científicos na Terra”.
Desde a descoberta, em 1905, por Albert Einstein, das propriedades corpusculares das ondas eletromagnéticas, através do efeito fotoelétrico, passaram-se quase 20 anos, antes que alguém especulasse sobre a possibilidade de o inverso também ser válido. Em 1924, o físico francês Louis de Broglie (1892-1987) apresentou a teoria de que a matéria possuía tanto características ondulatórias quanto características corpusculares. Max Planck observando o movimento dos elétrons viu que esses se comportavam com dualidade: ora apareciam com forma de partícula, massa rígida de tamanho diminuto, e ora apareciam com forma de onda, onde os elétrons não podem ser localizados com exatidão, em qual região da onda eles estão, a não ser por probabilidades matemáticas. A energia não fluía continuamente no microcosmo, como afirmavam os Físicos Clássicos. A energia é radiação eletromagnética irradiante que ora aparece como partícula e ora como onda, nunca aparecendo em conjunto. E no intervalo, por onde andariam os elétrons? O modo como eles aparecem dependerá do tipo de interação que eles estão realizando. Quando aparecem como partículas, por elas serem duras, rígidas, não vibram, não oscilam, e, desta forma, os elétrons se permitem localizar. Quando aparecem como onda, só podem ser localizados com exatidão, a não ser por probabilidades matemáticas, com aplicação de fórmulas matemáticas. Quando o elétron acaba de emitir energia e, conseqüentemente, perde energia, ele desaparece, e não tem mais realidade objetiva. Depois de certo tempo ele aparece em algum lugar, que ninguém é capaz de determinar. A Física Clássica afirma que para haver interação de algo com algo é necessário que sejam trocadas informações entre as partes, ou seja, que haja troca de sinais eletromagnéticos à velocidade da luz, e em determinado espaço de tempo.
A Física Quântica colocou por terra essa premissa. O elétron quântico pode-se comunicar com um outro, instantaneamente, sem qualquer troca de informação. O que um elétron está “vivendo” os outros sabem. Deduz-se então que os elétrons estão interconectados pelo campo cósmico. Portanto, a única realidade objetiva é o campo cósmico. Tudo é o UM e o TODO. Quando o átomo se adensa, manifesta-se sob a forma de coisa, animal ou pessoa, com as frequências próprias de suas vibrações. Quando se sutiliza, manifesta-se como espírito, como consciência.
Um texto longo. Uma prenda de mim para mim mesma... O Mito
Nas Palavras de Liz Green:
" Em muitos contos de fadas há uma figura diferente e encantadora, às vezes chamada de ondina ou melusina, às vezes chamada de sereia, que vive nas profundezas do mar ou de um grande lago e que se apaixona por um mortal. Essa lenda também aparece no Príncipe Cisne - embora aqui a criatura "do outro mundo" tenha penas e não escamas. Todas essas antigas histórias, têm o mesma tema básico: a união de um mortal, de um ser mortal de carne e osso, com algo de outro nível de realidade. Esse encontro é cheio de dificuldades. Existem sempre condições a serem preenchidas, e normalmente termina em desastre, não porque esteja condenado desde o princípio, mas por causa da inaptidão do mortal, que tenta impor suas próprias leis ou valores a esse parceiro misterioso, de um mundo diferente.
Geralmente, a ondina concorda em viver em terra firme e tomar um corpo mortal, caso o parceiro observe uma condição especial. Ele não pode fazer a ela uma determinada pergunta, nem olhar numa determinada caixinha, nem entrar em determinado quarto a determinada hora. Em outras palavras, é preciso respeitar os mistérios do outro reino. Mas o mortal, induzido pela curiosidade normal de um ser humano e pela falta de respeito por essa dimensão, inevitavelmente faz a pergunta ou abre a caixinha proibida. Assim, o conto se desfaz, a ondina desaparece outra vez nas profundezas e ele é abandonado ao seu próprio sofrimento. Ou, às vezes, ela o leva consigo, afogando-o em seu abraço.
Esse tema, que poderemos encontrar em muitos mitos e contos de fadas, tem um significado especial para Peixes. Como já vimos, Peixes é o último signo, aquele que completa o ciclo. Todo signo deixa seu traço em Peixes. Na verdade, o problema não é tanto e apenas de Peixes, mas ele encarna todos os dilemas humanos. Neste último signo do zodíaco está representado todo o sofrimento do homem, seus anseios, seus sonhos, suas necessidades, sua impotência diante do universo, suas desilusões, seu anseio por amor, seu sentido de uma divina e misteriosa fonte, que ele reivindica com toda sua força mas não consegue alcançar sem fazer grandes sacrifícios.
Pode-se dizer que em cada Peixes, simbolizado pelos dois peixes que tentam nadar em direcções opostas mas presos por um cordão de ouro, está o dilema do encontro de duas dimensões. (...)
Alguns piscianos seguem a sereia para debaixo d'água, esquecendo que os pulmões humanos não sobrevivem dentro da água; temos os delinquentes da humanidade, hordas de drogados e de alcoólatras, os desesperados, os desqualificados, os abjectos. São eles a quem Cristo, na mitologia cristã, declarou bem-aventurados, pois sacrificaram tudo e, pelo sofrimento, mereceram a chave de um outro reino.
Para outros piscianos, o conto de fadas tem outro final. É aqui que podemos ver o génio de homens como Einstein - onde a ondina, o brilho de outros reinos e de um universo quase incompreensível à mente humana em sua majestade e imensurabilidade, é traduzida pelo cérebro humano, que oferece ao mundo um mapa de águas desconhecidas.
É claro que nem todo pisciano é um Einstein ou um bêbado, mas talvez a tarefa de todo pisciano seja chegar de alguma forma a um acordo com o reino transpessoal e ter a coragem de ser seu porta-voz.(...)
Outro mito que nos conta coisas importantes a respeito de Peixes é o próprio mito cristão. (...) A Era Cristã às vezes é conhecida como a Era de Peixes. A cada dois mil anos um novo signo astrológico colore a história e a cultura dos homens. O peixe é um dos grandes símbolos da cristandade, e nesse símbolo podem ser encontrados importantes temas pertinentes a Peixes, tanto nesse amplo contexto quanto na vida individual de cada pessoa nascida sob ele. (...) Um dos significados essenciais do mito cristão é que Deus encarna como homem; que existe um ponto médio, intermediário, uma ponte entre os dois mundos. Voltamos à nossa amiga ondina. Mas, em vez de ondina, leia alma ou espírito. E então podemos, se quisermos considerar o aspecto religioso de Peixes, especialmente dos mais místicos, dizer que existe nele uma forte consciência de si mesmo - e de toda a raça humana - porque, de certa maneira, ele é um intermediário entre o animal e o divino.
Você pode imaginar que isso gera problemas. Ser assim consciente de duas dimensões é bem confuso, especialmente quando um aparece no momento em que a outra é que
devia estar em evidência. Não é de admirar que Peixes tenha a reputação de estar sempre confuso.
(...) Peixes é a consumação do ciclo, o fim. De onde essa tendência de querer renunciar a tudo, de se oferecer em sacrifício, se desintegrar, desaparecer. Compaixão e amor impessoais também são virtudes exaltadas por essa última era. Ama o teu próximo como a ti mesmo, oferece a outra face - são aspirações piscianas. É claro que é preciso lembrar que existe o par do peixe. Mas muito da história da religião nestes últimos dois mil anos, esqueceu o segundo peixe. Ele está trancado nos porões e é chamado de Diabo.
Acho que você já percebeu. Podemos olhar objectivamente os mitos gregos, dos romanos e dos egípcios, ou de quem quer que seja, e ver como alguns desses heróis e como alguns desses temas mitológicos cabem dentro de um certo signo zodiacal. Se conseguíssemos nos despir de todos os preconceitos e lembrar que cada era sempre considerou seus ensinamentos como os únicos verdadeiros, perceberíamos que na figura de Cristo temos um modelo de Peixes - como o signo gostaria de ser. E na figura do Diabo, temos a sombra de Peixes, o outro Peixe, que vamos tratar agora."
Sombra de Peixes
"Como todo mundo sabe, nada é só luminosidade. Com todas essas maravilhosas aspirações e desejos de pureza, devoção, bondade, clemência, compaixão e auto-sacrifício, deve haver uma belíssima e grandiosa sombra por trás de tudo isto. É sempre assim. E essa regra básica de vida - que tudo tem o seu contrário - é mais do que verdadeira com relação ao signo de Peixes. Lembra-se de que dissemos que Peixes não conhece limitações? Isto é verdadeiro no tocante às suas aspirações. Ele aspira a nada menos do que a união com o divino, a fonte da vida. Se isso é alcançado através da aspiração religiosa, da expressão criativa ou das drogas, não importa. O importante é a experiência em si. Certo? Para Peixes, muito certo. E a sombra de Peixes também não conhece limites. Seu nome é Poder.
Em situações normais, a tendência de Peixes é ser vítima. Podemos encontrar essa figura em muitos piscianos - aqueles de quem se aproveita, dos quais se abusa, se extorque piedade, dinheiro ou simpatia, que são escravizados pela sua simpatia, feitos para se sentir responsáveis, porque tendem a se atribuir a culpa pelos pecados de todo mundo. É quase inevitável que Peixes fique com um marido violento, cuide de uma esposa esquizofrénica, crie uma criança retardada, mantenha uma mãe doente, renuncie a isso e 'quilo para poder ajudar alguém. Às vezes é difícil dizer se estes são os mais nobres ou os mais bobos dos seres humanos; se são verdadeiros santos ou se exercem um tremendo poder fazendo com que os outros se sintam desesperadamente constrangidos. Ninguém tem tanto poder quanto um mártir. Talvez haja um pouco dos dois dentro dele.
Numa peça de Eugene O'Neill, The iceman cometh, há uma personagem chamada Herry, um homem normal, com vícios e virtudes. E Harry tinha uma mulher; mesmo sem sabermos se Eugene O'Neill tinha algum conhecimento de astrologia, ele colocou aí uma pisciana. A mulher de Harry perdoa tudo. Não importa como ele a trate, que abusos cometa, ela nunca levanta a voz com raiva, nem se revolta ou lhe faz qualquer maldade. Ela perdoa sempre, sempre, e isso torna Harry cada vez pior. Se você faz uma pessoa se sentir culpada, ela vai ficar ressentida, e, ficando ressentida, vai tratá-lo ainda pior na próxima vez. E assim , o tratamento que Harry dispensa à mulher vai cada vez mais para baixo, de ruim a abominável. Logo ele está batendo na mulher, trazendo amantes para dentro de casa e se entregando a outros passatempos. E sua mulher faz o que naturalmente faria qualquer pisciana: perdoa, entende, tem compaixão. Ela faz com que ele se sinta tão culpado, tão abjecto, que afinal tem que matá-la. Ele simplesmente tem de fazer isso. E este é o motivo pelo qual os santos sempre são martirizados. Eles podem ser santos - mas fazem o resto da humanidade se sentir culpada. E todos os que se fazem de santos desejam se evadir do mal comum a todos nós, e o recebem em triplo. Na história de Harry há uma interessante moral sobre Peixes. Ela mostra a importância do poder que este signo "impotente" pode exercer, e mostra também a importância do poder que Peixes deseja ter. Passividade aparente é um bicho perigoso, que tem de escapar por algum lado. Então encontramos piscianos estranhos como Ataturk e Júlio César, que, sem limites como sempre, têm de conquistar o mundo.
Muitos piscianos têm esse tipo de fantasia. Como se sentem os mais impotentes dos mortais, eles se vêem, em segredo, como governantes do mundo. E é compreensível. Mas isso pode ser fonte de infelicidade e de perigo, se essa vontade se liberar sem Ter sido notada e analisada. Assim, Ataturk, quando tomou poder na Turquia, em 1930, massacrou todos os arménios que encontrou pelo caminho. Essa espécie de imperador do universo, que quer exterminar todo um povo, é exatamente o oposto do cristão que os leões devoraram nas arenas. Quando piscianos muito sensíveis são brutalizados demais - e eles muitas vezes o são, pois as pessoas vêem neles o reflexo de sua própria fraqueza, temor e vulnerabilidade - eles, como escape, podem se tornar cruéis. É algo muito desconcertante e do qual não se fala em livros de astrologia, pois este é um aspecto que perturba demais as pessoas. Mas essa crueldade é bastante conhecida, desde a criança que fica atormentando seus colegas de escola ou os animais, até o grande exemplo do psicótico. Mas que espécie de crueldade é essa? Mais uma vez temos que lembrar que Peixes não representa tanto um tipo de pessoa como a redenção da natureza humana. Peixes somos todos nós. E isso explica por que ele muitas vezes é vítima. É exagerado, mas ele é assim. Observe o modelo de vida de Peixes e verá o reflexo da vida de todo ser humano, distorcido, exagerado, porém um verdadeiro espelho. Dizem que os piscianos dão excelentes terapeutas, padres, médicos e advogados, e isso sem dúvida é verdadeiro, pois eles possuem compaixão, sabedoria e perspicácia inatas. Eles também sabem curar, pois já foram feridos e porque não existe nada na natureza humana que eles ainda não tenham encontrado em si mesmos. Um pisciano passivo demais é uma criatura perigosa. A sombra do peixe é capaz de escapar, mais cedo ou mais tarde, seja pela verdadeira psicose ou pela autodestruição - de forma rápida ou devagar, pelas drogas ou pelo alcoolismo - ou na subtil e sorrateira destruição de uma outra pessoa, como a mulher de Harry na peça The iceman cometh. Raramente a coisa se apresenta de modo aberto. A não ser que Peixes tenha um ascendente mais agressivo, como Áries ou Leão, ou um Marte forte, tudo estará nas correntes subterrâneas, pois Peixes tem o génio das correntes submarinas. Existe um outro lado da sombra de Peixes ligado a esse primeiro. Podemos chamá-lo de a Síndrome do Génio Incompreendido.
O AMIGO PARA O PISCIANO: O que você anda fazendo? Nós não nos vemos há alguns anos. PISCIANO: Bem, estou trabalhando num grande romance. Só escrevi vinte páginas, por enquanto, mas já posso ver tudo em minha mente. Vai ser a maior obra literária do século. Sempre soube que tinha de escrever um grande romance. O AMIGO: Mas você não tinha três outros começados quando eu o encontrei a última vez? Eu
pensei... O PISCIANO: ( Sem graça e sentindo como se o amigo o estivesse acusando de alguma coisa) Oh!, aqueles eram só uns ensaios. Este é que vai ser o bom. Eu já poderia tê-lo terminado, não fosse o maldito emprego de meio período que arranjei na biblioteca. Fico tão cansado que não consigo escrever à noite. O AMIGO: Como, você trabalha lá? O PISCIANO: Ah! Só uma vez por semana. Mas você sabe, há tanta coisa para fazer no apartamento, e, com tudo o que eu tenho que ler... Afinal, você não pode escrever um romance sem ler as obras de outros autores, ver televisão, filmes, e... O AMIGO: (Começando a não acreditar) Bem, então, boa sorte com seu trabalho. O PISCIANO: (Na defensiva) Acho que não vou terminá-lo. O que você acha? Suponho que pensa que não tenho talento, mas eu tenho, fique sabendo. Espere só para ver. Ninguém me entende. Eu escrevi algumas peças para revistas, mas os editores são uns idiotas, como sempre, e só publicaram porcarias. Eles não sabem reconhecer algo de bom quando vêem. Espere só... Um dia vai ouvir falar de mim, e então vai se arrepender. O AMIGO: Claro, meu amigo, eu não queria... Bem, em todo caso, boa sorte.
O Génio Incompreendido, Peixes ou com o ascendente em Peixes, certamente não carece de talento. O que lhe falta é realismo. Peixes, com tal riqueza e ilimitada imaginação, ressente-se amargamente das limitações normais do tempo e espaço. E as brilhantes ideias que aparecem em sua mente como flashes, como o brilho do dorso de um peixe na superfície da água, são muitas vezes realmente brilhantes. O que lhe falta é perseverança, disciplina, continuidade e dedicação ao trabalho árduo e de fôlego, que permitiram a numerosos escritores medíocres e de bem menos habilidade alcançar fama e fortuna. Peixes muitas vezes se apresenta como o poeta, o novo Escritor, o novo Homem de Cinema, o novo Poeta. Um dia...quando o mundo vier a compreendê-lo.. Mas às vezes o mundo é tão chato, espera que ele...se aperte como qualquer um, tenha um emprego como qualquer um, pague aluguel e contas de Luz como qualquer um, faça seguro e colabore para a campanha de saúde pública como qualquer um, quando tudo deveria ser facilitado, se eles afinal soubessem do talento que ele tem, do que ele pode fazer pelo mundo... Uma história bem conhecida e muito triste. E o mais triste de tudo é que Peixes não é capaz de achar o ponto médio, o equilíbrio entre a importância de seus sonhos e o tempo necessário para lhe dar forma. Ele simplesmente se torna amargurado, desiludido e se abandona ao desgosto. Assim, o visionário se torna o mais prosaico e o mais cínico dos homens e nunca mais escreve uma linha sequer, nem pega na paleta e na caixa de tintas, que fica esquecida com as velharias empoeiradas do quartinho dos fundos. E ele poderá contar a seus netinhos: "É, uma vez, eu quis ser
pintor...mas...mas...alguma coisa deu errado". O que? O confronto com a realidade, o encontro da ondina com o mortal! Ou foi realmente um fracasso: afogou-se, ou o sonho se volatilizou, pois explodiu antes da hora, por falta de fé. Peixes às vezes é chamado de o signo do "não-feito", e é importante lembrar que ele próprio é a causa disso, e não os outros. Os piscianos são tão ricos em talento e criatividade que são os mais abençoados dos homens. No entanto, muitas vezes sua vida é um fracasso. E isso se deve à sua sombra. Suas visões de auto-engrandecimento são tão grandes e desmesuradas para poderem ser concretizadas, que eles próprios se condenam ao desapontamento e ao desgosto. E essa amargura pode corroê-los por dentro, pois eles se sentem traídos. Se não conseguirem entender que são causadores disso, que não existe nenhum mundo inamistoso, que eles simplesmente têm de encher tanto o lado divino como o mortal de si mesmos e cuidar dos dois, eles romperão todos os limites. Que filhos fascinantes podem nascer de um casamento com uma ondina!
Muitos cantos de glória já foram escritos para a mulher de Peixes, por seu mistério, sua gentileza, sua compaixão, seu charme atraente, seus silêncios cheios de significado, e ela pode efectivamente representar o arquétipo da feminilidade. A amada e graciosa princesa do castelo dos contos de fadas, que espera que seu Príncipe Encantado a venha salvar, a leve em seus braços e a proteja, foi modelada na pisciana. A mulher de Peixes tem uma maneira toda dela de fazer um homem se sentir terrivelmente masculino, pois ela parece sempre estar precisando de protecção, de ternura e de ser carregada nos braços fortes. Por causa de sua mutabilidade e profundidade de sentimentos, ela muitas vezes dá a impressão de ser amorfa, e isso atrai os pigmaleões da vida para moldá-la. Muitos homens acham que podem dar-lhe a forma que querem, e, em parte, isso é verdade. Muitas mulheres de Peixes têm dentro de si, em abundância, as qualidades de gentileza e devotamento, mas elas certamente não são folhas em branco sobre as quais se possa escrever qualquer coisa. Como o homem de Peixes, ela é insondável e possui uma alma que ninguém consegue alcançar. Querendo sempre agradar e discutindo raramente, ela também tem o dom de submergir para se defender. Agora você a vê, daqui a pouco não a vê mais. Ela pode desaparecer fisicamente, em geral com um amante, mas o mais comum é ela estar de fato presente e simplesmente desaparecer psicologicamente, indo para algum reino submarino ou para alguma outra
fantasia. É uma sensação muito esquisita quando ela se vai. Aquela de que ninguém está em casa. A mulher de Peixes dá grande valor ao romantismo. Ela espera a poesia, ternura e classe que qualquer princesa de contos de fada merece, e tem necessidade delas. Prive-a disso, e você a levará directo para os braços de outro amante, ou para dentro de si mesma, transformando-se então em mártir. Dê-lhe tudo isso, e sua princesa se tornará rainha. Simples, e no entanto um bicho-de-sete-cabeças para muitos homens, uma vez que Peixes, como signo de água, parece atrair tipos de ar que acreditam poder impressioná-la com sua inteligência brilhante e anseiam pela sua manifestação de amor, que ela oferece naturalmente, sem se aperceberem de que eles também têm de dar algo em troca. E não se engane: quando uma mulher de Peixes se desaponta, ela não hesita em decepcioná-lo. Você se lembra de Elizabeth Taylor e Richard Burton? Ser bom para ela não é o suficiente. Você precisa entrar junto nos sonhos dela. Se você os ignorar ou for apenas condescendente com eles, isto fica por sua própria conta e risco. Há dentro da mulher de Peixes um elemento fortemente teatral. Ela tem um dom muito dela de se meter em grandes conflitos e crises dos quais ninguém acreditaria que ela pudesse sair. Ela sai para pedir aos amigos conselhos que nunca ouve, pois sua necessidade de sofrer e de se sacrificar se alimenta de seus próprios conflitos. Ela é verdadeiramente uma criatura desconcertante. Mas encontre-a bem mais tarde na vida, e toda a compaixão e sabedoria que ela adquiriu durante esses anos todos, vendo quase todas as coisas pelo avesso, lhe conferem um brilho e uma sumptuosidade muito mais significativos que o mármore informe que Pigmaleão contemplava quando ela tinha dezoito anos. É desta mulher, do último signo, que emerge a Mulher Sábia - com toda a sabedoria instintiva se seu sexo e toda a perspicácia humana do seu signo. Muitas vezes ela é quase mediúnica, preferindo resguardar-se da vida, pois este dom é muito incerto e difícil de assumir. Há algo mais nela do que feitiçaria; se essa feitiçaria será negra ou branca, depende de como ela foi tratada pela vida. Quando a mulher de Peixes se volta para o mal, ela se torna um vampiro, brincando com a vida imaginária dos outros e captando suas forças. Nunca a subestime, pois ela pode ter dificuldade em se explicar e pode relutar em fazê-lo. Neptuno é um deus enigmático; amá-lo significa amar o oceano, com todo o seu temperamento e suas mudanças, suas cóleras e sua serenidade, sua destruição e sua beleza. "
Há alturas na vida que temos de seguir o nosso instinto primário. Viver. Apenas viver. E sentir. Mesmo que esse tipo de existência acabe invariavelmente por nos causar o sofrimento da incompreensão...num mundo em que poucos vivem, antes sobrevivem...ou fingem.
A veracidade, a transparência...o sermos nós mesmos na nossa essência acarreta um preço a pagar...mas se não for assim...será que conseguiria? Sei que não.
É assim que sou. Por isso numa altura em que pressinto que algo vai acontecer, algo que pode causar um verdadeiro irromper de terra no meu mundo tão liquido...em vez de seguir a razão, vou mais uma vez confiar em mim e seguir a emoção, o coração...o que está cá dentro de mim. Apenas peço ao meu Anjo que se mantenha comigo, e me ajude a realizar neste plano a minha ideia...nada mais. Eu sei que há algo a aprender. Eu quero aprender. E eu sei que vou aprender.
Mais um degrau...mais um passo...este é um momento mágico a todos os níveis.
Update a dia 2...o Universo responde-nos sempre...nós é que podemos não ouvir :)
"A aurora traz consigo a sabedoria do passado e a ignorância do futuro. E está aqui. Pronta para recomeçar. Apesar das tormentas. Apesar dos dias desesperados. Apesar da chuva, do frio e da tristeza. A aurora sabe que tem de avançar. O dia está para nascer e não há nada que possa parar o sol de brilhar. Mesmo quando abaixo estão as nuvens.
Sê como a aurora. Deixa que o teu passado te instrua, mas não deixes que ele atrapalhe o presente, e muito menos o futuro. Mantém-te aberto para o que ainda não sabes. Mantém-te intacto para o que há-de vir." ( Alexandra Solnado)
O Sol é a fonte de luz, de calor e da vida em nosso planeta, sem o sol a vida não seria possível , mas o sentido mais exato desta saudação é a invocação da luz como fonte de conhecimento. O sol nos possibilita a capacidade de visão e o conhecimento rápido e direto de toda a manifestação, por essa razão, na tradição Indiana a luz, o fogo e o sol são símbolos de sabedoria e do conhecimento de nossa essência.
Namaskar - Saudação
Prestar reverência ao Sol, representa sintonizar-se com o ciclo da vida e morte, sintonizar-se com o poder maior e Divino que reside no centro do Céu e no centro de nosso Ser, aquele que tudo ilumina e não é iluminado por nada, aquele que não tem início e nem fim, o Deus em cada um. Assim sendo, reverencio a luz que representa o conhecimento, única forma de revelar aquilo que sempre fui mas que na minha ignorância sou incapaz de ver.
Assim antes de iniciar cantamos:
Om Suryam Sundara Lokanatha mamrtam Vedantasaram Sivam.
Jnanam Brahmamayam suresamamalam lokai Kacitta Svayam
Indradityamaradhipan suragurum trailokya cudamanim
Brahma Vishnu Siva svarupahrdayam Vande sadã bhãskaram
Eu saúdo sempre o Sol, o belo e eterno Senhor da terra, que é a essência de Vedanta, o conhecimento.
Brahma, o Senhor dos Deuses, livre de impurezas, Ele mesmo é aquele único que é prezado por todos.
Rei dos Sóis, Rei dos Deuses, Mestre Sol, Jóia central dos três mundos.
Outras orações mais simples:
Om Jyortir Namah
Assim evocamos a luz do nosso sol interior,a fim de que ilumine nossas mentes e que nossas ações sejam corretas e de acordo com a lei do Dharma.
Om Suryaya Namah
Eu saúdo o Sol, fonte de luz e conhecimento.
Obs.: Não tente cantar o mantra sozinho, todo mantra tem uma entoação certa e uma melodia que produz o resultado desejado. Aprenda diretamente de um professor. Poderá fazer a oração em português até que aprenda o mantra em sânscrito que tem mais poder.
O Surya Namaskar é uma sequência dinâmica de 12 asanas que representam as 12 posições do zodíaco (doze posições do relógio). A respiração é sincronizada com os movimentos. Cada posição tem um significado que deve ser compreendido e acrescido à prática. Durante a execução, em cada asana um mantra é recitado. Dependendo do que se pretende desenvolver, pode-se executar com maior ou menor rapidez e o mantra pode ser apenas o Bija Mantra acrescentando o mantra até o mantra completo. O Surya Namaskar energiza todos os chakras, mas especialmente o Manipura Chakra.
Pode ser praticado a qualquer hora do dia, mas especialmente ao nascer do Sol.
A trindade hindu Brahma, Vishnu e Shiva simbolizam três aspectos da vida: criação, manutenção e destruição e estão diretamente relacionados com o movimento diário do Sol. Brahma, o criador, é simbolizado pela madrugada e ao momento em que o sol nasce e começa o ciclo diurno. Vishnu, o que mantem, é simbolizado pela luz do dia e especialmente a luz do meio dia. Shiva, o destruidor, é simbolizado pelo pôr-do-sol. Ainda que o sol se esconda para nós, isso é uma ilusão, pois o sol continua brilhando, ele é sempre brilhante assim como nosso Ser, que é consciência que é sempre existente.
Vejamos a sequência:
Pranamasana - postura da prece
Hasta Utthanasana - postura dos braços elevados
Padahastasana - postura de flexão para frente
Ashwa Sanchalanasana - posição equestre
Parvatasana - postura da montanha
Ashtanga namaskara - saudação (prostração) de oito pontos
Bhujangasana - postura da serpente
Parvatasana - postura da montanha *
Ashwa Sanchalanasana - Postura equestre *
Padahastasana - postura de flexão para frente *
Hasta Uttanasana - postura dos braços elevados *
Pranamasana - postura da prece *
* Posturas repetidas, agora na sequência de retorno a posição nº 1.
Simbolismo segundo o Swami Satyananda Saraswati:
Ao nascer e ao pôr-do-sol as forças de escuridão e luz acalmam e harmonizam-se, Ida e pingala emergem e produzem a força do susumna nadi. Surya namaskar aumenta o fluxo da energia sutil no corpo e desimpede as nadis.
Pranamasana - Sintonia com o Sol, prece, invocação. Chakra Anahata (altura do coração).
Hasta Uttanasana - Trazer para dentro de si a energia do sol que acabou de nascer, pela respiração e por todos os poros da pele. Chakra Vishudda (altura da garganta e nuca).
Padahastasana - Introspecção necessária para levar adiante os deveres diários. Essa introspecção se contrapõe a extroversão excessiva que é característica da nossa vida diária. Aqui olhamos para dentro buscando inspiração e respostas para os problemas diários. Chakra Svadhisthana (altura do coccix).
Ashwa Sanchalanasana - Aqui focamos o Ajna Chakra e buscamos poder e coragem para encararmos de frente os problemas da vida diária. A auto confiança aparece quando olhamos para dentro e fazemos contato com o nosso guia interno, Ajna Chakra, que nos dá a inspiração e intuição. Chakra Ajna (ponto entre os olhos).
Parvatasana - Introspecção e o ceder de si mesmo para o mundo. Chakra Vishudda (garganta e nuca).
Astanga Namaskara - Representa a energia no seu limite mais baixo. O sol está na sua extremidade (meio dia ou meia noite) e o homem está no seu período mais vulnerável pois é o período de inércia, ou tamas, quando a maior parte das pessoas sentem a necessidade de descanso ou sono. Aqui é a entrega completa do homem ante o poder do sol do meio-dia ou da meia-noite. Chakra Manipura (altura do umbigo).
Bhujangasana - Representa o acordar do homem do seu sono, o nascer do conhecimento, o acordar da energia vital rajásica de dentro da inércia de tamas. Quando a serpente, representando a sabedoria, se eleva, o homem inicia a subida para o estado espiritual e sattivico equilibrado. Chakra Svadhisthana (altura do coccix).
Parvatasana - Introspecção e o ceder de si para o mundo. Chakra Vishuddi (altura da garganta e nuca).
Ashwa Sanchalanasana - Desenvolvimento do poder, coragem e auto-confiança que aparece quando olhamos para dentro e fazemos o contato com o nosso guia interno no Ajna Chakra (ponto entre as sobrancelhas).
Padahastasana - Instrospecção e olhar para dentro buscando inspiração e respostas para os problemas da vida diária. Chakra Svadhisthana (coccix).
Hasta Utthanasana - Inspirar o poder e a energia do sol. Chakra Vishudda (garganta e nuca).
Pranamasana - Sentir o sol dentro de si, sentir-se iluminado, conhecedor de si como não diferenciado do criador, e integrado a tudo e a todos. Chakra Anahata (altura do coração).
Informação recolhida em: http://www.yogalotus.com.br e http://www.alternative-healthguide.com/portuguese.php?u=/yoga/sun_salutation.htm