“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. O existir é um perpétuo mudar, um estar constantemente sendo e não-sendo, um devir perfeito; um constante fluir...

Se gosta seja amigo :) Namasté!

22 de abril de 2010


Terra


21 de abril de 2010



A tristeza faz parte da vida tanto quanto a felicidade
A tristeza faz parte da vida tanto quanto a felicidade. Não se pode negá-la, ela tem de ser absorvida.

Osho, em "Hammer on the Rock"

E quando tudo aquilo em que acreditamos cai por terra aos nossos pés, desfeito, transformado em cinzas que o vento leva e espalha até nada mais restar?
E quando os sonhos se desmaterializam e desvanecem perante o nosso olhar incrédulo, deixando apenas o vazio frio e estéril que nos fere como uma adaga, bem no nosso âmago?
E quando nos tiram tudo? E quando olhamos ao espelho e nada vemos, porque nada há para ver?
E quando falhamos?
E quando simplesmente...olhamos á nossa volta e sentimos que não é aqui que devíamos estar? Que não é aqui que pertencemos...que nada faz sentido?
E quando já nem o caminho vemos, e pairamos num imenso nada?
Como absorver?

VIDA PASSAGEIRA



Não resisti em colocar aqui o post de Maria José Rezende, publicado dia 20 de Abril no seu Blog Arca do Autoconhecimento. Porquê? Porque diz tudo...
E se este fosse o nosso último dia?

Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas não somos adivinhos. Não sabemos por quanto tempo estaremos enfeitando esse jardim e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos. Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente.
Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos.
Nos consumimos. Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos nos comparar com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença.
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos. E então nos perguntamos: E agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou.
O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo passageira, ainda está em nós.
Pense!...
Não o perca mais!...

Tarô Osho Zen - 9. Solitude



Quando você está sozinho, você não está só, está simplesmente solitário -- e há uma grande diferença entre a solidão e a solitude. Quando você sente a solidão, fica pensando no outro, sente a falta do outro.

A solidão é um estado de espírito negativo. Você fica sentindo que seria melhor se o outro estivesse ali -- seu amigo, sua esposa, sua mãe, a pessoa amada, seu marido. Seria bom se o outro estivesse ali, mas ele não está.

Solidão é ausência do outro. A solitude com você é a presença de si mesmo. A solitude é muito positiva. É uma presença, uma presença transbordante. Você se sente tão pleno de presença que pode preencher o universo inteiro com a sua presença, e não há nenhuma necessidade de ninguém.

Osho The Discipline of Transcendence, Volume 1 Chapter 2

Comentário:

Quando não existe "alguém significativo" em nossa vida, podemos tanto nos sentir solitários, quanto desfrutar da liberdade que a solidão traz. Quando não encontramos apoio entre os outros para as nossas verdades sentidas profundamente, podemos nos sentir isolados e amargurados, ou então celebrar o fato de que o nosso modo de ver as coisas é seguro o bastante, até para sobreviver à poderosa necessidade humana de aprovação da família, dos amigos, dos colegas. Se você está enfrentando uma tal situação neste momento, tome consciência de como está optando por encarar o seu "estar só", e assuma a responsabilidade pela escolha que fez.
A figura humilde desta carta brilha com uma luz que emana do seu interior. Uma das contribuições mais significativas do Gautama o Buda para a vida espiritual da humanidade foi insistir junto a seus discípulos: "Seja uma luz de você mesmo". Afinal de contas, cada um de nós deve desenvolver em si a capacidade de abrir o seu próprio caminho através da escuridão, sem quaisquer companheiros, mapas ou guia.

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O mesmo padrão...sempre. Resta-me perceber o que me é pedido. Resta-me decidir se mantenho ser verdadeira, mesmo que isso implique a perda e a dor, ou desistir e vestir a máscara ilusória que todos parecem usar tão bem e gostar...viver num mundo em que o parece que é é mais importante do que o que é realmente não é fácil...não interessa o que somos, o que sentimos, o que damos. Apenas o reflexo no espelho conta, e tudo o que se constrói ao seu redor...e é assim que acabamos sempre por ser 2 seres distintos, um do lado de cá do espelho, e o outro... um emaranhado de interpretações que vale mais que o Eu real. O espelho? Não espelha, disforma ao sabor do ego de cada um.
Quem mente, finge e entra no jogo do que parece é, acaba por ser recompensado. Quem se mantém fiel à verdade e é transparente acaba por ser acusado de ser falso...acaba por ser o louco que é atingido por todos, mas que mesmo assim permanece a sorrir, mesmo que o sorriso seja salgado de lágrimas...





18 de abril de 2010

Transmutação


Há alturas em que tudo o que fazemos parece resultar apenas em frustração e dor.

Alturas em que num instante o Sol brilha para no instante seguinte sermos assolados pela mais violenta tempestade...

Sei que há um significado para tudo isto que me vai acontecendo...embora neste exacto momento não consiga entender.

Sei que há algo importante a aprender, resta-me silenciar o medo e chamar a mim a força para continuar a caminhar com a certeza inabalável que este é o meu caminho.

Por vezes, o nosso passado regressa para nos atormentar, não por estar mal resolvido, mas simplesmente porque afecta aqueles que amamos de formas que nunca equacionámos...

É então que o espelho da alma lança luz sobre tudo o que fizémos até aqui, e as nossas acções revelam todo o seu alcance...

Crescer doi...e ainda mais doi quando fomos nós mesmos a plantar as sementes que agora são os arbustos espinhosos que minam o caminho escolhido. Testes. Provas...

Se tivemos intenção? Se sabiamos? Se previmos? Claro que não...mas isso não apaga os actos, nem as suas consequências.

Resta-me cerrar os dentes, manter-me firme, e acreditar.

E esperar a tempestade passar.

Fire Dragon—Transmutation, Mastery, Energy

10 de abril de 2010

Tarô Osho Zen - 51. Voltando-se para Dentro



Voltar-se para dentro não é movimentar-se, absolutamente. Ir para dentro de si não é deslocar-se. Voltar-se para dentro simplesmente significa que você tem estado perseguindo um desejo atrás do outro, que esteve correndo cada vez mais, para chegar repetidas vezes à frustração; que cada desejo traz infelicidade, que não existe nenhum preenchimento por meio de desejos; que você nunca chega a lugar nenhum, que o contentamento é impossível. Percebendo a verdade de que correr atrás de desejos não leva a lugar nenhum, você acaba parando. Não que você faça algum esforço para parar. Se você fizer qualquer esforço para parar, de uma maneira sutil você ainda estará correndo atrás de alguma coisa novamente. Você ainda está desejando -- talvez, agora, seja a ausência de desejo o seu desejo.
Se estiver fazendo algum esforço para voltar-se para dentro, você ainda estará saindo de si mesmo. Qualquer esforço só poderá levá-lo para fora, em direção ao exterior.
Todas as viagens são viagens para fora -- não há viagem para dentro. Como você pode viajar para dentro de si mesmo? Você já está ali, não faz sentido ir. Quando o deslocar-se cessa, a viagem desaparece; quando não há mais nenhum desejo obscurecendo a sua mente, você está dentro. A isso é que se chama voltar-se para dentro. Mas não se trata absolutamente de um deslocamento, trata-se simplesmente de não sair para fora.

Osho This Very Body The Buddha Chapter 9



Comentário:

A mulher desta figura tem no rosto um sorriso discreto. Na verdade, ela está apenas assistindo aos malabarismos da mente -- não os está julgando, nem tentando contê-los, tampouco está identificada -- limita-se a observá-los como se fossem o tráfego numa estrada, ou ondulações na superfície de um lago. E os malabarismos da mente são razoavelmente divertidos, na medida em que eles pulam para cima e para baixo, e viram para cá e para lá na tentativa de atrair a sua atenção, e de seduzi-lo para entrar no jogo.

Desenvolver a capacidade de manter certo distanciamento da mente é uma das bênçãos maiores. De fato, esse é o grande objetivo da meditação -- não, ficar entoando algum mantra, nem repetindo uma afirmação, mas ficar simplesmente observando, como se a mente pertencesse a alguma outra pessoa. A essa altura, você está pronto para ter esse distanciamento, e assistir à exibição sem se envolver no drama. Permita-se a liberdade singela de "Voltar-se Para Dentro" sempre que puder, e a aptidão para a meditação crescerá e se aprofundará em você.

8 de abril de 2010

Tarô Osho Zen 18. Vidas Passadas


A criança poderá tornar-se consciente somente se, na sua vida anterior, houver meditado o suficiente, se houver criado suficiente energia meditativa para lutar contra a escuridão que a morte traz. O indivíduo encontra-se simplesmente perdido em um esquecimento e, então, de repente, encontra um novo útero e esquece completamente do corpo antigo. Há uma descontinuidade. Essa escuridão, essa inconsciência gera a descontinuidade.

O Oriente tem trabalhado arduamente para penetrar essas barreiras. E o trabalho de dez mil anos não foi em vão. Todos podem adentrar sua vida anterior, e até muitas vidas passadas. Para que isso seja possível, porém, é necessário que você se aprofunde na sua meditação, e por duas razões: a menos que você se aprofunde, você não será capaz de encontrar a passagem para uma outra vida; em segundo lugar, é preciso que você tenha ido muito fundo na meditação porque, caso você encontre a passagem para uma outra vida, uma profusão de acontecimentos invadirá a sua mente.
Já é bastante difícil carregar apenas uma vida...

Osho Hyakujo: The Everest of Zen Chapter 7

Comentário:
As mãos da existência assumem a forma dos órgãos genitais femininos, a abertura da mãe cósmica. Em seu interior se revelam muitas imagens, rostos de outros tempos.
Conquanto possa ser divertido fantasiar a respeito de vidas passadas famosas, isso não passa de uma distração. O importante é enxergar e entender os padrões kármicos das nossas vidas e as suas raízes, em um ciclo repetitivo sem fim que nos aprisiona em um comportamento inconsciente.
Os dois lagartos com as cores do arco-íris, um de cada lado, representam o saber e o não-saber. São os guardiães do inconsciente, certificando-se de que estejamos preparados para uma visão que, de outra forma, poderia ser dilacerante.
Um vislumbre da eternidade da nossa existência constitui uma dádiva, e o entendimento da função do karma em nossa vida não é algo que possa ser conseguido quando se quer. Este é um chamado para que você desperte: os acontecimentos em sua vida estão tentando fazê-lo enxergar um padrão tão antigo quanto à jornada da sua própria alma.

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